Capítulo 20

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• pov. Gizelly •

A revelação dos sentimentos de Rafaella por mim, me abalou completamente. E eu estava mais abalada ainda, porque eu sentia o mesmo por ela.

A proporção desses sentimentos estavam me dando medo. Mas também eu não podia negar mais, a gente tinha uma intimidade confortante, uma ligação incrível, e uma química, que porra, era indescritível.

Fez três meses que nos conhecemos e nesses três meses tudo mudou. Posso dizer Rafaella foi a melhor coisa que me aconteceu.

{...}

O decorrer do sábado foi tranquilo, pela manhã Rafaella e eu demos uma volta no centro de Goiânia, e a tarde foi entretida pelas crianças, e o acabamento da organização da festa de Theo.

E por volta das quatro horas da tarde, a festa já tinha começado, estava tudo muito bem organizado e lindo, na varanda, a mesa com o bolo e os doces, com os balões e os enfeites. Na grama, tinha pula-pula, touro mecânico e também, uma mesa de totó.

A família toda já estava presente e Rafaella me apresentou para cada um deles que me receberam muito bem, o que me deixou mais calma. Nesse momento Rafa estava com Theo no colo, brincando com ele, cena que me fez tirar um sorriso.

- Você gosta mesmo da minha filha? Genilda perguntou se sentando ao meu lado.

Travei um pouco, admito.

- Sim, eu a amo. admiti recebendo um olhar encarador dela.

- Você está ciente disso Gizelly? questionou.

- Claro que sim, dona Genilda. afirmei.

Ela respirou fundo passando as mãos pelo rosto.

- É uma situação muito complicada, você está ciente disso também né?

- Claro, mas eu não pude evitar, sua filha filha mexeu demais comigo.

Voltei minha atenção para Rafaella que agora, além de Theo, estava junto de seu irmão.

- Rafaella me contou que você já foi casada. ela disse.

- Sim, é verdade, mas não tive sorte, ou melhor, fui enganada e duas vezes. suspirei.

- Traição? perguntou um tanto curiosa.

- Sim, além de me trair, engravidou de outro e me fez acreditar que o filho era meu, até eu saber de toda a verdade.

- Nossa! exclamou com o rosto coberto de surpresa. - Sinto muito.

- Já passou e está tudo bem agora. falei sorrindo de lado e ela retribuiu.

Depois de alguns longos minutos de silêncio, ela voltou a falar.

- Desculpe se fui grossa com você lá em casa, mas, eu fiquei nervosa ao descobrir que minha filha estava se relacionando com a professora dela.

- Eu entendo o seu lado.

- Renato aceitou melhor que eu, e olha que ele é muito ciumento com a Rafaella. comentou rindo.

- Rafa me disse mesmo.

Um pequeno silêncio se fez, até eu resolver me pronunciar.

- Sabe? Depois de ter sido enganada e machucada, sequer imaginava embarcar em algum relacionamento tão cedo ou tão tarde, para ser sincera, talvez nunca, porém, todos esses pensamentos começaram a mudar depois de ter conhecido sua filha. fiz uma pausa e ganhei o olhar de Genilda. - Rafaella me trás uma alegria, uma leveza, ela me faz me sentir importante nos mínimos detalhes sabe? Não posso dizer que lutei contra os sentimentos que comecei a sentir por ela, mesmo sabendo que não era certo, eu não lutei contra, e quando eu percebi, já era amor, mas, quanto a isso, relutei um pouco, por medo até aceitar de vez, e quando me dei conta esse amor inundou meu coração... dona Genilda, eu tenho o maior respeito pela sua filha e eu estou respeitando a sua decisão, e eu só te peço, por favor, não me afasta dela, ela me faz muito bem.

Falei o que estava sentindo dentro de mim para ela e fui pega de surpresa por sua mão repousar sobre a minha e um breve sorriso.

- Como eu já disse, e repito, até o final do ano letivo eu não vou deixar vocês ter uma relação a mais que de professora e aluna.

- Eu sei.

- É o melhor para as duas, você pode ser demitida e perder o seu cargo de professora se descobrirem e a Rafaella ser expulsa da escola.

- Eu nunca fiz e não vou fazer nada com a Rafa no colégio dona Genilda.

- E nem fora dele. disse rígida e eu assenti.

Deus me ajude!

- Posso saber sobre o que estão falando? Rafaella perguntou chegando ao nosso encontro e se sentou ao meu lado, me abraçou e encaixou o rosto na curva do meu pescoço.

Acabei rindo com sua audácia, já que sua mãe estava presente.

- Sobre vocês duas e pode ir se separando dela agora. Genilda disse olhando séria para Rafaella.

- Oh mãe, estamos em outra cidade, bem longe do colégio, nos dá um minuto.

- Já tem um minuto que você está abraçada nela. Genilda falou e pude ver Rafa revirar os olhos, mas não me soltou.

Segurei a risada.

- Eu não aguento vocês, vou enlouquecer.

Genilda se levantou e saiu andando enquanto massageava as têmporas.

- Assim vai ficar difícil ela liberar nosso namoro no final do ano. falei.

- O que falou com ela? Rafa perguntou.

- Ah... só estava sendo sincera com ela sobre o que sinto por você. respondi meio sem graça.

- E eu posso saber o que você sente por mim? questionou levantando o rosto e me olhando.

- Você já sabe.

- Mas pode repetir, eu adorei ouvir você falando.

- Hum... eu amo você. falei sussurrando e um sorriso tomou conta de seus lábios.

- Eu também amo você, muito. ela disse também me fazendo sorrir.

Apliquei um beijo terno em sua testa.

- Queria te lascar um beijão agora, mas não podemos agora.

- Vou cobrar depois.

- Pode cobrar, eu vou te dar vários.

- Te espero no meu quarto. disse dando uma piscadinha me fazendo rir, negando com a cabeça.

Rafaella era incrivelmente terrível. E eu amava isso, confesso.

- Está na hora dos parabéns! Daniela gritou chamando nossa atenção.

Todos seguiram até a mesa, Theo estava no colo de Renato e Daniela ao lado deles. Cantamos os parabéns e Theo batia palminhas todo animado, coisinha mais fofa.

E assim, a festa continuou até o cair da noite.

•••

Oi, voltei. 🙃

Professora Substituta Onde histórias criam vida. Descubra agora