XXXIV.

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Os dois estão hospedados no mesmo hotel, mas não no mesmo andar, o que se parece tanto com uma benção, quanto com uma maldição.

Aparentemente, Charlotte cancelou a reserva de Louis, então os funcionários do hotel tiveram que remanejar a equipe dele para conseguir uma suíte para Louis.

Harry só ficou sabendo disso quando tudo já estava resolvido e Levi apareceu para contar a fofoca. Se ele estivesse na recepção, teria oferecido seu quarto para dividirem, o que é uma péssima ideia, de qualquer forma, então foi bom que ele não estava.

— Harry? Está me ouvindo? — Chama Levi, tirando Harry de seus pensamentos.

— Oi, não, me distrai — responde ele. — Desculpa. Você estava falando sobre o jantar de hoje?

— Isso mesmo — confirma seu assistente. — Vamos sair às seis para o coquetel, o jantar será servido às oito e depois podemos voltar para o hotel. Eles vão querer te segurar lá, mas tenho a desculpa perfeita para virmos embora quando você desejar.

— Ótimo — responde Harry se levantando do sofá da pequena sala que compõe sua suíte e seguindo na direção do banheiro. — Já vou ficar de banho tomado. Te encontro dez minutos antes de sairmos.

Ainda faltam algumas horas, mas Harry está ansioso por um cochilo.

— Combinado — responde Levi —, até mais — acrescenta antes de ir embora.

O jantar com os representantes alemães de sua gravadora não estava em seus planos, mas depois da demissão de James, todos parecem ansiosos e receosos ao redor de Harry, temendo que tenha apoio para sair da gravadora e causar prejuízo a eles, considerando que ele é o artista mais rentável e o que aconteceu  da multa por quebra contratual.

Sinceramente, Harry nunca considerou algo assim, mas aceita a bajulação, sabendo que poderá cobrar algum favor no futuro. É uma boa carta na manga.

Ele acorda atrasado e se arruma correndo, quase cochilando no caminho até o jantar, perguntando-se por que diabos ele se sente tão cansado. Jet lag é algo que raramente o afeta, então não faz sentido.

Seja como for, o coquetel e o jantar são tão chatos quanto o previsto e, como prometido, Levi os tira de lá assim que Harry começa a dar os primeiros sinais de morte por tédio.

— Amanhã temos compromisso na final da tarde, ensaio para a participação no programa no outro dia cedo — avisa Levi no caminho para o hotel. — Durante o dia você está livre, por que não chama Louis para fazer alguma coisa?

Harry dá de ombros, como se fosse considerar a ideia, mas a verdade é que ele se sente receoso em chamar Louis para um encontro. O alfa não demonstrou qualquer interesse em namorar com ele e o ômega não sabe o que fazer.

Ele nunca namorou, então não sabe como deveria agir, principalmente quando não recebe nenhuma demonstração de interesse da parte do outro.

Antes, quando estava transando, parecia haver sempre algo brilhando nos olhos de Louis, agora Harry não consegue olhar nos olhos azuis por tempo o suficiente para tentar identificar alguma coisa.

A verdade é que bem no fundo, Harry está com medo da rejeição.

Ele nunca se apaixonou, ele nunca nutriu por ninguém os sentimentos que nutre por Louis. Se a resposta do alfa for negativa, Harry não sabe se conseguirá lidar com ela.

O ômega nunca teve um coração partido para saber se iria conseguir lidar com isso quando tem tanto trabalho para sempre.

— Acho que durante o dia vou para à academia, trabalhar em algumas letras, não sei. Estou cansado então provavelmente vou acordar tarde e não terei muito tempo para ficar de bobeira de qualquer forma — responde depois de vários minutos, quando nota que Levi está esperando por uma.

Point of No ReturningOnde histórias criam vida. Descubra agora