Capítulo 3

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• pov. Rafaella •

Quando o sinal tocou, eu sai da sala a procura da professora Gizelly, ela tinha sido o assunto hoje na escola, sobre sua condição sexual e sempre tinha uns idiotas pra falar merda.

Já de fora do colégio, a vi caminhando até o estacionamento ao lado.

- Gizelly... Gizelly... a chamei e ela parou se virando. - Oi professora.

- Oi Rafaella, aconteceu algo? ela perguntou.

- Não, quer dizer, queria ver se você tava bem, já que você se tornou o assunto da escola hoje.

- Ah claro, não se preocupe, estou bem, já estou acostumada, é sempre uma surpresa. ela respondeu soltando uma risada nasal.

- Quer conversar? perguntei e ela ergueu a sobrancelha, em seguida, sorriu de lado.

- Estou bem, sério, mas se quiser podemos ir almoçar. ela disse e eu assenti sorrindo.

- Rafa... ouvi a voz de Manu e me virei, ela, Bia e Mari estavam no portão. - Você não vem?

- Podem ir, vou pra casa mais tarde. falei e ela assentiu dando uma risada e as três foram embora.

- Bom, então vamos? Estou com fome. Gizelly disse.

- Vamos.

Ela foi até o seu carro e eu a acompanhei, fiquei surpresa quando ela abriu a porta pra me entrar, sorri agradecida e assim eu fiz. Logo em seguida, ela deu a volta e entrou e deu partida no carro.

Fomos o caminho em um silêncio gritante, eu queria falar algo, mas não sabia o que exatamente. Uns quinze nutos depois, ela parou o carro no estacionamento e descemos, após trancar o carro, seguimos em direção a entrada do restaurante.

- Já veio aqui? ela perguntou ao sentarmos na mesa.

- Uma vez só. respondi.

- Venho aqui sempre que quero comer comida de restaurante, acho a comida deliciosa.

- Também gostei, mas eu frequento mais pro outro lado já que é mais perto da minha casa.

O garçom trouxe o cardápio e fizemos nossos pedidos.

- Eu mandei o tal Caon pra direção hoje, aliás, eu mesma o levei. ela disse.

- Aposto que ele falou merda né?

- Primeiro chegou atrasado e depois me desrespeitou, ontem também ele ficou de gracinha, com certeza ficou irritadinho pelo acontecido de ontem.

- Ele é um babaca, não sei porque fiquei com ele, às vezes eu paro e penso, coragem Rafaella. falei e ela riu.

- Sempre rola uns arrependimento né?

- Nossa sim, por Deus. ela riu outra vez.

Nossos pedidos chegaram e começamos a comer.

- Não se incomoda quando alguém fala algo? Como se sente? perguntei.

- Antes eu ficava bem mal, era pior quando eu era criança, eu não entendia direito e meus pais conversavam comigo, fui na psicóloga, e com o passar dos anos, eu fui aceitando melhor e me amar como eu sou, o que outros pensam, não importa.

Sorri com o que ela disse.

- Eu já tinha ouvido falar sobre, só não aprofundei muito, mas realmente, as pessoas não procuram entender e já saem falando o que querem, cheias de preconceitos.

- Sim, mas eu não me importo mais, quem me aceita, eu quero perto, e quem não me aceita, pode ficar bem longe e tá tudo bem.

- É sobre isso, e fique sabendo que eu aceito assim, do jeitinho que você é. soltei sem ver e ela abriu um sorriso lindo.

Professora Substituta Onde histórias criam vida. Descubra agora