Capítulo 42

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Meses depois.

• pov. Rafaella •

Aqui estava eu na reta final da gravidez, o nono mês, exatas trinta e oito semanas. Aos sete meses, eu tive um sangramento moderado e o medo de que algo grave estivesse acontecendo com minha bebê tomou conta de mim. Imediatamente liguei pra Marcela e a mesma me pediu que fosse ao seu consultório, ela fez o toque constatando que o colo do útero estava fechado. Fiz ultrassom e alguns exames descartando qualquer problema, estava tudo normal. Marcela disse que provavelmente era alguns vasinhos que se romperam devido a algum esforço que eu tinha feito, mas que estava tudo bem graças a Deus. Porém, me pediu para ficar em casa e descansar até o nascimento de Sofia.

Realmente minha rotina era meio corrida, e no estúdio eu me abaixava muito para tirar as fotos. Então, mesmo ficando um pouco cabisbaixa por ter que me afastar do meu trabalho, eu tinha consciência de que era preciso naquele momento, e nada era mais importante que minha filha, eu faria qualquer coisa para ficar bem. Portanto, fechei o estúdio e avisei aos meus clientes da minha ausência por uns meses, até que eu pudesse retomar, e todos foram compreensivos, entendendo a minha situação.

O quartinho de Sofia já estava pronto para a sua chegada, nas cores branco e rosé com detalhes delicados o deixando perfeito, ficando do jeito que Gizelly e eu queríamos.

O enjôo que eu não senti no começo da gravidez, eu passei a sentir com seis meses que permanece até agora, mas eu fazia o esforço para me alimentar bem, somente pela manhã, que era mais difícil de controlar a ânsia de vômito. Estava tendo as famosas contrações de treinamento, que não eram doloridas, apenas ocorria o endurecimento do útero, me deixando atenta a qualquer sinal de trabalho de parto, realmente.

Eu já tinha feito os últimos exames e ultrassom, Sofia desenvolvendo muito bem e já em posição cefálica, pronta para vir ao mundo a qualquer momento.

Gizelly estava trabalhando só no colégio, desde que eu tive o sangramento, ela ficou muito preocupada e tomou a decisão de sair da faculdade, permanecendo no trabalho apenas ao dia. Preciso dizer o quanto minha esposa estava sendo atenciosa e cuidadosa, claro, ela sempre foi, mas agora estava mais ainda. A melhor hora do dia, é quando ficamos juntas no quarto ou na sala, eu deitada em seu colo sentindo seu cheiro enquanto ela faz carinho em meus cabelos e conversa com nossa filha.

Se eu era babona, Gizelly era bem mais que eu, quando ela sentiu Sofia chutar pela primeira vez, ela chorou tanto, e confesso que achei a cena mais foda do mundo.

...

- O café está pronto Rafinha!

- Obrigada Berenice, vou esperar a Gi chegar, pode ir, já passou da sua hora.

- A pedido da Gizelly, ficarei até ela chegar.

- Pode ir tranquila, ela chega já já.

- Não arredo o pé daqui. ela disse firme apoiando os braços no balcão, acabei rindo.

- Meu Deus! Eu não aguento você e a Gizelly, vai pra casa descansar mulher. falei me levantando do sofá e seguindo até ela que negou com a cabeça.

- Vai que a Sofia queira dar o ar das graças aí e você sozinha, Gizelly me demite.

Ri outra vez.

- Só vocês mesmo viu.

Contratamos a Berenice assim que completei os seis meses, ela vinha todos os dias, das oito horas da manhã às três horas da tarde, porém, nessa reta final da gravidez, Gizelly a pediu para que ficasse até às cinco e pouco, até que ela chegasse do trabalho. Insisti com minha esposa que não precisava, mas a mesma disse que era por precaução, se caso, eu entrasse em trabalho de parto e não tivesse ninguém em casa comigo.

{...}

- Vem, vamos tomar uma xícara de café então. a chamei me sentando na mesa.

- A senhorita é apenas uma xícara. ela disse.

- Ah pronto, eu te demito sabia?

- Credo dona Rafaella. falou fechando a cara o que me fez rir.

- Gizelly, minha mãe, minha sogra e você no meu pé, eeh Sofia, nós duas que lute. falei acariciando minha barriga e minha filha fez um movimento brusco.

Pude ouvir o barulho do portão se abrindo, já sabendo que se tratava da minha esposa. Minutos depois, ela abriu a porta da sala entrando por ela.

- Oi amores meu, boa tarde! ela disse animada.

- Que animação ein. falei.

- Estou feliz. ela veio até mim, deixando um selinho terno em meus lábios. - Tudo bem com vocês? perguntou colocando a mão em minha barriga.

- Tudo ótimo.

- Tudo bem Berenice? perguntou.

- Tudo sim Gizelly.

Minha esposa seguiu até o banheiro e voltou minutos depois brincando com Margarethy que pulava nela.

- Vem tomar café e liberar a Berenice porque eu já liberei e ela não quer ir embora.

- Eu já vou indo, antes que ela me expulsa daqui. Berenice comentou rindo e eu neguei com a cabeça.

- Tomou café direito? Gizelly perguntou.

- Tomei sim, tchau pra vocês duas, até amanhã.

- Até amanhã Berenice. falei.

- Tchau, vai com Deus! Gi disse.

- Com Deus também.

Berenice foi embora e Gizelly se sentou ao meu lado.

- Pode me contar o motivo da sua felicidade? perguntei curiosa.

- Nada demais, apenas alguns elogios.

- Elogios? questionei.

- Sim.

- Da diretora?

- Dessa vez, foi de algumas alunas. semicerrei os olhos com a sua resposta e ela riu.

- Não me testa Gizelly. falei ríspida. Eu não sabia lidar com meu ciúmes por ela.

- Amor, elas só falaram que eu sou uma ótima professora, que eu explico muito bem as matérias, já que elas tinham dificuldade em aprender com os professores anteriores.

- Hum, sei...

- É sério e essa felicidade toda por isso?

- Sim, porque eu fico feliz quando eu alcanço os meus méritos sabe? E são só minhas alunas.

- Eu era sua aluna. falei e ela riu.

- Sim, a aluna mais linda que eu já tive, tão linda que me fez perder todo o juízo e minha postura, minha aluna, que se tornou minha namorada, esposa, mãe dos dois anjinhos e agora, está gerando o amor de nossas vidas. acabei sorrindo.

- Para, que assim é jogo baixo.

- Ciumenta mais linda, nunca vi igual.

- Eu tenho que ser né? Uma mulher linda dessas, ainda intersexual, o que ajuda a chamar a atenção das mulheres e ainda dá aula para as adolescentes que não se controlam.

- Igual você não se controlou? perguntou segurando meu rosto com as mãos com um sorrisinho malicioso.

- Foi impossível. respondi sorrindo.

E não bastou muito para estarmos trocando um beijo delicioso e ao mesmo tempo carinhoso.

•••

Oi. Lembram dessa fic ainda? 🙃

Professora Substituta Onde histórias criam vida. Descubra agora