N/A: Como prometido, aqui estou eu!
Espero que gostem do capítulo e não se esqueçam das estrelinhas e comentários (isso me motiva demais). Spoiler: o próximo capítulo é narrado pelo Enzo!
Boa leitura e até a próxima! ;)
A L I C E
Quando Enzo voltou do banheiro, eu fingi que estava dormindo.
Foi uma atitude um pouco infantil, confesso. Mas eu estava com tanta vergonha que apoiei a cabeça contra a janela, fechei os olhos e só os abri novamente quando chegamos no nosso destino, com minha mãe cutucando sutilmente meu ombro e me apressando para sair do ônibus.
Se Enzo ficou com vergonha ou constrangido com a situação, foi muito bom em disfarçar. Enquanto pegávamos nossas malas no bagageiro, ele parecia a pessoa mais tranquila da face da Terra. Era invejável.
— Seu tio já está aqui. — minha mãe diz depois de pegar sua mala e analisar brevemente a tela do celular.
Enzo, dividindo o olhar entre nós duas, demonstra estar um pouco confuso com a situação, então resolvo deixar o constrangimento de lado e explicar:
— Meu tio veio buscar a gente.
Ele assente, e observo a compreensão tomando seu rosto aos poucos.
— Entendi. — dá de ombros. — Achei que fôssemos pedir um Uber.
Ele parecia tão genuinamente crente nisso que, por um breve momento, tentei segurar a risada. Mas foi mais forte do que eu e, quando dei por mim, já estava rindo. Talvez mais alto do que deveria.
Enzo arqueia as sobrancelhas, surpreso.
— O quê? — ele indaga, incomodado, quando minha mãe também começa a rir.
— Querido... — ela diz. — Nós não estamos mais em São Paulo.
— Aqui não tem Uber, Enzo. — explico, por fim.
Sua expressão muda drasticamente. Piscando letargicamente, Enzo me encara completamente... Incrédulo.
— Não tem Uber?
A pergunta dele soava mais como: que tipo de lugar não tem Uber hoje em dia?
Bom... Aqui.
— Não. — digo. — Não temos Uber por aqui. Poderíamos até chamar um táxi... — encaro brevemente meu relógio de pulso. — Mas a essa hora eles já pararam de funcionar. Eu te disse que era uma cidadezinha pequena, não disse?
Enzo assente, os olhos meio arregalados.
— Você me disse que era uma cidade no interior do estado, sim.
Solto um suspiro de alívio.
— Ótimo. Por um momento cheguei a me questionar se havia deixado este detalhe de lado.
— Mas eu não achei que... Quer dizer... — ele solta um pigarro. — Como as pessoas se locomovem por aqui?
Reviro os olhos, rindo.
— Não seja bobo. As pessoas se locomovem como em qualquer outro lugar. — sigo minha mãe quando ela começa a andar pela rodoviária. O local está praticamente vazio, com poucas pessoas indo e vindo.
— Só que sem Uber. — ele pontua.
— Só que sem Uber. — confirmo. — Por aqui dá pra fazer praticamente tudo a pé. A cidade é bem pequena, então tudo é perto. Você vai ver.
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ACASO
RomanceEla sempre foi uma pessoa racional. Do tipo que não acredita em destino e acaso. Para ela, isso são coisas existentes apenas em romances água com açúcar e séries de TV americanas. Uma grande baboseira que te faz acreditar e esperar por um amor inal...