• pov. Gizelly •
Naquela segunda, eu acordei com um mal humor terrível, não sei se pela noite mal dormida ou por Rafaella. Talvez pelos dois.
Encarar cinco horários não foi fácil e ver Rafaella pessoalmente depois da nossa última conversa, piorou bastante a minha situação. Enquanto eu explicava a matéria, às vezes me via desviando meu olhar para minha aluna dos olhos verdes, que tinha a atenção totalmente em mim. Foquei e concentrei-me bastante até aquela aula passar lentamente.
Minha vontade era de ignorar ela até essa maldita atração passar de vez. Porém, ignorar ela, era demais pra mim.
{...}
- Rafaella. a chamei assim que a vi passando pelo portão de saída do colégio junto de suas amigas.
Ela parou, se virando.
- Oi.
Logo reparei um arranhão em sua testa e outro em sua bochecha.
- Fiquei sabendo do acontecido, como você está?
- Tô bem, só uns arranhões.
Pude ver alguns em seu braço também.
- Só uns arranhões feios ein. comentei segurando seu braço.
- Sou um desastre ambulante.
- Pelo que me falaram, a menina foi pegar a bola e avançou sobre seu corpo.
- Sim, é verdade, mas eu nem tinha que tá lá, nem jogo vôlei, inventei e deu nisso. falou soltando um risada nasal.
- Vamos no hospital, você tem que fazer curativo nisso.
- Não precisa, já já melhora.
- É sério. insisti.
- Eu tô bem, sério também. falou rindo e eu assenti frustrada.
- Deixa pelo menos eu te levar em casa então. pedi.
- Não vai desviar o caminho para o hospital? perguntou rindo e eu neguei.
- Devia, mas não vou, sua teimosa.
- Vou só falar com as meninas. ela disse.
- Chama elas também, é caminho né?
- Sim.
Ela saiu em direção as meninas e eu fiquei esperando e logo com as três junto dela.
- Vamos? as chamei e elas assentiram.
Caminhamos até o estacionamento da escola e destravei o carro, dando passagem pra elas entrarem, acabei segurando o riso ao ver Bia empurrando Rafa para se sentar no banco da frente, e eu fiz o mesmo, dando partida no carro.
- Me sentindo adorável andando no carro da professora. Manu disse me fazendo rir.
- Nós três estamos nos sentindo pela primeira vez, porque a Rafa já varias né amiga? Bia disse erguendo o corpo a empurrando pelo ombro.
Ri outra vez.
- Para menina, que isso? Rafa exclamou.
- Gente o que acham de irmos no cinema amanhã ver Meu Eterno Talvez? Manu perguntou.
- Eu já vi uma vez, é de comédia romântica.
- A cara da Maria Manoela. Rafa comentou.
- Sim, eu amo esse filme. Manu concordou.
- A última romântica. Bia falou rindo.
- Vamos ou não? Manu questionou.
- Por mim, tudo bem. Mari concordou.
- Vocês só marcam encontro de casais, cadê o respeito com a solteira aqui? Rafa indagou séria e todas nós rimos.
- A profe vai com você. Manu disse e eu engasguei com minha própria saliva.
- Tudo bem professora? Bia perguntou.
- Tudo sim.
- Você vai com a gente? Manu me perguntou.
- É que eu não sou muito fã de filmes de romance. falei.
- Nem eu. Rafa disse jogando o corpo para trás no banco.
- Não gosta porque está solteira. Bianca pontuou.
- Exatamente. Rafa concordou. - Filmes românticos é pra quem tá namorando. concluiu.
- Concordo com a Rafa. falei.
- As duas vão juntas e uma faz companhia pra outra e tá tudo certo. Manu disse e eu ri negando com a cabeça. - Por favor. insisitu.
- Venceu pela chatisse Manoela. Rafa falou.
Parei o carro perto de uma esquina e Bia e Mari agradeceram, se despediram e desceram.
- Que horas é o filme? perguntei.
- Oito horas. Manu respondeu.
Após mais alguns minutos, parei o carro novamente e Manu desceu, se despendido de nós duas. Logo continuei o caminho até a casa de Rafa, que não demorou muito a chegarmos.
- Passa um álcool aí pra desinfetar e pede sua mãe pra fazer um curativo. disse firme para ela.
- Tá bom Gizelly Bicalho! falou e eu semicerrei os olhos.
- Perdeu o respeito pela sua professora? indaguei fingindo ofensa e ela riu.
- Desculpa, mas tá engraçado você assim, não foi nada demais, eu vou ficar bem, eu tô aliás.
- Eu sei, só fiquei preocupada em te ver assim. expliquei e ela sorriu de lado.
- Pode deixar eu vou limpar direitinho e fazer curativo, tá bom assim?
- Muito melhor... bom, tenho que ir, até amanhã.
- Até amanhã, dua vezes. falou rindo, se referindo ao cinema.
- Olha o que eu estou fazendo por você, indo ver filme de romance. falei e ela fez uma careta.
- Você não precisa ir se não quiser, eu desmarco com as meninas ou chamo outra pessoa pra ir comigo. falou, mas percebi seu semblante mudando.
- A pessoa específica? questionei erguendo a sobrancelha e ela riu.
- Véi, esquece isso. sorri com seu jeitinho de falar.
- Vamos amanhã, apesar de não ser fã de filme de romance, tenho certeza que minha companhia vai deixar tudo melhor. soltei e ela sorriu.
Me senti sem rumo na vida com aquele maldito sorriso.
Em um ato de falta de sanidade, a puxei pela cintura e deixei um beijinho perto do machucado da sua testa e outro em sua bochecha.
Ao me afastar, nossos olhares se encontraram e me segurei para não lhe roubar um beijo.
Ela estava corada, lhe deixando ainda mais linda.
Se controla Gizelly!
- Tchau Gi.
- Tchau Rafa.
A observei soltar o cinto e desceu do carro, deu um tchau e buzinei antes de partir.
Eu tinha duas certezas: a primeira, eu estava completamente louca por querer tanto beijar minha aluna, a segunda, eu estava prestes a cometer essa loucura.
•••
Deixem suas apostas para esse cinema. 🤠
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Professora Substituta
FanficDe um lado, Gizelly Bicalho Abreu, tem 23 anos, uma renovada professora de biologia. Uma mulher fria e fechada para qualquer tipo de relação amorosa. Motivo? Descobriu da pior forma possível que sua ex esposa Ivy gerava um bebê que ela acreditava se...