Capítulo 36

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JASON

Já é final de tarde, irei buscar Amy no campo.
Sei que hoje é meu aniversário, mas não me importo. Como disse mais cedo, ela é tudo que quero.

Se de fato, eu pudesse ter um desejo de aniversário, seria um beijo dela.
Somente isso.

Mas, por algum razão que até agora desconheço, a sinto estranha.
Quando recebeu aquela encomenda, pareceu envergonhada.
Não sei se estou vendo coisas onde não há.

E hoje, está mais estranha ainda.
Fez um café e almoço muito bons, demonstrando querer agradar, mas ao mesmo tempo, parecia fria e distante.
Recebia e enviava mensagens constantemente e agia como se eu não devesse saber o conteúdo.

Não sei, mas estou ficando preocupado.
Será que ela pretende me deixar?
Quando lhe disse do único presente que me interessa, para minha surpresa, ela ficou calada.

Já estou chegando ao galpão e...
Onde está Amy?
Normalmente a encontro na porta, de saída ou já me esperando.

Entro à sua procura e não a vejo.
Juro que começo a sentir mal.
Vejo seu assistente e pergunto por ela e ele me responde que ela não apareceu à tarde!!!

Pela divina providência, Thomas aparece na hora e lembro que ela pode estar com Jane.

- Jay!

- Thomas. Amy está com Jane?

- Não sei. Não lembro de tê-la visto hoje. Vou perguntar. -ele envia uma mensagem para Jane e aguardamos.

Estou absolutamente angustiado.

- Jay! Thomas! -Todd se aproxima.

- Jay, ela não está com Jane. -diz indiferente.

Todd vê minha cara e pergunta o que aconteceu.

- Amy não está. Não veio trabalhar à tarde e não avisou nada. Não está com Jane.

- Já ligou o GPS?

Não queria usar desse expediente, mas vai ser o jeito, pois já estou atribulado.
Oh, Deus!
O GPS está desligado.

Senti uma dor aguda no peito.
"Ela me deixou", é tudo o que consigo pensar.

- Está desligado -digo e meu semblante denuncia meu pânico.

- Calma, ela pode ter ido socorrer algum animal ferido no bosque, ou algo assim.

- Mas como o GPS estaria desligado? Aqui sempre tem sinal. Teria que ser algo feito deliberadamente. Isso só pode significar uma coisa...

Encosto na lateral do galpão.
Desta vez a taquicardia é horrível.
Sinto náusea. Minhas mãos estão geladas.

- Se ela tiver voltado pra casa? -Thomas diz.- vamos lá. Se chegarmos e ela não estiver, verificamos as câmeras e veremos o que fazer.

Sigo o caminho cabisbaixo.
Estou arrasado.
Quase certo que ela se foi. 
Meu pior pesadelo se tornando realidade... 

A caminhada de 10 minutos me pareceu uma eternidade.

Ao nos aproximar e ver a casa escura, paro na porta, me apoiando na parede. O mundo está girando.

- Ela não está.

Thomas me olha assustado.

- Vamos entrar. Você precisa se acalmar.

Todd abre a porta e me indica entrar primeiro, enquanto os dois me seguem.

No instante em que adentro a sala, as luzes acendem e o que vejo me faz perder a capacidade de falar.

MonstroOnde histórias criam vida. Descubra agora