Parte (10/12) Cap.#10

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✥Everything or Nothing✥

     ✏ Capítulo #10 "Pistoleiros" Parte (10/12)

   — Me dê o seu sangue... Logo... — diz o monstro.

O esqueleto abre a sua mandíbula até o limite para cuspir fogo sem parar.

— Wall! — Aoi pôs as mãos no chão e um muro de metal subiu do chão para protegê-lo das chamas — Porcaria! Desde quando esse troço solta fogo?! —

Com seu corpo grande e largo, o youkai puro osso engatinha estranhamente rápido até Aoi e com uma de suas grandes mãos ossudas bate com força na parede de metal, que é destruída e lançada para trás carregando Aoi junto.

O garoto atravessa paredes até que finalmente bate em uma e para, causando apenas rachaduras. Sua testa sangrava e suas roupas haviam sido um pouco rasgadas na região do abdômen, das costas e do braço direito. Seus ombros tocavam a parede, os braços estavam mole e sua cabeça estava baixa.

Neste ambiente escuro e frio, tudo se tornava ainda mais assustador. A morte parecia mais medonha do que já foi. O sangue era mais quente do que se recordava e a dor mais angustiante do que podia se lembrar. Mas esse sentimento não era novo, apenas um tanto antigo, portanto pode ter sido esquecido. O medo de morrer.

Aoi finalmente entendeu a situação, assim como um ano atrás. Porém agora ninguém viria ao seu resgate, e desse jeito é melhor, pois era seu objetivo se tornar alguém independente. Ele mesmo tem que se salvar.

— Eu vou... Descer tanta, mas tanta porrada em você que teu pai nem vai te reconhecer seu lixo anêmico. — Aoi se levanta, com as duas mãos apoiadas no joelho, enquanto o sangue passeia por fora de seu corpo.

— Eu... duvido. Humano calvo. — diz o youkai.

Seis anos atrás.

26 de Novembro de 2016. Nas ruas sujas e estreitas da cidade Quilha, em Locus. Uma ilha da América do Sul. O dia estava ensolarado.

*local inexistente no mundo real.

Pequenas e finas pernas corriam a todo vapor, às vezes trombando em alguém e quase caindo de cara no chão duro feito de pedras. Outra pessoa parecia persegui-lo, bastante ofegante.

— Aoi! Volte aqui seu moleque do diabo! —

Aoi apenas ignorava o homem grande e continuava a correr, sem virar a cabeça para trás por nem mesmo um segundo. Em sua boca um hambúrguer fresquinho e morno era degustado às pressas.

(Como se isso fosse lhe fazer falta, velho vagabundo!)

O homem seguia Aoi até não poder mais, caindo de joelhos, fazendo força para respirar — Esse moleque vai ver... Não vou deixar por isso... Maldito miserável... —

A noite do mesmo dia.

Pernas finas e pequenas caminhavam pela rua pouco clara, de forma calma. Apreciando a paisagem. Aoi Kobayashi, de 13 anos. Usava uma camisa preta de regata e um calção azul e pés descalços.

O vento passava por seus ossos e alma, fazendo-o tremer mil vezes!

Os policiais se aproximavam do menino. Eles degustavam rosquinhas de chocolate.

— Hm? Ei, Rick. Ali. Não é o pequeno ladrão? — Exclamou um dos defensores da lei.

— Eh... Deve ser. Ah! Olha as roupas dele. Como ainda não morreu de frio? —

— Poisé... Ei, o que acha de zoar ele um pouquinho? Adoro fazer isso. —

— Vai lá, tanto faz. —

O policial se aproximou de Aoi e se agachou para ficar na mesma altura dele.

— Ei. Pequeno ladrão. —

Aoi olhou em seus olhos.

— Hm? —

— Quanto tá a hora da sua mãe? —

— Diz sobre o preço? —

— Isso, isso. —

— A última vez que eu vi tava... Custando a merda da tua vida *mostrava a língua* —

— HAHAHA! Ele te deu um nocaute Túlio! —

— Cala a porra da boca Rick! —

— Ficou bravinho foi? —

O pequeno ladrão virava as costas e ia seguindo seu rumo.

— Espere. — Túlio agarrou a camisa dele.

— Hm? —

Túlio fechou o punho e meteu um soco no meio da cara do garoto, que cambaleou para trás, não desmaiando por pouco. Seu nariz começou a sangrar imediatamente.

— Ô mano, pra que isso? É só um pivete. Deixa pra lá. —

— Rick. O apelido dessa coisa é "pequeno ladrão", não é? Essa é uma boa oportunidade para dar uma lição nele, os moradores já tavam putos também. —

— Túlio. Continua sendo uma criança. —

— Foda-se? —

A noite foi pura violência.

(Bem, afinal essa é Quilha. A cidade meio-a-meio. Numa parte vivem os "ricos" e bem-de-vida, do outro os "pobres" e mendigos. Quando essa gente encontra pessoas do meu tipo nunca acaba bem. São olhares de nojo, palavras amaldiçoadas e... Isso. Porque eu ainda tô vivo? Bom, pois o medo de morrer, por algum motivo é maior que a minha vontade de morrer. Ah, e é o que você ouviu mesmo tá, minha mãe trabalha em uma casa noturna, pra não falar coisa pior)

Um ano atrás.

26 de Novembro de 2021. Aoi Kobayashi, de 18 anos. Sua altura havia mudado, porém continuava puro osso. O jovem adulto caminhava pelas ruas de Quilha, olhando a distância o interior de casas através das janelas, em um fim de tarde.

(Comer para muitos é uma ocasião cotidiana, comum. Todo dia eu me levanto da cama e como algo. Só que não. Ter cobertores quentinhos e roupas aconchegantes é normal até.
Quando o inverno chega, eu pego meus casacos grossos e visto eles. Nem ferrando. Eu sou um mendigo, com uma mãe prostituta e sabe se lá quem é o meu pai. Mas isso não importa, afinal, quem se importa? Você se importa?...)

Aoi chega em uma garagem gigante, com as portas fechadas. Todas as casas de Quilha são coladas ou muito próximas, mas essa garagem é o local mais afastado possível de outra construção. Aoi abre as portas e entra.

Há tralhas e mais tralhas pelos cantos do lugar, mas o que chama total atenção é, no meio do lugar. Uma jovem garota em uma cadeira de madeira, amarrada e com um pano tampando a boca.

— Olá, jovem milionária. O que acha da hospedaria? Um pouco rústica talvez? —

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26/08/2023. As 03:39. Bom, esse flashback caiu bem? Tipo, o time/tempo dele sabe? Espero que sim. Infelizmente não vai dar pra falar sobre todos os integrantes da primeira divisão nessa etapa, por isso mostrarei os mais interessantes. Aí outra hora os outros ganham mais destaque, pode ser? 

[Até a próxima]


Everything or Nothing - Tudo ou NadaOnde histórias criam vida. Descubra agora