A Guardiã do Rei

Capítulo 88 l Possibilidade

Mareena Carter

- Há alguma possibilidade? - Questiono tocando em minha barriga coberta pelo vestido verde.

- Claro que há, Mareena! - Miranda respondeu sentada em sua cama.

- Eu não sei... Não sei se realmente existe algo aqui, mas as vezes eu sinto. - Falei baixo encarando minha barriga com um pequeno vão.

- Eu sinto que existe. - Ela disse e me virei em sua direção.

- Seu irmão não quer filhos, não por agora. - Eu disse cabisbaixa e obviamente triste. Miranda se levantou e caminhou até mim segurando minhas mãos.

- Ele só tem medo. Medo de ser um pai ruim. - Eu a encarei sentindo as lágrimas brotarem em meu rosto.

- Eu sei. Mas como eu vou lidar com isso se realmente existir uma criança aqui? - Questionei em desespero.

- Vamos lidar com isso juntas! - Me abraçou.

- Eu serei Rainha, esposa e provavelmente mãe. - Susurrei.

- E ainda sim é uma guerreira. Tenho certeza que lidar com tudo isso não tem sido fácil pra você. - Me apertou contra si.

- Tem sido horrível! - Chorei em seu ombro.

- Eu sei que sim... - Falou com sua voz calma.

- Tudo me deixa com medo, mas o que mais me assusta é a reação que seu irmão possa ter se eu estiver carregando um herdeiro no meio disso tudo, de toda confusão. - Eu mal conseguia pensar na sua reação sem ser um desastre.

- Comece a prepará-lo. - Franzi o cenho.

- Como? -

- Toque mais no assunto de filhos. - Fiquei pensativa.

- Ele foge. -

- Então o prenda se for necessário. - Eu dei uma risada em meio ao choro.

- Seu humor é de grávida com toda certeza.

- Eu fui esfaqueada e recém tive uma infecção. Como sobreviveu? - Me referi ao feto.

- Pelo visto é um guerreiro ou uma guerreira como a mãe. - Eu sorri.

Lidar com isso sozinha não seria fácil, eu sabia. Por mais que Miranda estivesse disposta a me ajudar, eu sabia que teria que enfrentar grande parte sozinha.

{....}

- Amor? - Sou tirada dos meus pensamentos quando Henrique me chama em meio à dança.

- Sim? - Acompanho seu corpo seguindo seu ritmo.

- O que foi? - Desviei o olhar rapidamente.

- Nada. Só estou cansada. - Eu não menti, estava realmente cansada.

- Vamos esperar mais algum tempo. A Inglaterra está feliz que se tornará Rainha dela, e ficaremos longe por bastante tempo. - Concordo abaixando minha cabeça.

- Meu pai não veio se despedir... - Falei baixo.

- Ainda há tempo. - Respirei fundo tentando não pensar tanto nisso.

- Tempo? - Eu ri sem humor. - Se meu pai realmente quisesse vim, seria o primeiro a chegar. - Henrique me encarava com atenção.

- Eu sinto muito por isso, querida. - Tocou em meu rosto com delicadeza e calma.

- Eu também sinto... - Susurrei.

Era doloroso ver que meu pai não veio se despedir da filha que voltaria aproximadamente no próximo ano. Eu me sentia abandonada. Talvez seja algo relacionado à minha gravidez, mas eu realmente estava magoada.