• pov. Gizelly •
A revelação dos sentimentos de Rafaella por mim, me abalou completamente. E eu estava mais abalada ainda, porque eu sentia o mesmo por ela.
A proporção desses sentimentos estavam me dando medo. Mas também eu não podia negar mais, a gente tinha uma intimidade confortante, uma ligação incrível, e uma química, que porra, era indescritível.
Fez três meses que nos conhecemos e nesses três meses tudo mudou. Posso dizer Rafaella foi a melhor coisa que me aconteceu.
{...}
O decorrer do sábado foi tranquilo, pela manhã Rafaella e eu demos uma volta no centro de Goiânia, e a tarde foi entretida pelas crianças, e o acabamento da organização da festa de Theo.
E por volta das quatro horas da tarde, a festa já tinha começado, estava tudo muito bem organizado e lindo, na varanda, a mesa com o bolo e os doces, com os balões e os enfeites. Na grama, tinha pula-pula, touro mecânico e também, uma mesa de totó.
A família toda já estava presente e Rafaella me apresentou para cada um deles que me receberam muito bem, o que me deixou mais calma. Nesse momento Rafa estava com Theo no colo, brincando com ele, cena que me fez tirar um sorriso.
- Você gosta mesmo da minha filha? Genilda perguntou se sentando ao meu lado.
Travei um pouco, admito.
- Sim, eu a amo. admiti recebendo um olhar encarador dela.
- Você está ciente disso Gizelly? questionou.
- Claro que sim, dona Genilda. afirmei.
Ela respirou fundo passando as mãos pelo rosto.
- É uma situação muito complicada, você está ciente disso também né?
- Claro, mas eu não pude evitar, sua filha filha mexeu demais comigo.
Voltei minha atenção para Rafaella que agora, além de Theo, estava junto de seu irmão.
- Rafaella me contou que você já foi casada. ela disse.
- Sim, é verdade, mas não tive sorte, ou melhor, fui enganada e duas vezes. suspirei.
- Traição? perguntou um tanto curiosa.
- Sim, além de me trair, engravidou de outro e me fez acreditar que o filho era meu, até eu saber de toda a verdade.
- Nossa! exclamou com o rosto coberto de surpresa. - Sinto muito.
- Já passou e está tudo bem agora. falei sorrindo de lado e ela retribuiu.
Depois de alguns longos minutos de silêncio, ela voltou a falar.
- Desculpe se fui grossa com você lá em casa, mas, eu fiquei nervosa ao descobrir que minha filha estava se relacionando com a professora dela.
- Eu entendo o seu lado.
- Renato aceitou melhor que eu, e olha que ele é muito ciumento com a Rafaella. comentou rindo.
- Rafa me disse mesmo.
Um pequeno silêncio se fez, até eu resolver me pronunciar.
- Sabe? Depois de ter sido enganada e machucada, sequer imaginava embarcar em algum relacionamento tão cedo ou tão tarde, para ser sincera, talvez nunca, porém, todos esses pensamentos começaram a mudar depois de ter conhecido sua filha. fiz uma pausa e ganhei o olhar de Genilda. - Rafaella me trás uma alegria, uma leveza, ela me faz me sentir importante nos mínimos detalhes sabe? Não posso dizer que lutei contra os sentimentos que comecei a sentir por ela, mesmo sabendo que não era certo, eu não lutei contra, e quando eu percebi, já era amor, mas, quanto a isso, relutei um pouco, por medo até aceitar de vez, e quando me dei conta esse amor inundou meu coração... dona Genilda, eu tenho o maior respeito pela sua filha e eu estou respeitando a sua decisão, e eu só te peço, por favor, não me afasta dela, ela me faz muito bem.
Falei o que estava sentindo dentro de mim para ela e fui pega de surpresa por sua mão repousar sobre a minha e um breve sorriso.
- Como eu já disse, e repito, até o final do ano letivo eu não vou deixar vocês ter uma relação a mais que de professora e aluna.
- Eu sei.
- É o melhor para as duas, você pode ser demitida e perder o seu cargo de professora se descobrirem e a Rafaella ser expulsa da escola.
- Eu nunca fiz e não vou fazer nada com a Rafa no colégio dona Genilda.
- E nem fora dele. disse rígida e eu assenti.
Deus me ajude!
- Posso saber sobre o que estão falando? Rafaella perguntou chegando ao nosso encontro e se sentou ao meu lado, me abraçou e encaixou o rosto na curva do meu pescoço.
Acabei rindo com sua audácia, já que sua mãe estava presente.
- Sobre vocês duas e pode ir se separando dela agora. Genilda disse olhando séria para Rafaella.
- Oh mãe, estamos em outra cidade, bem longe do colégio, nos dá um minuto.
- Já tem um minuto que você está abraçada nela. Genilda falou e pude ver Rafa revirar os olhos, mas não me soltou.
Segurei a risada.
- Eu não aguento vocês, vou enlouquecer.
Genilda se levantou e saiu andando enquanto massageava as têmporas.
- Assim vai ficar difícil ela liberar nosso namoro no final do ano. falei.
- O que falou com ela? Rafa perguntou.
- Ah... só estava sendo sincera com ela sobre o que sinto por você. respondi meio sem graça.
- E eu posso saber o que você sente por mim? questionou levantando o rosto e me olhando.
- Você já sabe.
- Mas pode repetir, eu adorei ouvir você falando.
- Hum... eu amo você. falei sussurrando e um sorriso tomou conta de seus lábios.
- Eu também amo você, muito. ela disse também me fazendo sorrir.
Apliquei um beijo terno em sua testa.
- Queria te lascar um beijão agora, mas não podemos agora.
- Vou cobrar depois.
- Pode cobrar, eu vou te dar vários.
- Te espero no meu quarto. disse dando uma piscadinha me fazendo rir, negando com a cabeça.
Rafaella era incrivelmente terrível. E eu amava isso, confesso.
- Está na hora dos parabéns! Daniela gritou chamando nossa atenção.
Todos seguiram até a mesa, Theo estava no colo de Renato e Daniela ao lado deles. Cantamos os parabéns e Theo batia palminhas todo animado, coisinha mais fofa.
E assim, a festa continuou até o cair da noite.
•••
Oi, voltei. 🙃
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Professora Substituta
أدب الهواةDe um lado, Gizelly Bicalho Abreu, tem 23 anos, uma renovada professora de biologia. Uma mulher fria e fechada para qualquer tipo de relação amorosa. Motivo? Descobriu da pior forma possível que sua ex esposa Ivy gerava um bebê que ela acreditava se...