Capítulo 10

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JASON

Alasca

Sentado na poltrona ao lado da cama, olho para a mulher dormindo pacificamente e, apesar de preocupado com sua reação, estava mais do que certo da minha atitude e da decisão que tomei.

Não me importa que pareça um louco. Eu não sou normal mesmo, nem tinha como ser. 
Pensem o que quiserem!

Amy Richards agora é minha!

AMY

Abro os olhos e estou com sensação de tontura, apesar de estar deitada. Meu raciocínio está embotado...  

Opa, eu disse... deitada?

Numa cama bem confortável, por sinal.
Onde estou? 
Olho para o teto, tentando me situar, a cabeça está pesada, quando começo a lembrar o que aconteceu, movimento o pescoço para os lados, devagar, quando vejo a sombra de um homem se aproximar. 
O ambiente está numa penumbra, mas o reconheço, é o grandão!

- Olá, Amy. Finalmente acordou -desta vez o tom é cordial e amigável- como se sente? -pergunta.

Ele está em pé ao meu lado. Tento me sentar, mas tudo gira e volto a fechar os olhos. Será que estou sonhando?

- Não se apresse em levantar -continua- acredito que ainda esteja tonta e sonolenta. Descanse mais, durma mais se quiser. Do seu lado esquerdo há um abajur e aqui deste lado, água, caso esteja com sede; quando se sentir melhor, tome um banho e desça para comer e então, conversaremos.
Aqui tem tudo que você precisa. 

Ele já se dirigia à porta, quando se voltou e sua voz soou extremamente gentil:

- E, Amy, não se preocupe. Você está bem de saúde. E está segura, eu lhe garanto.

Dirigiu-se à porta e ao abri-la, Orange entrou, e o cara saiu, não me dando tempo de responder.
Mas eu não sabia mesmo o que dizer.

O que foi que aconteceu? Como eu vim parar aqui? Como Orange veio parar aqui? Que lugar é esse?

O bichano pula na cama e deita ao meu lado.

Passados uns 10 minutos, ainda sinto a cabeça estranha, mas já não estou tonta.
Devagar, sento, acendo a luminária, encho o copo na mesinha ao lado e bebo a água, como se estivesse no deserto.
Que sede!
Só então percebi que estou apertada também. 

Por quanto tempo dormi?

Onde fica o banheiro?

Olho em volta. É um quarto relativamente grande. No meio, uma cama de casal, a maior e mais maravilhosa que já deitei na vida. 

Levanto devagar e vou olhando tudo.

Na parede esquerda, escondida por uma bela cortina, uma porta dupla de vidro, que sai para uma varandinha aconchegante, com duas cadeiras de balanço, alguns vasos com plantas ornamentais e uma mesinha de apoio, tudo de madeira num estilo rústico, assim como a mobília do quarto. 

Na parede à frente, uma boa TV.
A porta ao lado direito é a saída, próxima à qual há uma poltrona grande e macia. O banheiro, finalmente, é a porta do lado esquerdo. 

É grande, mas não exagerado. Tudo super limpo, arrumado e bem decorado.
Abro o armário logo na entrada e está bem abastecido de roupa de banho e produtos de higiene, além de pentes, escovas de cabelo e secador. Já há uma toalha e um roupão limpos e prontos para uso no gancho.

Realmente, preciso de um banho. 

Acabo de me dar conta que meu pulso direito tem uma...  pulseira inteligente?  É prateada e está tão confortável e ajustada que nem tinha percebido antes. Isso não me pertence.
Como veio parar aqui?
Mais uma pergunta pra minha extensa lista.

Tento retirá-la mas não consigo. Deve ser à prova d'água. Assim espero.

O ambiente é tão familiar e aconchegante que nem estou conseguindo pensar muito, embora eu queira e precise saber o que houve. Mas ainda estou meio lenta desde que... 

