Capítulo 29

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AMY

Deitei ao lado de Jason e ficamos ambos de barriga para cima, no mais absoluto silêncio. Silêncio esse que não existia dentro da minha cabeça.
Por dentro eu projetava um sem número de cenários, onde aquela cama servia de palco para momentos tórridos de intimidades, com direito a carícias, amassos, beijos, língua, tudo!

AI.MEU.DEUS!

Nunca pensei que ficaria assim. 
Com tantas intenções lascivas.
Por causa dos traumas, não achei que pensaria nisso, que iria ter esses desejos.
Mas com ele é tão diferente, ele é tão diferente. 
E todas essas sensações que eu não conhecia, que jamais senti antes, foram despertadas. 

Ponto para os livros e filmes de romance! Sorrio em silêncio comigo mesma.

Fico de lado, pretendendo dormir.
Após tanto fantasiar, começo a ficar sonolenta, ainda estou cochilando, num sono raso, quando sinto Jason se mover. Sinto sua respiração em minha pele e...  pouco depois ele para, inspira profundamente, como que apreciando meu cheiro e deita-se novamente.

Estou quase dormindo, mas sei que foi real. 

Ao acordar pela manhã, ouço Jason ressonando profundamente. 

Saio de fininho, vou ao meu quarto me trocar e desço para preparar o café. 
Já passa das 8h, acho que ele acordará em breve. 

Memórias da madrugada me inundam a mente.
Uma coisa eu decidi agora: farei algo para mexer com ele. Vou tentar provocar uma reação.  Porém vai ser algo "acidental".
A depender do comportamento dele, decido o que fazer -ou não- a seguir. 
"O que ele faria se me visse pelada"?  
Depois desses dias que não tivemos relações... se ele tiver de reagir, seria o momento certo.

Mas como faço isso?
Se tivesse o hábito de andar de toalha pela casa, a deixaria cair, "sem querer". 
Mas nunca fiz isso. Nem sei se teria coragem. 
Se eu o chamar na hora do banho, inventando que quebrou algo? 
Ai... não sei, mas vou bolar um plano. 

Perto das 9h, ele desce, tomamos café e ficamos o dia de folga. Ele me ajuda a fazer o almoço,  lemos, caminhamos, assistimos. E simplesmente o tempo se esvai, como areia entre os dedos. 

Após o jantar, ficamos um tempo à beira do lago e quando entramos, já subimos para deitar. 
Jason avisa que irá ao meu quarto. 
Assinto e saio calada, mas por dentro estou nervosa.
Tive uma ideia e vou pô-la em prática agora!

Entro no quarto e separo umas 2 camisolas, colocando-as em cima da cama. Deixo somente o abajur aceso, ficando o ambiente à meia-luz e sigo para o banheiro. Faço minha higiene, volto e começo a rotina de hidratantes, tudo muito devagar, não tenho a menor pressa.

Não olho para o relógio, pois quero fazer acontecer da forma mais espontânea possível. 
Mesmo tendo arquitetado isso, estou extremamente ansiosa. 
Estou olhando as camisolas, com a cabeça fervilhando, enquanto deslizo as mãos úmidas de creme na barriga, quando a porta abre, ele entra e imediatamente trava no lugar, seu olho quase saltando da órbita. 

No mesmo segundo, me viro, atordoada, ficando de frente pra ele. Não precisei fingir, o nervosismo se encarregou, mas consegui me conter o suficiente para não me tapar ou me esconder, e analisar seu comportamento.
Estou completamente nua!

Jason permanece estático. As mãos enluvadas estão inertes, soltas ao longo do corpo, mas percebo um leve tremor nelas. Seu olhar passeia por meu corpo algumas vezes e se detém em meios seios. Sua boca abre levemente, a respiração está alta e irregular. Sua ereção é evidente.

E eu? Não sei como não desmaiei. Minhas pernas estão bambas, meu coração acelerado, extremidades geladas. Contudo, não tiro os olhos dele , e ficamos assim, por vários minutos, ao fim dos quais, ele dá um passo em minha direção. Engole em seco e seu olhar sobe do meu peito para meu rosto. 

- Amy... eu... e-eu.. -fala baixo, a voz falhando. 

- Ah... Jason... eu demorei um pouco no banho e... é... -e agora?- desculpa bagunçar tudo -digo a primeira coisa que vem à cabeça. Que anta!

JASON

Deus!
Vou infartar!
Sigo para o quarto de Amy, louco de saudade. Esses dias não me dei prazer nenhuma vez.
Tanto pelo cansaço e estresse do trabalho, como pelos pesadelos que me abalavam, como também, porque eu a queria. Queria estar com ela, dentro dela.

Entro um pouco afobado, e o que vi me paralisou!
Surpreso!
Impressionado!
Admirado!

Ela está completamente despida.
Sim!
Nua!

EU NUNCA VI O CORPO DE UMA MULHER NA MINHA VIDA!
Não assim, ao vivo e em cores, de pertinho, em carne e osso.

E logo quem?!
Amy.
A mulher que ocupa meus sonhos.
A que eu desejo e quero continuamente.

Quanto já quis isso?
Tanto que nem sei mensurar.
Quanto planejei surpreendê-la assim!
Mesmo que eu não pudesse fazer nada.
Só sonhava em vê-la assim.

Ela é linda.
Perfeita.
Ela...

Espera!
Ela não correu.
Não se cobriu.
Seus braços estendidos ao longo do corpo, me permitem apreciá-la por inteiro.

Ela parece surpresa, um pouco envergonhada, talvez. Mas não a ponto de tentar se esconder.
Será que está tão chocada que não conseguiu reagir?

Não sei, mas é uma força enorme que preciso fazer para reprimir o desejo insano que arde em mim, e não sucumbir aos meus instintos.

Meu peito está um caos, não sei onde devo pôr as mãos, que eu queria mesmo era que estivessem em seus seios encantadores, dos quais não consigo desgrudar os olhos.

Preciso me desculpar e mostrar-lhe que não agirei como um selvagem, caso esteja em choque ou muito assustada.
Subo o olhar para sua face ruborizada e devagar, dou um passo até ela.
Tento falar mas não consigo formular uma frase.

- Amy... eu... e-eu -gaguejo, a voz quase não sai, pois minha respiração está descontrolada.

Ela explica que demorou no banheiro e pede desculpas, e essa é minha deixa.

- Não tem do que se desculpar, Amy -retrocedo dois passos até a porta- vou esperar lá fora enquanto termina.

- Não precisa, Jason. Você já está aqui. Pode ficar. -diz, pondo uma mecha de cabelo atrás da orelha e em seguida se vira para a cama e pega as camisolas.- qual escolho?

Nenhuma!

Era o que queria responder, mas fiquei calado.

Ela mostra as camisolas e me olha erguendo as sobrancelhas, me inquirindo uma resposta.

- Preta. -falo sem jeito.

Quando penso que vai vestir, apenas se vira e tenho outro vislumbre da sua perfeição: uma bunda que parece esculpida pelo melhor artista. Ai, meu coração!
Ela segue para o guarda-roupa, onde põe a outra peça, volta para próximo de mim e veste-se. 

- Você pode apagar a luz? -me pergunta e a seguir deita normalmente.

Nada digo. Desligo o abajur, tiro o lubrificante do bolso do pijama e ponho sobre a mesinha de cabeceira.



















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