XXXV.

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Louis acorda com Harry em cima dele.

Por "acordar" ele quer dizer que sua mente, apagada pelo rut, retorna aos eixos por um momento, com ele tomando consciência de quem é e de onde está, ao invés de pensar e ver apenas Harry.

E  "em cima dele", o alfa quer dizer que o ômega está em seu colo, mãos espalmadas em cima do peito de Louis enquanto rebola em cima do seu pau.

Suas mãos, que estavam apertando a cintura do ômega com força, vão para o rosto dele, chamando sua atenção. Os olhos de Harry se abrem — quase não há verde e sua visão está desfocada.

Ele sorri para Louis e se inclina para o beijar.

A consciência dele se vai durante o beijo.

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Quando Louis acorda novamente, está escuro tanto do lado de fora, quanto do lado de dentro. Os dois estão deitados de lado e ele ainda está dentro do ômega.

Louis boceja e tira seu pênis de dentro de Harry com cuidado, antes de abraçá-lo com força novamente, afundando seu nariz na nuca dele para sentir seu cheiro.

O cheiro natural dele está intensificado, acompanhado do cheiro de calêndula e de Louis. É ridiculamente bom, o alfa quer o cheirar para sempre.

Segundos depois o ômega acorda, e se vira até estar de frente para o alfa, sorrindo para ele.

— Você está com a barba por fazer — comenta sorrindo maliciosamente —, você fica muito sexy — adiciona. — Por que você não faz um bom usa dessa barba, e a esfrega nas minhas coxas?

O alfa rosna em resposta, sua consciência dando indícios de ir embora à medida que sua ereção vai aumentando. Louis respira fundo para se manter ali e absorver tudo que pode para guardar em sua memória.

De certa forma, ele vem fazendo isso desde o dia que conheceu Harry, ainda que inconscientemente no começo.

Ele se afasta de Harry e se move na cama até estar entre as pernas dele. Louis beija as coxas dele e depois se vira para lamber a entrada lubrificada dele.

As pernas do ômega se fecham instintivamente e o alfa usa as duas mãos para abri-las novamente, rosnando baixinho, um misto de advertência e possessão.

— Caralho, sim — ofega o ômega —, sim, sim, sim. Caralho, eu quero ficar aqui pelo resto da minha vida.

Os cios dos ômegas normalmente são mais longos que os ruts dos alfas, e Louis agradece aos Céus por isso, porque ele é capaz de aproveitar esses momentos e a boca atrevida de Harry.

Seu último pensamento coerente é sobre o quão atrevido Harry seria se não se empenhasse tanto em esconder o que sente e o que ele precisará fazer pra se certificar que, no futuro, ele não esconda nada dele.

Ele se vira para procurar um preservativo e franze o cenho ao não encontrar nenhum na mesa de cabeira. Louis se vira para procurar na outra e escuta o ômega rir, antes de o puxar para um beijo.

— Coração, espera — murmura o alfa com a voz rouca. — Preservativo — explica, já rendido aos toques do ômega.

— Não estamos usando — responde Harry, se afastando apenas o suficiente para o olhar nos olhos e sorrir maliciosamente. — Acabou — acrescenta se aproximando para o beijar novamente. — Mas eu tomei o remédio direitinho, porque ainda é cedo para termos os nossos filhotes, você não concorda?

Louis assente, atônito.

Filhotes com Harry, não era uma ideia desagradável. Nunca foi.

Então ele fode o seu ômega sem preservativo, sabendo, bem no fundo de sua mente, que ambos possuem compromissos para os próximos meses, que ainda não é o momento. Ainda é cedo.

Point of No ReturningOnde histórias criam vida. Descubra agora