Mareena foi criada e treinada para ser a guardiã do futuro Rei Herinque V.
Uma mulher forte e destemida que está lidando com a perda de sua mãe e sobrevivendo com sua coragem e bravura. Sua espada sempre afiada assim como sua língua e está disposta...
Minhas mãos suavam frio. Como eu iria contar para o homem mais generoso que eu já conheci que eu não era sua filha, que sua esposa na verdade era uma traidora que apenas o usou para ajudar um país inimigo, e que eu era a futura Rainha desse maldito país!?
Como eu faria isso com ele? Como o machucaria dessa forma? Eu não sabia se suportaria tamanha dor.
- Você está me assustando desse jeito. - Ele falou e apenas abaixei meus olhos para a minha mão. Olhei rapidamente para Henrique que encarava Milenne nos braços da minha madrasta com os olhos cerrados como se estivesse em uma disputa. Quanta maturidade!
- Antes de te contar tudo, quero que saiba que você sempre será o único para mim, independente de qualquer coisa. - Falei e respirei fundo. - Minha mãe está viva. - Falei rápido vendo o mesmo ficar pálido e prender o ar, assim como minha madrasta. Tudo ficou tão quieto e tenso de repente. - Eu sinto muito, pai! - eu solucei. - Eu sinto muito, você não merece nada disso! - Chorei enquanto tudo estava quieto e Filipa estava no andar de cima. - Pai...ela mentiu para o senhor sobre tudo! - Eu não conseguia encará-lo.
- Sobre tudo o que, filha? - Meu coração estava acelerado e meu rosto estava quente.
- Ela é francesa, pai. - Solucei. - Ela veio da França já grávida de mim... - E então o ouvi se recostar na cadeira.
- Meu Deus! - Foi tudo o que ele disse.
- Não importa se eu não sou sua de sangue, mas o senhor ainda é meu pai. Não é? - E finalmente o encarei vendo seus olhos lacrimejando, o que partiu meu coração ao meio.
- Mareena... -
- Me diz que ainda me considera como sua filha, por favor! Eu ainda sou sua filha! - eu chorei tentando me controlar, mas eu tremia. - Não foi culpa minha!
- Está tudo bem, eu só estou em choque. - Ele falou e uma pontada de alívio me atingiu.
- Ela mandou que me levassem para a França durante a guerra, houve um imprevisto e fui esfaqueada. - Senti um frio na espinha. - Eu tenho mais duas irmãs, gêmeas. - Eu falava tudo de uma vez só. - Elas são mais velhas que eu, mas não podem assumir o trono, uma já está casada e a outra não é mais pura. - Senti a mão de Henrique em minhas costas fazendo movimentos para cima e para baixo me confortando.
- Tem mais alguma coisa? - Ele perguntou e assenti.
- Meu genitor é o Rei, meu casamento acontecerá daqui um ano, e eu quero que o senhor esteja lá comigo, ao meu lado. - Ele apenas ficou em silêncio digerindo tudo.
- Sua mãe. Eu não quero está no mesmo lugar que ela, e nem quero que Ravenna esteja no mesmo lugar que ela, em respeito a minha esposa. - Ele falou sério.
- Pai, eu entendo, de verdade. Mas é meu casamento, eu não posso impedir que a minha mãe esteja lá, ela é a Rainha ainda! - Falei calma para ele ao menos entender.
- Eu não vou ficar no mesmo lugar que ela, nem no mesmo lugar que o Rei. - Eu abaixei meus olhos novamente.
- Pai... - Eu insistir.
- Mareena, deixe ele digerir tudo, isso é demais pra ele. - Henrique susurrou em meu ouvido e sequeo as lágrimas no meu rosto concordando.
- Tudo bem. - Falei baixo.
- Ficaremos por aqui durante dois meses, se quiserem nos visitar, fiquem à vontade! - Henrique se levantou me levantando junto com ele. - Foi um longo dia para todos, Mareena está cansada e creio que vocês também. Mandem um abraço para Filipa, voltaremos em nosso tempo livre! - Ele falou tudo por mim pois eu não estava com cabeça para lidar com isso agora. Realmente foi demais para mim.
Saímos da minha antiga casa e eu não conseguia falar mais nada, nem pensar direito. Entramos na carruagem e saímos dali.
- Amor, está tudo bem. Ele só precisa pensar. - Henrique pegou em minha mão e segurou em meu rosto me fazendo o encarar. - Odeio te ver assim! - ele beijou meus lábios calmamente.
- Eu odeio me sentir assim! - Falei sentindo vontade de chorar outra vez. - E se ele não for no nosso casamento? - Perguntei já sentindo minha voz falhar.
- Ele vai. Eu sei que vai. - Deitei minha cabeça em seu ombro pensativa.
{....}
- Vamos comer um pouco, mandei prepararem um banquete. Mattia e Miranda já estão nos esperando. - Henrique entrou no quarto já falando e me levantei um pouco o encarando.
Assim que chegamos no castelo, vim para o quarto com ele e peguei no sono.
- Eu estou com sono, não estou com fome. - Falei deitando minha cabeça outra vez.
- Você não come desde de manhã, meu amor. Não pode ficar sem comer. - Ele se aproximou e sentou na cama beijando meu ombro e pescoço.
- Eu quem falava isso com você, agora é você quem fala. - Ele riu baixo.
- Você está mal-criada agora. - o olhei indignada e o mesmo sorriu para mim. - Sei que deve está exausta por tudo que está acontecendo na sua vida nesse momento, mas você precisa se erguer porque você é a mulher mais incrível que eu conheço nesse mundo! - Ele se aproximou e beijou minha testa e acarenciou minha bochecha.
Seu braço passou por baixo de mim e o mesmo me levantou fazendo com que eu me sentasse na cama.
- Vamos comer, só um pouco. - Ele pediu e beijou minha bochecha.
Eu não estava com apetite, nem forças para absolutamente nada.
Um casamento, sem meu pai. Isso não iria funcionar de jeito nenhum! Eu preciso dele comigo nesse momento tão importante da minha vida. Eu espero que ele mude de idéia antes que eu retorne para a França.
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Capítulo bem curtinho pois não estou com criatividade nenhuma! Pra vcs terem idéia, eu escrevi esse capítulo dia 6 de julho e só consegui terminar ele hj e ainda sim não estou satisfeita com ele🤡.
Enfim, amo vcs!
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