Capítulo 6

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• pov. Gizelly •

Naquela segunda, eu acordei com um mal humor terrível, não sei se pela noite mal dormida ou por Rafaella. Talvez pelos dois.

Encarar cinco horários não foi fácil e ver Rafaella pessoalmente depois da nossa última conversa, piorou bastante a minha situação. Enquanto eu explicava a matéria, às vezes me via desviando meu olhar para minha aluna dos olhos verdes, que tinha a atenção totalmente em mim. Foquei e concentrei-me bastante até aquela aula passar lentamente.

Minha vontade era de ignorar ela até essa maldita atração passar de vez. Porém, ignorar ela, era demais pra mim.

{...}

- Rafaella. a chamei assim que a vi passando pelo portão de saída do colégio junto de suas amigas.

Ela parou, se virando.

- Oi.

Logo reparei um arranhão em sua testa e outro em sua bochecha.

- Fiquei sabendo do acontecido, como você está?

- Tô bem, só uns arranhões.

Pude ver alguns em seu braço também.

- Só uns arranhões feios ein. comentei segurando seu braço.

- Sou um desastre ambulante.

- Pelo que me falaram, a menina foi pegar a bola e avançou sobre seu corpo.

- Sim, é verdade, mas eu nem tinha que tá lá, nem jogo vôlei, inventei e deu nisso. falou soltando um risada nasal.

- Vamos no hospital, você tem que fazer curativo nisso.

- Não precisa, já já melhora.

- É sério. insisti.

- Eu tô bem, sério também. falou rindo e eu assenti frustrada.

- Deixa pelo menos eu te levar em casa então. pedi.

- Não vai desviar o caminho para o hospital? perguntou rindo e eu neguei.

- Devia, mas não vou, sua teimosa.

- Vou só falar com as meninas. ela disse.

- Chama elas também, é caminho né?

- Sim.

Ela saiu em direção as meninas e eu fiquei esperando e logo com as três junto dela.

- Vamos? as chamei e elas assentiram.

Caminhamos até o estacionamento da escola e destravei o carro, dando passagem pra elas entrarem, acabei segurando o riso ao ver Bia empurrando Rafa para se sentar no banco da frente, e eu fiz o mesmo, dando partida no carro.

- Me sentindo adorável andando no carro da professora. Manu disse me fazendo rir.

- Nós três estamos nos sentindo pela primeira vez, porque a Rafa já varias né amiga? Bia disse erguendo o corpo a empurrando pelo ombro.

Ri outra vez.

- Para menina, que isso? Rafa exclamou.

- Gente o que acham de irmos no cinema amanhã ver Meu Eterno Talvez? Manu perguntou.

- Eu já vi uma vez, é de comédia romântica.

- A cara da Maria Manoela. Rafa comentou.

- Sim, eu amo esse filme. Manu concordou.

- A última romântica. Bia falou rindo.

- Vamos ou não? Manu questionou.

- Por mim, tudo bem. Mari concordou.

- Vocês só marcam encontro de casais, cadê o respeito com a solteira aqui? Rafa indagou séria e todas nós rimos.

- A profe vai com você. Manu disse e eu engasguei com minha própria saliva.

- Tudo bem professora? Bia perguntou.

- Tudo sim.

- Você vai com a gente? Manu me perguntou.

- É que eu não sou muito fã de filmes de romance. falei.

- Nem eu. Rafa disse jogando o corpo para trás no banco.

- Não gosta porque está solteira. Bianca pontuou.

- Exatamente. Rafa concordou. - Filmes românticos é pra quem tá namorando. concluiu.

- Concordo com a Rafa. falei.

- As duas vão juntas e uma faz companhia pra outra e tá tudo certo. Manu disse e eu ri negando com a cabeça. - Por favor. insisitu.

- Venceu pela chatisse Manoela. Rafa falou.

Parei o carro perto de uma esquina e Bia e Mari agradeceram, se despediram e desceram.

- Que horas é o filme? perguntei.

- Oito horas. Manu respondeu.

Após mais alguns minutos, parei o carro novamente e Manu desceu, se despendido de nós duas. Logo continuei o caminho até a casa de Rafa, que não demorou muito a chegarmos.

- Passa um álcool aí pra desinfetar e pede sua mãe pra fazer um curativo. disse firme para ela.

- Tá bom Gizelly Bicalho! falou e eu semicerrei os olhos.

- Perdeu o respeito pela sua professora? indaguei fingindo ofensa e ela riu.

- Desculpa, mas tá engraçado você assim, não foi nada demais, eu vou ficar bem, eu tô aliás.

- Eu sei, só fiquei preocupada em te ver assim. expliquei e ela sorriu de lado.

- Pode deixar eu vou limpar direitinho e fazer curativo, tá bom assim?

- Muito melhor... bom, tenho que ir, até amanhã.

- Até amanhã, dua vezes. falou rindo, se referindo ao cinema.

- Olha o que eu estou fazendo por você, indo ver filme de romance. falei e ela fez uma careta.

- Você não precisa ir se não quiser, eu desmarco com as meninas ou chamo outra pessoa pra ir comigo. falou, mas percebi seu semblante mudando.

- A pessoa específica? questionei erguendo a sobrancelha e ela riu.

- Véi, esquece isso. sorri com seu jeitinho de falar.

- Vamos amanhã, apesar de não ser fã de filme de romance, tenho certeza que minha companhia vai deixar tudo melhor. soltei e ela sorriu.

Me senti sem rumo na vida com aquele maldito sorriso.

Em um ato de falta de sanidade, a puxei pela cintura e deixei um beijinho perto do machucado da sua testa e outro em sua bochecha.

Ao me afastar, nossos olhares se encontraram e me segurei para não lhe roubar um beijo.

Ela estava corada, lhe deixando ainda mais linda.

Se controla Gizelly!

- Tchau Gi.

- Tchau Rafa.

A observei soltar o cinto e desceu do carro, deu um tchau e buzinei antes de partir.

Eu tinha duas certezas: a primeira, eu estava completamente louca por querer tanto beijar minha aluna, a segunda, eu estava prestes a cometer essa loucura.

•••

Deixem suas apostas para esse cinema. 🤠

Professora Substituta Onde histórias criam vida. Descubra agora