✥Everything or Nothing✥
✏ Capítulo #10 "Pistoleiros" Parte (11/12)
A menina se debate na cadeira. O suor começa a escorrer por seu corpo agitado, após muito esforço para se soltar... E nada, nenhum progresso.
— Fica calma. Só tá gastando energia à toa. — diz Aoi.
Ela para. Seus olhos parecem matar Aoi, que sente um calafrio.
— Sabe... Não é pessoal. Ah! Como é o seu nome mesmo?... Caximba?... Não, Cabrita? Nada a ver... Ah! Carina, é isso né?!... Espera, você não pode falar, me esqueci. — Aoi se aproxima mais dela.
A garota então abaixa a cabeça, como se desistisse de tudo.
— Você é rica. Sempre teve tudo. Eu... Passo fome todo dia, me esforço para comer ao menos uma vez na semana... E este "trabalho" é para pagar a minha comida, então não me leve a mal, okay?... —
Carina levanta o rosto e seu olhar se encontra com o de Aoi, que percebe o "vazio" neles. Um belo par de olhos amarelo-queimado agora transmitiam nada além de "morte".
— É apenas um resgate. Seus pais pagam e você volta pra eles. Ninguém se machuca! Nada de violência! Belê?! —
Obviamente não a resposta. Ninguém fala com um pano na boca.
—
1 hora se foi. As enormes portas metálicas da garagem abrem e quatro homens fortes entram.
— Fez o trabalho direito, pirralho? — Diz o homem mais centralizado do grupo. Tinha músculos de assustar e uma aparência repugnante. Seu "cabelo" era apenas uma linha reta de fios bem no meio, medindo 4cm de largura e 2cm de altura.
— Claro. Aqui está Caximba- Carina! A princesa dos Fox! — Aoi fica ao lado de Carina e abre os braços na sua direção, como se apresentasse uma super atração.
— Tá. Pega o pagamento e caí fora. — O cara jogou um saquinho com moedas e notas para Aoi, que pegou ainda no ar.
Os outros três caras se aproximaram de Carina, dando risadas sádicas.
— Olha só, A garota exemplar, Carina Fox. É impressão minha ou agora você não me parece tão imponente?... — Um deles falou. — Você vai pagar por nós humilhar aquele dia. — Exclamou outro.
Aoi tinha uma expressão pensativa.
— Mas o pagamento não era só depois de pegarmos o dinheiro do resgate, Huzz? —
— Ah. Eu resolvi adiantar, feliz? —
— Bem... Um pouco. Só que... Você já tinha trombado ela? —
— Sim, e daí? Só vaza logo o cacete. —
Olhou Aoi, mais uma vez para Carina. Agora seu olhar tinha vida, mas transmitia desespero. Ela mirava sua íris e pupila na direção de Aoi, como se dissesse algo.
(Huzz, o perverso. As pessoas chamam esse cara assim. Ele não é nenhum mafioso grande, claramente. Mas para pessoas comuns, sendo um poderoso chefão ou um bandido de esquina não importa, é perigoso. Me pergunto como conseguiu viver tanto, ninguém deu um fim nesse bosta?... Ouvi dizer que ele tem mais de 30 anos... Eu não devo passar nem dos 20.)
— Virou estátua bicho?! — Se aproximou um dos três capangas musculosos.
— Não... — Abaixou a cabeça, e murmurando disse — Eu falei que não teria violência... —
— Que?! Fala pra fora, fedelho! —
— N-não é nada... —
Huzz se aproximou de Carina.
— Primeiro. Vou sugar sua alma. Soul, floresça. — Uma criatura surgiu ao lado de Huzz. Ela tem 1,70 de altura. É um vaso de cerâmica gigante, com pernas e braços peludos como o de um lobo, saindo do vaso. É como se tivessem feito no vaso o que devia ser feito em uma abóbora no halloween. Do buraco feito para boca saía uma língua e nos olhos, que tinham todas as partes de um olho humano, brilhavam em amarelo neon. Também carrega uma vara de pesca feita de bambu.
Aoi não via de imediato. Apenas os capangas e Carina, que em meio ao desespero e sentimento de morte, despertava de forma temporária a habilidade.
Carina voltou a se debater, mais agressivamente do que antes. Aoi ficou confuso com a forma bruta que ela se mexia, do nada. Apesar da situação, aquilo era estranho.
A corda começava a rasgar a pele de tanto roçar. E abafados gemidos de dor saíam de Carina.
(Eu disse que não haveria violência... Prometi... Jurei... Isso está errado... Ela está pedindo socorro...)
Flashes da cena dele sendo espancado pelo policial vinha em sua mente, enquanto o outro apenas observava dizendo para ele parar, mas nada fazia.
(No fim, ela acabou como eu... Sendo sua única opção aceitar... Se eu sair daqui assim, a comida vai ter um gosto ruim... Merda. Porque sou desse jeito? Na minha condição eu não deveria ligar, mas... Mas! Então porque eu ligo?!)
Aoi pegou um cano de aço das tralhas e correu pra cima de Huzz, acertando o cano em cheio na testa do homem, que fez ele cair por completo no chão.
— O-o que está acontecendo?! Pirralho ingrato! O que pensa que fez?! — Um dos capangas corria para cima de Aoi, porém ao vê-lo erguer aquela arma cilíndrica de puro aço recuou no mesmo instante.
Aoi ficou na frente de Carina, disposto a protegê-la — Nada de violência porra! —
O youkai faz uma expressão de choque e aponta o dedo indicador para o garoto. Huzz se sentou, com a mão na testa, que sangra.
— Soul, mate esse arrombadinho. —
Soul soltou um espirro na direção de Aoi, que voou longe. O garoto caiu em meio às tralhas.
— Que merda foi essa?! — Aoi ainda não via o youkai.
Huzz estava de pé novamente.
— Chefe, devemos—
— Não! Eu cuido disso! Agora ele vai ver. — Huzz andava até Aoi, junto de Soul. Parava na frente dele, caído nas tralhas — Levante. —
Aoi segurou o cano com força e bateu-o bem no meio das pernas de Huzz, que caiu de joelhos com as mãos na região.
— Levanta você. — Aoi, agora de pé, bufava.
— Soul, não fique parado aí. — diz Huzz.
Mais um espirro sai de Soul e atinge Aoi, que dessa vez recebe diversos cortes superficiais, porém um deles foi no queixo, como um X e ali foi profundo.
— U-um monstro! — Aoi enxergou a verdade.
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28/08/2023. As 03:33. Mano, achei que isso teria seu desfecho aqui, mas não foi. Bom, fazer o que? Aoi vira a ser um personagem presente, quero mostrar o que ele passou. Mas tá bom não tá? Aoi é um personagem daora também. O engraçado é ele falando "nada de violência" logo após bater a p#### de um cano de aço no cara ksksksks. Fazer o que né kskskks.
[Até a próxima]
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Everything or Nothing - Tudo ou Nada
Mistério / SuspenseO jovem Magnus acorda e adormece com um arrepio gelado percorrendo seu corpo e sua alma. Cada dia que passa, o motivo desses calafrios permanece um enigma, até que, de repente, eles se intensificam. Algo sinistro está prestes a invadir a vida de Mag...