• pov. Rafaella •
Fui acordada por uma enfermeira, que disse que ia tirar sangue de mim outra vez.
Passei meus olhos pelo quarto e não vi Gizelly, antes que eu pudesse perguntar por ela, a porta foi aberta e ela entrou acompanhada de Marcela.
- Bom dia meu amor. Gi veio até mim e deixou um beijo em minha testa.
- Bom dia!
- Oi Rafa, bom dia!
- Bom dia, já vou poder ir pra casa? perguntei.
- Ainda não, você tem que ficar aqui em monitoramento, vamos fazer alguns exames de sangue para ver se teve mudanças no beta HCG, ver se o medicamento está fazendo efeito.
- E se não fizer? questionei.
- Você terá que fazer a cirurgia para tirar a trompa.
- Se eu tiver que tirar a trompa, eu não posso engravidar mais, é isso? já estava ficando nervosa e aflita.
- Amor calma, deixa a Marcela te explicar. Gizelly pediu e eu assenti.
- Bom, como eu já disse, primeiro vamos acompanhar e ver se o medicamento está fazendo efeito, e você terá alta, caso contrário, vamos intervir com a cirurgia e tirar uma das trompas, mas, a gestação ectópica não é contraindicação para uma nova gestação, e não é necessário nenhum tratamento específico, mas tem que ter um acompanhamento mais próximo, fazer exames pra ver se é genética ou se é algum problema que você tem, pois existe um risco aumentado de uma nova gestação ectópica, não que você terá, mas tem a possibilidade, mas não quero que vocês duas pense nisso agora, vamos esperar e ver os resultados, tudo vai ficar bem.
- Tá bom, obrigada. agradeci.
- O meu plantão termina agora às sete, mas a noite eu retorno, e a doutora Clara que vai olhar seus exames e me passar tudo depois está bem?
- Tá bem.
Marcela saiu do quarto e a enfermeira que havia tirado meu sangue também.
- Sua mãe está vindo e vai trazer alguns pertences de uso pessoal seu, e eu vou em casa pegar os meus também e depois volto. Gizelly disse.
- Eu só queria ir pra minha casa.
- Mas você tem que esperar, ouviu a Marcela, já já isso tudo passa e você vai receber alta.
- Me desculpa? pedi de novo.
- Rafaella, coloca uma coisa na sua cabeça, você não teve culpa de nada.
- Eu vi nosso bebê no ultrassom, tão pequenininho sabe? Mas não tinha batimentos mais. falei voltando a chorar. - Me dói muito saber que ele não vai poder se desenvolver, crescer e nascer, por que Gi? Por que com a gente? O que eu fiz de errado?
- Ei, Rafaella olha pra mim. minha namorada pediu segundo meu rosto fazendo eu olhar dentro de seus olhos. - Você não fez nada de errado, pare de se culpar, por favor, eu também queria muito viver todos os momentos da gestação com você, escolher o nome dele ou dela, e sentir toda a emoção do seu nascimento, mas, não foi dessa vez, e eu sei que Deus vai acalmar seu coração, e vai ficar tudo bem, eu tô aqui com você. ela disse e deixou um beijo terno na minha testa.
Dois toques na porta se fez presente e ela abriu revelando minha mãe que trazia minha mala consigo.
- Oi minha filha, como você está? Conseguiu dormir e descansar? perguntou se aproximando de mim e beijou meu rosto.
- Oi mãe, dormi sim.
- Bom, eu vou aproveitar que a senhora chegou e eu vou lá em casa pegar umas coisas pra mim. Gi disse.
- Pode ir tranquila, eu fico aqui com ela. minha mãe falou.
- Não demoro tá?
- Tá bem.
Ela deixou um beijo em minha mão e se retirou do quarto.
Logo em seguida, outra enfermeira entrou no quarto e trouxe café da manhã para mim e minha mãe, eu estava sem fome alguma, mas comi mesmo assim por insistência da minha mãe. Quando termimanos, fui ao banheiro com sua ajuda, já que estava ligada no soro, fiz minha higiene pessoal, por fim, voltando pra cama.
- Seu irmão e a Dani te mandaram um beijo e um abraço, mais tarde eles vão vir aqui, quando liberaram as visitas.
- Tá bom, e o Theo, como ele tá? perguntei.
- Está bem, perguntou pela dindinha Rafa dele e falou que está com saudade, expliquei que você estava aqui sobre cuidados e já já vai pra casa.
- Eu também tô com saudade do meu pequeno.
- Eu trouxe seu celular, está cheio de ligações perdidas das suas amigas. ela disse me entregando meu aparelho celular.
- Depois eu mando uma mensagem pra elas, não tô com cabeça pra isso agora.
- Claro, no seu tempo minha filha, eu nem imagino o que você e a Gizelly estão sentindo, mas apesar de parecer ser a pior coisa da vida, esse momento vai passar, e Deus tem o melhor guardado pra vocês duas.
- Mesmo que não tenha sido planejado, mesmo que tenha sido de forma rápida, mesmo ainda sendo um embrião, ele me marcou sabe? Ele que me deu o título de mãe.
- Não foi planejado por vocês, mas foi planejado por Deus e você e a Gizelly vão sempre ser as mães dele. acabei sorrindo entre as lágrimas com suas palavras de conforto.
Meu bebê sempre estará marcado em meu coração, mesmo não tendo a chance de conhecê-lo, não saber se era menino ou menina, eu o amo tanto.
E uma parte de mim, se foi junto dele.
•••
🥺💔
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Professora Substituta
FanficDe um lado, Gizelly Bicalho Abreu, tem 23 anos, uma renovada professora de biologia. Uma mulher fria e fechada para qualquer tipo de relação amorosa. Motivo? Descobriu da pior forma possível que sua ex esposa Ivy gerava um bebê que ela acreditava se...