Capítulo 14

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AMY

Estou tentando ser o mais cautelosa possível.

Aparentemente estou "concordando" com tudo, então, vamos ao tour.

Iniciamos pela cozinha mesmo, afinal já estamos aqui.

Jason vai me mostrando onde fica cada objeto e alimentos e como funcionam seus equipamentos domésticos, pois praticamente todos são acionados por comando de voz. Pelo que ele diz, tudo na casa é conectado.

- O casal Graham trabalha para minha família há muitos anos. Logo os conhecerá. Jane é governanta e Thomas, antigo mordomo e administrador. Atualmente moram na sua própria casa, aqui próximo, e vem algumas vezes aqui. Ela é responsável por fazer todas as compras da propriedade, e também de casa, mas penso que logo você poderá assumir a casa e fazer isso, à sua maneira. Claro que Jane irá ajudá-la em tudo que precisar.

- Umhum -digo, em concordância, tentando esconder minha surpresa.

- Mas você não precisa fazer isso, se não quiser -fala apressado- só achei que gostaria pois acredito que tem o hábito de fazer suas próprias coisas.

- Isso é verdade, eu nunca dependi de ninguém nesse aspecto. Sempre fiz tudo só -digo com ar casual.

- Bem, depois você pode decidir isso. Vamos continuar.

Ele explica que em cima só há quartos. O meu, o dele e um de visitas e pergunta se quero ver ou se ficamos só na parte de baixo. Opto pela segunda opção e seguimos.

Fico impressionada com o tamanho do lugar. Não é imenso mas é bem grande comparado às casas que morei.

Chegamos à uma pequena academia, bem equipada. Hum, então ele gosta de se exercitar. Isso explica o corpo bem OK. Não é o tipo montanha de músculo, mas é bem proporcional, bem desenhado, até onde dá pra perceber apesar das roupas. Ele também tem uma postura bonita, é charmoso...

Mas que droga, o que estou pensando?! Foco, criatura!

- Foco! -penso e só depois me dou conta que falei alto.

Eita!

- Foco!? -repete me olhando estranho.

- É, sim... Tem que ter foco nos exercícios para obter resultados, não é o que dizem? Você parece ser focado -digo a primeira coisa que faz algum sentido.

- Sim, mas sem excesso. Só o suficiente pra manter boa saúde.

Passamos para o próximo ambiente e é um pequeno escritório. Há estantes altas cheias de livros nas parede do fundo e laterais.
De cada lado da sala uma mesa com notebook e tablet. A da direita é maior, e a da esquerda menor e sobre ela também havia canetas, lápis e um bloco de papel.

- Aqui eu mandei arrumar um espaço para você -apontou a mesa à direita- fiz o básico, depois pode modificar como preferir.

- Não sabia que gostava de livros tradicionais, físicos.

- Gosto de ler, mas confesso que leio pouco. E prefiro os meios digitais.
Essa biblioteca era do meu pai.

Caminho pela sala de boca aberta, analisando a quantidade de livros e organização de tudo. Chego a certo ponto das estantes em que reconheço os meus livros. Ele percebe o que estou observando.

- Ah, sim, são seus livros. Eu os trouxe.

Estou entre surpresa e surpresa.
Mas acho melhor ficar calada.

Sinto levemente sua mão nas minhas costas, me guiando para a última porta do corredor, mas em questão de segundos, ele a retira rápido, como se tivesse levado um choque, e se desculpa.

MonstroOnde histórias criam vida. Descubra agora