26.2 | Talvez o agora não seja o suficiente

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E N Z O

Beijar Alice é... Diferente.

Não sei explicar muito bem sem soar estranho ou até mesmo piegas.

Acontece que é fácil demais me perder na boca dela. Na forma como a sua língua acaricia a minha ou seus suspiros me atingem com mais força do que qualquer outra mulher já foi capaz de me atingir.

Quando ela me toca, inicialmente tímida, mas depois entregue as sensações e ao momento, eu preciso me segurar para não agir como um adolescente cheio de hormônios a ponto de explodir de tesão.

Eu a beijei naquela cozinha como gostaria de ter beijado há muito tempo.

Não sei se fiz certo, mas simplesmente não consegui me segurar. Não mais. Alice estava me olhando de um jeito tão intenso. Parecia, por um momento, querer o mesmo que eu.

Acho que ela nem notou quando Carolina se retirou da cozinha. Depois de receber uma ligação que alegou ser do futuro marido, ela se despediu brevemente com um aceno antes de dar as costas e nos deixar sozinhos.

Se Alice tivesse notado, muito provavelmente não teria me permitido beijá-la. Afinal, as demonstrações públicas de afeto estavam liberadas neste final de semana, mas ela tinha sido muito clara quando disse que só aconteceriam caso estivéssemos com algum familiar por perto. Fazia parte de toda a encenação.

Mas a verdade é que quando eu tomei a iniciativa de beijá-la, nós não tínhamos mais plateia.

Éramos apenas eu e ela.

Ambos presos naquela bolha de tensão e desejo que acabou sendo estourada quando avancei em sua direção.

Ela permitiu.

Ela gostou.

Eu sei que sim.

E quando inclinou seu corpo para frente e aumentou o contato físico entre nós dois, rezei para que ela não percebesse o quanto eu estava louco por ela.

Porque sim, eu estava duro. Mais uma maldita vez.

Já estava se tornando rotina.

De manhã, quando acordei com ela ainda em meus braços, eu precisei me segurar para não exceder os limites. Se dependesse de mim, eu teria despido ela ali mesmo e me afogado em seu corpo. Provado-o de todas as maneiras possíveis e imagináveis.

Tê-la tão perto, tão minha, tão... Céus, eu quase corri atrás dela quando a vi sair pela porta e implorei para que ficasse. Para que me permitisse aproveitar um pouco mais da sensação gostosa que era ter seu corpo colado ao meu.

A noite passada não foi, nem de longe, a mais confortável que eu já tive. A cama era pequena e rangia a cada mínimo movimento corporal que eu realizasse. O colchão era desconfortável de uma forma tão inexplicável que não sou nem capaz de descrever em palavras. Demorei a pegar no sono.

Logo depois de finalmente pregar os olhos, me vi despertando ao sentir os braços de Alice ao redor do meu tórax. Segundos depois, ela estava com a cabeça apoiada sobre o meu peito e eu... Eu não a afastei. Não fiz nada para impedir. Eu gostei.

O que começou desconfortável, acabou se tornando estranhamente confortável. E por mais que minhas costas estivessem gritando de dor pela posição que eu estava, sentir Alice próxima de mim valia todo o esforço.

Não demorei a dormir. Caí num sono profundo que há muito tempo não me dominava. Nem mesmo o meu relógio biológico, aquele que me acordava religiosamente todos os dias às seis da manhã, foi capaz de me despertar.

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⏰ Última atualização: Aug 12, 2023 ⏰

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