XXVIII.

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Harry chega na Holanda dormindo, despertando aos poucos enquanto o avião começa a pousar. Ele ainda está acordando quando vê Louis ser o primeiro a desembarcar, e revira os olhos para o alfa.

Oli está logo atrás de Louis, e Harry segura a vontade de revirar os olhos para ele também. Internamente, o ômega se pergunta se Oli sabe que ele sabe ou se o alfa não se dignou a comentar o ocorrido.

— Quer ajuda com sua bagagem? — Pergunta Miller parando próximo a poltrona de Harry.

— Sim, só estou com a mochila aqui — responde ele, finalmente se mexendo para se levantar e sair.

Seu segurança assente e se afasta, enquanto ele começa a juntar suas coisas para ir. Ao desembarcar, Harry vê Miller terminando de colocar suas malas no porta-malas. Não há nenhum sinal de Louis.

Há um motorista para levá-los até o Hotel, então Harry vai sentado sozinho no banco de trás, olhando a paisagem e pensando se deveria demitir James o quanto antes ou após a mini turnê de divulgação acabar.

O hotel que ficará hospedado é bonito, com arquitetura clássica e diversas flores compondo a decoração. O quarto de Harry fica na cobertura e é apenas um grande quarto, com uma cama king size, um sofá em frente uma televisão e uma pequena mesa; o banheiro é enorme e sacada grande o suficiente para ser agradável.

Agora que a investigação chegou ao fim (assim como seu — entre muitas aspas "relacionamento" — com Louis), Harry se encontra possuindo muito tempo livre. Ele tenta se recordar do que costumava fazer antes de Louis, mas é como se tudo tivesse acontecido em outra vida.

Normalmente ele iria compor, trabalhar em novas letras e, se tivesse com seu violão, algumas melodias também. Ou iria ensaiar com sua banda, ou provar as roupas de suas próximas aparições públicas. Com a banda e seu violão na Inglaterra, não sobra muitas opções.

Por fim, ele decide ir à academia e treinar um pouco sua habilidade. Harry fez um progresso considerável com seu olfato, o qual ainda não está nem perto de alguém que treinou desde criança, mas é uma melhora considerável perto de como estava dois meses atrás.

No momento, Harry está em um restaurante e consegue sentir o cheiro de todos os ingredientes que possuem na cozinha quando a porta abre para os garçons passarem. É preciso muita concentração e ele está razoavelmente perto, mas é impressionante.

— Isso não parece certo — murmura Miller.

— Já disse que você pode aproveitar a noite sem se preocupar em ser meu segurança enquanto jantamos — responde Harry.

— Não é sobre isso que estou falando, estou analisando a sugestão de vinhos e acho que uma delas não é uma boa combinação — explica ele —, estou feliz com minha "quase folga".

Harry decidiu jantar fora porque queria evitar ficar sentindo o cheiro de Louis, considerando que os dois estão hospedados no mesmo hotel (ele verificou na agenda conjunta deles, ainda que já soubesse a resposta), e deixar Miller parado esperando-o comer sempre foi algo estranho para ele.

— E então, você vai me contar o que aconteceu entre você e aquele alfa? — Questiona Miller fechando o cardápio de vinhos.

— Nada demais — mente Harry —, percebi que ele não confia em mim como eu confiava nele.

Miller pondera suas palavras por algum tempo, tempo este que é suficiente para o garçom vir até a mesa deles para questionar qual será a entrada.

— E a história sobre ele ser sua alma gêmea?

O ômega dá de ombros, mas nota algo implícito nas palavras de Miller.

— Você não acredita que ele é minha alma gêmea.

Point of No ReturningOnde histórias criam vida. Descubra agora