IV.

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Harry sentiu o cheiro dele muito antes de vê-lo.

Mesmo com a porta do camarim fechada, ainda era possível sentir o cheiro natural dele, levemente misturado com perfume. Era muito bom.

E era difícil dizer onde aquele alfa estaria, porque Harry tinha dificuldades em utilizar sua habilidade, então a única coisa possível de se afirmar era a proximidade, poucos metros, um quilômetro no máximo.

O cheiro era bom o suficiente para despertar sua curiosidade, enquanto pensava sobre as diversas pesquisas que foram feitas relacionando o cheiro com a aparência física.

É claro que o cheiro estava atrelado a atração física, essa informação era óbvia desde o primeiro cruzamento de DNA humano com lupino, séculos atrás, quando tal alteração genética foi necessária para preservação dos humanos, mas o interessante dessas pesquisas, era analisar se quanto mais linda a pessoa era, melhor seria o seu cheiro, e de como alguns atraiam mais potenciais parceiros que a maioria.

Quem quer que seja a pessoa que está distraindo Harry, ela é linda.

Seu momento de subir ao palco chega e ele se esforça para se concentrar apenas em responder as perguntas.

Mas o cheiro vai ficando mais forte. E mais forte.

— Harry, topa participar de um dos nossos quadros mais legais? — Pergunta o apresentador do Morning.

E mais forte.

Ele não chega a responder antes do apresentador continuar.

— Uma salva de palmas para Louis Tomlinson!

Os dois nunca haviam se visto pessoalmente. Foi uma surpresa para ambos quando seus olhares se encontraram, mas foi uma surpresa ainda maior para Harry, que parou de sentir o odor que o estava atormentando.

Sabe quando um sentido fica mais aprimorado quando perdemos outro? No momento em que o cheiro ganhou um dono sob os olhos dele, seu olfato enfraqueceu.

Talvez porque ele não precisasse procurar mais.

Naquele palco, Harry pensou que deveria fazer sua própria pesquisa, porque ainda que o cheiro de Louis fosse bom, ele não sentiu nenhuma atração por ele, na verdade, o sentimento era de repulsa.

Também naquele palco, Harry jurou que jamais contaria aquilo a ninguém.

[;]

Cerca de doze dias depois de ter sua vida arruinada por um programa de auditório, Harry Styles desembarcou em Paris. Sua recepção foi agitada, cheia de fotógrafos e fãs, com seus seguranças o cercando e a repetição da mesma pergunta: Por que Louis não está com ele?

Harry ignora todas as perguntas, sorri para alguns fãs e entra no carro fervilhando de ódio de Louis Tomlinson, do Morning e de almas gêmeas no geral.

Seu segurança pessoal e de maior confiança, Miller, entra no veículo logo após, sentando-se na parte da frente junto com o motorista e eles seguem viagem com Harry inquieto no banco detrás.

Louis chegará em breve e os dois precisarão discutir os detalhes de um plano que ele mal sabe qual é, além de toda a questão de fingirem ser um casal, pensamento que está lhe causando náuseas.

— Por que tantas perguntas sobre Louis? — Resmunga consigo mesmo.

— As pessoas estão animadas em ver os cantores mais populares como almas gêmeas, principalmente depois de verem vocês brigando — responde Miller. Harry nem havia notado que ele estava prestando atenção.

— Mas eles não deveriam achar estranho? Eu acho.

O carro se aproxima da saída do aeroporto e Miller se vira para o motorista, explica rapidamente para onde vão em francês e depois se vira para Harry.

Point of No ReturningOnde histórias criam vida. Descubra agora