- Meu Deus, passei mal e ele me socorreu? Mas como poderia, o que ele estaria fazendo ali, naquela hora? Será que foi à minha procura, pra me pagar ou agradecer? -falo sozinha e de repente uma ideia me passa rápido- e se me drogaram? Será que aquele maldito me encontrou, fez isso e o cara das cicatrizes apareceu e me "salvou" ?

Lembro perfeitamente de tê-lo visto, logo antes de perder os sentidos... aliás, desmaiei nos braços do grandão
O quer que houve, só ele poderá me dizer.

Caramba, estou mais confusa ainda! 

Apesar do banho revigorante, estou preocupada.
E com fome! Meu estômago ronca. Não sei quanto tempo faz que não como. 

Acendo as luzes e na parede oposta à varanda, há um grande guarda-roupas. Abro e me surpreendo ao ver todas as minhas roupas e calçados lá! Tem alguns novos também, em estilo parecido com as demais. 

Agora que estou mais desperta, entendi porque o local me parece familiar, a decoração do quarto é nos mesmos tons que a decoração da minha casa e meus produtos de lavanda estão todos aqui. 

Isso é realmente assustador! Parece uma situação de filme ou novela.
Mas não posso surtar. Ativo o modo "zen":
"Respira. Calma. Enlouquecer pra quê? O que ganho com isso"? 
Não vou morrer de véspera.
O principal é minha integridade física. 

Visto uma roupa confortável, bebo mais um pouco de água, chamo meu gato e saio. 

O quarto é o último do corredor, que não é longo e daqui já vejo uma escada. Sigo passando em frente a mais uma porta, que creio ser outro quarto. 

Desço devagar e de frente, minha primeira visão é a sala de estar, 
Um sofá, duas poltronas, mesa de centro, algumas luminárias e uma grande TV. 

À esquerda, acredito que seja a porta da frente, mas a parede está toda oculta por cortinas.
À direita, separada por uma pequena mesa de 4 lugares, uma cozinha bem equipada, de onde vinha um cheiro delicioso. 

No canto está um suporte com vasilhas com água e ração, onde o traíra do meu gato já estava comendo.

O homem deve ouvido meus passos, pois mal desci o último degrau, ele veio em minha direção. Vestia calça de moletom e camiseta escura, seu rosto e cabeça totalmente descobertos. Agora vi que a cicatriz que começa na pálpebra esquerda, vai até o couro cabeludo, onde deixa uma falha nos cabelos escuros. 

- Oi, como se sente? Está com fome? - pergunta, solícito, parando a poucos passos. Apesar da voz firme, tenho a impressão que está nervoso. 

- Sim, estou com fome.

- Tem uma sopa muito boa e pão caseiro, espero que goste -fala, se virando em direção à mesa. Ele puxa uma cadeira e a aponta, e segue para o fogão.

Sento e em alguns minutos, tem uma tigela na minha frente e um prato com fatias de pão e manteiga, que pelo aroma, deve ser de ervas. Parece apetitosa. 
Ele senta na minha frente. 

- Não vai comer? - pergunto, levantando uma sobrancelha.

Por Deus, eu deveria estar com apavorada, mas ele não me inspira medo.
Droga!!!
Estou mais desequilibrada do que pensei.

- Já comi, mas posso acompanhá-la -fala e então levanta-se, se serve e volta. 

- Então... -começo- como é seu nome? Pois o meu você já sabe -falo com cautela, afinal, não sei com quem estou lidando, apesar de não me sentir amedrontada. 

Ele come devagar, de cabeça baixa:

- Ah, sim...  você está certa. Meu nome é Jason Aaron Cooper. -responde sem me olhar. 

- E onde estamos? Onde estou? -corrijo- Como... ? -interrompo minha fala com uma colherada de sopa.

- Não prefere terminar de comer? Sei que são muitas perguntas, mas prometo explicar tudo. -Ele sugere educadamente e resolvo acatar. 

Nossa, essa comida tá muito boa! 














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