Capítulo 43

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• pov. Gizelly •

Havia acabado de chegar em casa, e assim que abri a porta, me deparei com Rafaella sentada no sofá com as mãos na barriga, o tronco repousado no sofá e com os olhos fechados. Berenice estava sentada ao seu lado segurando sua mão e conversava baixo com ela.

- Amor, está sentindo algo? perguntei me aproximando dela.

- Um cólica muito forte que começa aqui no abdômen e vai pra região lombar.

- Está assim muito tempo? Porque não me ligou ou você Berenice?

- E a Rafa deixou? Disse que não queria te preocupar.

- Teimosa igual essa nunca vi. falei me sentando ao seu lado e minha esposa deitou a cabeça em meu colo.

- Eu liguei pra Marcela e ela disse que eu podia esperar você chegar, pra me tomar um banho, não precisa de pressa, porque eu ainda estou na fase latente. Rafa disse.

- Que horas ela começou a sentir as contrações? perguntei me direcionando a Berenice.

- Por volta de umas duas horas, eu comecei a medir e continuam irregulares. assenti.

- Vamos tomar um banho e depois vamos pra clínica, tá bom?

- Aham.

- Berenice você só olha se as coisinhas da Sofia estão todas nas bolsas por favor? Depois você está liberada.

- Olho sim.

Me levantei e ajudei Rafaella a se levantar também, no mesmo minuto, ela gemeu de dor.

- Tá ficando mais forte. ela disse.

Fomos pro banheiro e ajudei a tirar sua roupa, ela entrou no box e eu liguei o chuveiro. Minha esposa encostou a cabeça na parede enquanto a água morna molhava seu corpo.

- Aaaaai. ela gemeu entredentes.

- Inspira e expira. falei e ela fez o que eu pedi.

Ficamos ali por volta de uns vinte minutos, e a sua dor ia se intensificando cada vez mais. Confesso que estava nervosa, era um misto de sensações que eu estava sentindo naquele momento, minha cabeça estava a mil, mas eu tinha que me manter firme para passar confiança pra ela.

Antes mesmo de sairmos do banheiro, sua bolsa se rompeu e a água escorreu por suas pernas. A ajudei a se secar e por um vestido confortável.

- Quem foi que inventou parto de normal? Isso não é de Deus não. ela resmungou e eu não aguentei, acabei rindo. - Para de rir. levei um tapa no braço.

- Já coloquei as bolsas da Sofia e da Rafa no carro, fechei a casa e coloquei comida e água pra Margarethy.

- Obrigada Berenice, está liberada, já vamos pra clínica também.

- Obrigada por ter ficado comigo Berenice! Rafa a agradeceu.

- Não tem que agradecer Rafinha, uma hora hora pra você tá? Fique tranquila, que sua menininha já já chega e cheia de saúde. Berenice disse carinhosa segurando as mãos da minha esposa que sorriu.

- Obrigada!

- Quando ela nascer, me avise ein. ela disse para mim.

- Pode deixar.

- Vão com Deus!

Assim que Berenice saiu, nós duas saímos atrás. Dirigi até a clínica e chegamos em vinte minutos. Rafaella foi levada para a sala de parto e eu fui até a recepção confirmar seus dados para internação. Em seguida, fui ao seu encontro.

Minha esposa estava deitada na maca, alguns aparelhos mediam suas pulsações e a frequência cardíaca da nossa bebê também estava sendo monitorada. Marcela logo chegou e começou e conversar com Rafaella com calma e lhe fez o toque.

- Três centímetros. Marcela disse.

{...}

Horas e horas já tinham se passado, Rafaella já chorava de tanta dor, e cada gemido seu fazia meu coração se apertar, mas sabia que era necessário para que nossa filha nascesse.

Já eram dez horas em trabalho de parto, era perceptível seu cansaço, eu tentava lhe passar força e confiança. Foi escolha dela mesma ter parto normal, mas acho que ela não tinha noção que demoraria tanto para Sofia querer dar o ar da graça. Nem eu.

Rafaella já tinha andado pelo quarto, feito alguns exercícios para ajudar na sua dilatação, que aumentava, mas devagar, porém, o monitoramento mostrava que as duas estavam bem.

- Meu Deus! Eu não aguento mais. ela choramingou.

- Olha pra mim. pedi e assim ela fez e nossos olhares se conectaram intensamente.

Entrelacei nossas mãos e ela apertou firme assim que uma contração lhe pegou.

- Calma, inspira e expira...

- Falta pouco Rafa, oito centímetros. Marcela disse após lhe fazer outro toque.

- Você consegue hum? Você é a mulher mais forte que eu conheço. afirmei e ela me deu aquele sorriso lindo que eu sou apaixonada.

Deslizei minhas mãos pelas suas costas fazendo com que ela apoiasse seu corpo no meu.

As contrações vinham e iam, Rafaella estava exausta, mas persistia firme. E eu continuava ali, ao seu lado, sendo seu apoio e falando palavras de conforto.

Marcela fez o toque mais uma vez, confirmando o dez centímetros de dilatação. A partir dali, a cada contração que vinha, Rafaella fazia força.

Até que ouvimos o chorinho de Sofia.

Nossa filha. Nossa menina.

Meu coração batia tão rápido que parecia que iria sair pela boca. O sorriso quase rasgando o rosto, juntamente das lágrimas.

Uma sensação indescritível, parecia um sonho. Mas não, era a realidade mais linda que estava vivendo.

Marcela me chamou para cortar o cordão umbilical e em seguida colocou nossa bebê sobre o peito de Rafaella.

- Ei meu amorzinho, mamãe te ama muito viu? Rafaella disse completamente emocionada.

Sorri largamente.

- Seja bem-vinda minha menina, você já é muito amada viu? falei baixinho acariciando seu rostinho. - Obrigada por me dá o melhor presente da minha vida, eu te amo e estou orgulhosa de você. falei agora para minha esposa e deixei um beijo delicado em sua testa.

- Eu te amo. ela disse.

Me sentia tão grata.

•••

E Sofia nasceu. 🥺🤏

Professora Substituta Onde histórias criam vida. Descubra agora