XXXVI.

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Harry acordou nos braços de Louis e ao invés de se afastar e fingir que nada aconteceu, ele continuou ali, escutando a respiração do alfa.

Não dava para fugir do fato de que eles haviam passado, não apenas o seu cio juntos, mas o rut do alfa também.

A sacada estava aberta e Harry ficou observando o sol nascer, sabendo que em breve iria precisar se levantar para trabalhar — ou pelo menos tentar, porque ele não fazia ideia se seus compromissos foram remarcados, principalmente com os ensaios de turnê atrasados depois desses dias a mais que passou em Berlin.

Ele sentiu quando Louis acordou, passando a mão por seus cabelos e resmungando alguma coisa, seja o que for, ele parecia satisfeito.

Harry não sabia o que dizer.

Obrigado por ter passado meu cio comigo, foi supimpa.

Valeu.

Você sabia que eles demoraram três semanas pra gravar a cena no aeroporto em Capitão América — Guerra Civil? Não? Ah, deve ser porque eu acabei de inventar isso.

— Você pensa demais, ômega — murmura Louis.

— E você pensa de menos — retruca Harry mal-humorado, fazendo o alfa rir.

— Bom dia, princesa.

O corpo de Harry se retrai e ele sente o rosto esquentar, porque bem no fundo da memória, ele lembra de Louis chamando de diversas coisas, geralmente, era tudo que ele dizia: seu nome e apelidos.

Princesa. Ômega. Coração.

— Bom dia — responde ele se afastando. — Acho que preciso trabalhar — justifica-se, porque pareceu estranho simplesmente se afastar de Louis.

O alfa não diz nada, apenas o observa procurar por seu celular e ver os e-mails que Levi mandou. Louis apenas fica lá, olhando para ele e Harry tenta se concentrar no que precisa fazer.

— Você não precisa trabalhar também? — Questiona Harry suavemente, depois de alguns minutos e de tentar ler o mesmo e-mail cinco vezes.

— Oli está ocupado com alguma coisa e deixou o dia livre, uma missão secreta ou algo do tipo — explica Louis.

— A gente poderia aproveitar que eu estou com a agenda livre agora de manhã, e ir fazer o teste de compatibilidade — sugere Harry num sussurro.

Ele não quer tocar nesse assunto. Ele não quer pensar que existe a possibilidade do cara por quem está apaixonado, seja sua alma gêmea, porque não quer lidar com o resultado negativo novamente.

Harry olha para Louis e pensa em como almas gêmeas são raras e qual o tamanho da sorte que eles teriam se fosse.

Mas Lottie disse que não eram, que o teste voltou negativo e ela subornou alguém para mudar.

E ela não estava mentindo. Harry saberia se ela estivesse e Louis também, mas ela não estava mentindo.

— Acho uma ótima ideia — responde Louis sorrindo suavemente para ele.

E Harry sorri suavemente de volta.

[...]

A clínica, especializada em diversos tipos de exames, é enorme. Levi os guia pela entrada dos fundos, enquanto ambos tentam entrar o mais discretamente possivelmente.

Uma enfermeira sorri em cumprimento e indica o caminho até uma sala, onde Harry preenche uma ficha com seu endereço, para o exame ser enviado pra lá, enquanto debate se coloca um nome falso ou não, Louis paga pelo exame.

Point of No ReturningOnde histórias criam vida. Descubra agora