Capítulo 92 l Covarde

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Henrique V

Olho para Mareena que acarenciava o pelo branco do cavalo que estava sendo tratado por um dos guardas.

Eu a observava de longe, enquanto ela estava de costas para mim totalmente distraída.

- Vocês formam um lindo casal, sabe? - Ouço uma voz fina ao meu lado e me virei vendo uma das irmãs gêmeas de Mareena.

Acredito que essa seja Catarina, pela forma como fala.

- Eu sei. - Respondi voltando a focar em minha mulher.

- Ela parece ser uma mulher bem difícil de lidar. - Coloquei as mãos para trás.

Fico quieto.

- Parece ser daquele tipo que...enjoa rápido... - Eu sorri de lado com sua falha tentativa de me provocar.

- Ela só se enjoa ou se estressa com coisas ou pessoas que são rasas demais. - Respondi ríspido. - Pessoas como você, Catarina. - Falei calmo sentindo o vento bater contra meu rosto.

- Como eu? - Ela riu.

- Fiquei impressionado que em tanto tempo que estamos aqui, ela ainda não desfigurou seu rosto. - A encarei e vi a mesma me olhando com raiva.

- Como você fez com Pierre? - Eu sorri novamente.

- Exatamente! Eu e ela não suportamos pessoas invasivas, entende? Acho que é por isso que nos damos tão bem. - Respirei fundo. - Cuidamos um do outro.

- Não estão se dando bem nos últimos dias, certo? Um herdeiro está à caminho e pelo visto, você não se agradou com isso. -

- Eu poderia fazer com você coisas piores do que fiz com Pierre. - Falei frio. - Eu poderia visitar seu quarto a noite, afundar o travesseiro em seu rosto até você sufocar, provavelmente você tentaria de tudo para sair daquela situação; me arranhando, tentando me golpear com algum chute ou algo assim, mas seu corpo já estaria sem oxigênio e você morreria em mais ou menos , dois minutos. - Ela me olhava horrorizada enquanto eu falava aquilo para ela de uma forma tão natural.

- Você não teria coragem... - Eu ri com sua fala.

- Eu teria, eu com certeza teria. - Dei dois passos em sua direção ficando próximo dela. - Se ousar tentar algo contra minha esposa, eu te mato com as minhas próprias mãos. E eu não hesitarei em momento algum! - Ela continuou me encarando enquanto sua respiração ficava ofegante. E então, ela saiu, praticamente correu dali.

A observei entrar dentro do castelo novamente, e voltei meu olhar para Mareena que já me encarava com seu cenho franzido.

- Ótimo... - Murmurei e desço alguns degraus caminhando até ela.

Assim que a alcancei, não falamos nada um pro outro.

- Conversavam sobre o que? - Mareena perguntou ainda olhando para o cavalo e eu segurei o riso sabendo que ela tentava esconder seu ciúmes.

- Ah, coisas normais. - Respondi e seus olhos se voltaram para mim, como se me obrigassem a falar. - A ameacei de morte. - Ela não demonstrou nenhuma reação.

- Que bom, então. - Eu continuei a encarando. - ia ficar me olhando de lá ou tomaria coragem para vim até aqui? - Eu esperei um pouco para respondê-la.

- Estou respeitando seu espaço. - Respondo.

Há duas semanas...

- É claro que está. - Resmungou.

- Pensei em caçarmos hoje. - Olhei para o céu azul.

- Eu estava pensando o mesmo. - Levantei minhas sombrancelhas. - Preciso me sentir viva de novo... - Murmurou.

A Guardiã do ReiOnde histórias criam vida. Descubra agora