No Place For Promises (tradução)

Capítulo 36: um estudo sobre confiança

Juntando as sobrancelhas, o olhar de Stiles oscila entre as informações apresentadas à sua frente. Tem que haver alguma coisa. Um indicador. Um denominador comum. Um padrão possível. Algo que os outros não compartilham. Não pode ser nada. Não pode ser. Sempre há alguma coisa. O que fez Theo sobreviver? O que ele tinha que os outros não tinham? Não pode ser o coração. A menos que seja o coração de sua irmã. Faria diferença? Seria isso - ele pega o arquivo de Theo e cutuca o final da página com o polegar. Parece que alguém escreveu algo na página acima, mas depois riscou.

Com os olhos estreitos, Stiles move um pouco o arquivo na penumbra da luminária da mesa. Isso é um ponto de interrogação no final? Ele não consegue decifrar essa besteira. Vamos. Que porra é essa? Ele levanta a pasta mais perto do rosto. Como se isso fosse ajudar. Foda-se isso. Stiles solta o arquivo novamente. Caneta e papel. Caneta e papel. O escritório ficou às pressa. Até os arquivos de Jonathan Raeken foram deixados para trás. Isso significa que deve haver papel e caneta em algum lugar por aqui.

Gavetas da mesa.

Stiles pega o primeiro e o abre. Ou melhor, ele tenta.

"Que diabos?" Ele puxa a gaveta novamente, mas ela não se move. Estamos no meio da maldita noite. Se essa coisa estiver presa - respirando fundo, Stiles se agacha. Não está preso. Ele passa o polegar sobre uma pequena mecha prateada. Quem diabos tranca as gavetas da mesa quando não é a porra de um vilão de filme? Stiles duvida que haja uma chave em algum lugar por aqui. Na verdade, a chave é o que o pai de Theo levou consigo.

Ou escondido muito bem.

Hum.

Ele se endireita novamente, verificando a mesa. Talvez - uma tábua do piso range e Stiles levanta a cabeça, olhando para a figura parada no corredor escuro. Por um segundo, seu coração martela contra o peito. Por um segundo, ele pensa que é Donovan. Porque ele sabe que isso tem que acontecer. Porque ele sabe que isso vai acontecer eventualmente. A história deles ainda não acabou.

"Stiles," Theo diz com um tom que não é um bom presságio. Claro, é o Theo. Olhar para o arquivo de Donovan por tanto tempo o deixou um pouco nervoso. "O que diabos você está fazendo acordado?" Com o cabelo despenteado por causa do sono e vestindo apenas uma cueca boxer, Theo se transforma em uma séria distração. Ninguém deveria ter permissão para ter uma aparência tão boa.

"Eu não consegui dormir." Com um pequeno sorriso, Stiles levanta a pasta de Donovan. "Então, tentei fazer algo útil." Passando a mão pelo cabelo, ele deixa cair o arquivo sobre a mesa novamente e junta as sobrancelhas. "Foi uma tentativa fracassada, mas foi uma tentativa." Ele cruza os braços, estudando Theo, tentando localizá-lo nesta sala quando ele era criança, quando ele entrou aqui, talvez perguntando ao pai se ele quer brincar, talvez ajudando o pai nas pesquisas. Mas, por alguma razão, ele não consegue ver o pequeno Theo no escritório do pai.

Theo se aproxima, colocando um dedo no clipe de papel. Ele não tira o arquivo dele, mas algo muda em sua expressão que Stiles não consegue identificar corretamente. "Por que você está com meu arquivo?" Ok, Stiles sabe como isso parece. É perfeitamente possível que Theo pense que Stiles está bisbilhotando, que ele está tentando descobrir o máximo que pode sobre Theo sem que ele saiba.

Esse não é o caso.

Stiles fecha o arquivo e o empurra na direção de Theo, que não o agarra, apenas cruza os braços. "Você disse que Donovan poderia ter sido um sucesso se eu não o tivesse matado. Pensei que talvez pudesse encontrar algo que vocês dois tivessem em comum".

As feições de Theo relaxam um pouco. "Alguma sorte?"

"Não." Stiles balança a cabeça e dá a volta na mesa. "Você tem o coração da sua irmã e Donovan não tem nada além de um transplante de pele. Achei que talvez os outros não tivessem sobrevivido porque não eram quimeras o suficiente, mas... não sei". Com um suspiro, ele passa os dedos pelos cabelos.