Capítulo 30

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AMY


Ele não diz uma palavra sequer.
Mas sei que mexi com ele de alguma forma.
Tudo bem que meu corpo não tem nada chamativo, mas ele parecia embasbacado.
Está me posicionando como sempre.

Droga, acho que vou ter que agir.
Estou nervosa e com medo, mas, dane-se.
Estou excitada. Vou tentar.

Se der errado, acho que o pior que pode acontecer é ele me mandar embora.
Não acredito que seja capaz de me bater.

Ele põe o preservativo e antes de mais nada, crio coragem:

- Jason?

- Amy? -parece curioso

- Posso fazer um pedido?

- Claro.

- Você poderia tentar fazer uma coisa agora? -ai, meu coração!

- Sim... o que seria?

- Pode me dar suas mãos? Onde você está, do jeito que está. Só... pode estendê-las pra mim?

Ele não respondeu nem se moveu por alguns instantes, mas vi, aos poucos a sombra de suas mãos, procurando as minhas.

Peguei-as, estavam trêmulas, e em silêncio, sobre o tecido da camisola mesmo, as coloquei sobre meus seios e as segurei firmemente, ali, por alguns segundos.

Retirei as minhas e ele manteve as suas lá. Sentia o nervosismo dele.

- Amy...

- Tudo bem. Se você quiser. -com luva, com roupa, seja como for, só quero que ele me toque agora.

- Eu quero. -disse quase num gemido e logo ele desliza as mãos, contornando, apertando suavemente, friccionando os dedos nos bicos duros, que saltavam sob a seda.

Ele se dedica a essa carícia e eu sinto sensações jamais experimentadas.
Se isso é prazer, seja bem-vindo e volte sempre!

Cada vez que sua palma quente ou seus dedos entram em contato com meus mamilos, envia uma corrente elétrica até meu sexo latejante.

Sua respiração está ruidosa e acelerada.

Solto um gemido baixo e ele paralisa.

- Machuquei você?

- Não. Pode continuar. Isso é bom, Jason.

Ele continua, variando um pouco os movimentos e intensidade.

- Amy... eu preciso...

- Sim. -sei que ele quer me penetrar agora.

Ele se move e sei que vai pegar o lubrificante.

- Jason. -chamo antes que pegue- hoje não precisa.

- Não?! Não quero machucá-la.

- Não vai, acredite em mim.

Ele se posiciona e devagar, seu pênis desliza para dentro de mim. Estou naturalmente lubrificada.

Enquanto se movimenta, suas mãos voltar a acariciar meus seios e suspiro com o prazer que sinto.

Não demora e Jason chega a seu ápice.

- Ah, Amy... -diz, em um gemido sexy, logo retirando as mãos e apoiando-as na cama.

- Foi bom -confesso, tímida, antes que se afaste. 

- Muito bom -concorda, suspirando. 

Em seguida se ergue, vai ao banheiro e segue a rotina de me limpar, me ajeitar na cama, desejar boa noite e sair. 

Fico só, com essa vastidão de emoções e sensações, antes desconhecidas, que vivenciei em tão pouco tempo. Na última hora, foram mais do que em anos de vida.
Nunca antes me senti "molhada" por excitação. Eu sabia o que era e como deveria ser, mas nunca senti na própria carne. 

Sinto-me uma adolescente descobrindo o próprio corpo e suas reações. Salvo me engano, Jason também deve estar na mesma.
Apesar que ele parece que já teve relações com outras mulheres. Será que era sempre deste jeito? Se ele tem esse problema em tocar e ser tocado desde o incêndio, acho que sim. Mas pode não ter sido sempre assim. 
Se tiver oportunidade, vou perguntar. 

Consigo acalmar minha agitação mental e dormir. 



JASON

Deve ser assim que um adolescente cheio de hormônios se sente.
Não vivi essa fase da minha vida. 
Só tinha os hormônios, mas não tinha a garota; me sentia só e desgraçado, o corpo totalmente diferente do que eu tinha antes e de como pensava que ficaria com o tempo.

O corpo continua monstruoso, mas não estou mais só e, de certa forma, encontrei um meio de me relacionar intimamente com Amy.
Pude vê-la, e isso pra mim foi como vislumbrar o paraíso!
Pude tocá-la. Seus seios me alucinaram de desejo. 
Se com roupas e luvas, não importa. 

Querer mais, eu quero! Sonhar que tenho mais, eu sonho.
Mas o que tenho de fato, é mais do que jamais imaginei.

O melhor de tudo é que consegui lhe dar prazer.
Com as carícias, ela ficou naturalmente "molhada", conforme eu havia lido. 
Nunca achei que conseguiria.
Ela gostou. Ela disse. Ela quis isso. 
Ela mesma tomou minhas mãos e as levou aonde queria que a tocasse.

Sei que ela merece mais. E quero fazer mais. 
Vou retomar minhas pesquisas. 
Já tenho uma ideia. Pela sua atitude hoje, acho que ela não rejeitará. 

Estou relaxado, sorrindo feito bobo, relembrando os momentos recentes. 
Agora é minha vez de agir. 

***

Mal acordo e meu primeiro pensamento, atende pelo nome de Amy.
Apesar da ereção dolorosa, me contenho e pego meu tablet para buscar ideias para agradá-la. Já tenho noção do que farei, mas preciso saber algumas coisas mais. 

A empresa está bem e já me ocupou demais recentemente. 
Vou trabalhar menos, encarregar Thomas de algumas demandas, designar-lhe mais um assistente, e vou dar mais atenção à minha mulher.

Eu disse que foi muito bom, mas só dizer isso não basta, quero mostrar o quanto foi especial o momento que tivemos.
Embora surpreendê-la nua tenha sido acidental, ela permitiu que a admirasse, não se ocultando de mim.

Se nossa rotina volta ao normal hoje, logo ela estará de pé. 
Adianto-me, desço antes e resolvo algumas coisas. 
Quando ela desce, já a espero ao pé da escada. 

- Bom dia. -ela cumprimenta simpática. 

- Bom dia. Hoje quero fazer um treino mais curto, tudo bem? Depois podemos caminhar um pouco. 

- Por mim, está ótimo.

Após os exercícios, saímos para caminhar e vou guiando o percurso, de forma que vamos até o jardim. 
Ao final do caminho de tijolinhos, embaixo da árvore mais frondosa, há uma mesa de café da manhã, posta para dois. 
Ela aparenta surpresa e dá um meio sorriso que, mesmo discreto, me derrete.

- Achei que gostaria de tomar café aqui. -digo, já indicando sua cadeira. Quero que ela sente num lugar específico.

- Ah, sim, eu gosto muito daqui -ela senta, olha pra mesa e depois para mim, que já estou  sentado à sua frente- ah, Jason, que lindo. Obrigada! -diz, segurando a peônia cor de rosa que estava sobre o lenço em seu prato. 

Não entendo sobre significado das flores, meu intuito era apenas fazer um gesto de delicadeza. Tive receio de parecer romântico e ser o tipo de coisa que ela não gosta.

Aparentemente ela gostou e estou tão contente que minha vontade é sorrir abertamente, mas aí vou assustá-la, então só tento fazer um semblante alegre.

Espero não parecer que estou fazendo careta.






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