XXXVIII.

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Harry pousou em Nova York no fim da tarde, mas só conseguiu chegar no local onde seria o show, cerca de vinte minutos antes de começar. O trânsito não colaborou e ele teve problemas ao desembarcar, porque era um voo comercial e as pessoas o reconheceram.

Durante o voo, Harry ficou com a mão em cima do bolso do blazer, onde colocou o envelope dobrado, sem a mínima vontade de abrir, enquanto ensaiava o que iria dizer a Louis.

Quando chega na arena onde será o show, Oli está esperando por ele, com a porta aberta e um sorriso largo no rosto. Levi o avisou que Harry estava indo, e Oli prontamente se oferecer para fazer o possível para o ajudar.

— Oi, Harry! — Diz ele animado, se afastando da porta, abraçando-o assim que Harry desce do carro. — Como foi o seu voo?

— Eterno — responde ele rindo nervosamente —, não via a hora de chegar. Louis já está no palco?

— Ainda não, mas o show começa em menos de quinze minutos, então ele está aguardando lá perto.

— Ah, sim, certo — responde Harry decepcionado, porque ele ainda estava nutrindo uma mísera esperança de que Louis ainda estivesse em seu camarim.

— Vou te levar para o camarim dele, quando o show começar, eu te busco para você assistir, de uma distância segura para que Louis não perceba que você está aqui e estrague a surpresa. Ou não, não sei quais são seus planos.

Harry ri. — Prefiro não atrapalhar o show, e eu queria muito assistir sem que ele soubesse que estou vendo.

Oli assente e abre a porta novamente, segurando-a aberta para que Harry passe. O motorista contratado para Louis, e quem buscou Harry no aeroporto, se encarrega de levar as malas dele para o apartamento que o ômega possui.

Ele nunca soube explicar o motivo de ter um apartamento em Nova York, considerando que não gosta dos Estados Unidos, mas o imóvel se mostrou extremamente útil.

Sem sua mala, a única coisa que Harry carrega além de seu celular, é o teste de compatibilidade deles.

Oli o guia rapidamente para o camarim, porque estão chamando-o para fazer alguma coisa e Louis irá questionar o motivo da demora, e para o azar deles, o alfa saberá se seu melhor amigo estiver mentindo.

— Essa habilidade do Louis é tão irritante às vezes — comenta o beta e Harry assente, concordando, mas no fundo ele gosta.

Ele gosta principalmente por ser rara, assim como a sua.

O camarim de Louis está totalmente organizado quando ele entra. Há diversas opções de comidas e bebidas, um sofá, uma penteadeira e uma arara com roupas, além de alguns sapatos ao lado.

O perfume do alfa ainda está presente do ambiente e Harry sorri ao respirar fundo. Ele olha a hora em seu celular e sente seu coração bater mais forte quando percebe que faltam dez minutos para o show começar.

Entediado, ele caminha até os salgadinhos, mas como não está com fome, ele tira o envelope do bolso e o encara fixamente, pensando em como um teste de compatibilidade mudou sua vida, independentemente do resultado negativo ou positivo.

Ainda encarando o envelope, Harry se assusta quando a porta se abre com força, revelando Louis do outro lado.

— Oi! — Exclama Harry surpreso, rindo nervosamente. — Como você...? — Começa ele, mas se interrompe quando Louis entra no camarim, batendo a porta atrás de si e caminhando determinado em sua direção.

O alfa está sorrindo para Harry, e isso o faz sorrir também.

— Eu ouvi, eu acho — responde ele —, não sei, apenas sabia que você estava aqui — explica Louis parando na frente de Harry.

Point of No ReturningOnde histórias criam vida. Descubra agora