Capítulo 27: chegando

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"Que porra é essa, pai?" Stiles pergunta em vez de uma saudação. Ele bate a carta na mesinha ao lado de sua cama de hospital. O vidro chocalha contra a garrafa de água. A palma da mão arde com o impacto. "Peter Hale? Você aceita dinheiro de Peter Hale?" Há muito que ele gostaria de acrescentar, principalmente perguntando se seu pai sofria de enfraquecimento da sanidade. Ainda assim, até ele percebe que seria de mau gosto, então ele permite que Theo o puxe de volta pelo braço antes que isso o irrite também, e ele dá um tapa na mão dele. Ele disse para ele esperar no carro, mas não é como se Theo o ouvisse. Nunca.

Seu pai o considera como sempre faz quando confrontado com uma de suas birras; uma expressão calma e firme que não está nem aqui nem ali. Sua fachada de xerife. Ser muito mole faria Stiles explodir, ser muito rígido o tornaria apenas mais desafiador. "Garoto", diz ele em um tom que é de alguma forma severo e compreensivo, "eu não sabia que o dinheiro vinha de Peter Hale."

Mordendo um escárnio, Stiles cruza os braços. "Uma empresa de moda italiana aleatória paga nossas contas, e você simplesmente permite?" Ele não permitiu. Stiles sabe que não. Seu pai investigou, daí a carta do advogado. E ainda. A raiva se concentra em um derramamento de óleo. Ele está parado lá há algum tempo, constantemente ameaçando transbordar. Mas agora é mais como se o que quer que fosse usado para proteger sua raiva fosse mantido junto com cola barata e rasgasse ao menor dos distúrbios.

"Eu não." Há uma nitidez na voz de seu pai que não existia antes, e ele se senta um pouco mais, forçando os travesseiros a obedecerem ao seu cotovelo. "Eles se recusaram a devolver o dinheiro. Entrei em contato com nosso advogado para ver se há uma maneira de forçar a mão deles." Mas não havia. Peter se certificou disso. "Depois que soube disso, tentei entrar em contato com o dono da empresa, mas, como você percebeu, também foi um beco sem saída."

Stiles passa os dedos pelos cabelos. "Por que você não me contou?" Ele não pode acreditar que não mencionou nada. É Peter Hale. O cara vem com más notícias presas ao quadril.

"Porque você não precisa saber tudo."

"Eu preciso" Stiles quase grita, incapaz de se conter, para acalmar qualquer tempestade que o alcance, "especialmente se for a porra do Peter Hale. Você acha que ele fez isso pela bondade de seu coração?" Respirando fundo, ele começa a andar pela sala para direcionar sua energia para algum lugar que não seja sua raiva. Não está funcionando tão bem quanto ele gostaria. "Ele vai esperar algo em troca." Pessoas como Peter sempre fazem.

"Você não acha que ele já teria nos contado?"

Stiles passa a mão no rosto. "Não, ele vai esperar o momento certo." Mas Stiles está cansado de reagir, ele quer ser o único com vantagem pela primeira vez. Só desta vez. Porque o que quer que Peter tenha planejado, não vai ser bom. "Eu tenho que falar com ele." De preferência agora.

"Isso está fora de questão," seu pai responde, sentando-se mais ereto. "Toda vez que você pisa naquele lugar, algo acontece." E por alguma coisa, ele provavelmente quer dizer ser maltratado pelos enfermeiros, ser sequestrado e trancado no porão. Para não esquecer o quase encontro com os Dread Doctors. Não é um lugar seguro e, com sua história, ele provavelmente terá dificuldade em entrar novamente - a menos que ele mesmo peça um pequeno favor. Afinal, ele e Lydia ajudaram Valack a sair de sua cela. Bem, tecnicamente, foi apenas o grito de Lydia, mas ele vai dar um jeito. Em caso de emergência, ele usará força bruta para entrar lá. Provavelmente não é exatamente fácil entrar na ala sobrenatural, muito menos sair. Provavelmente é melhor que ninguém descubra o que está acontecendo com ele, ou ele mesmo pode acabar em uma cela. O que, vendo como os últimos dias pioraram progressivamente, não seria particularmente surpreendente.

No Place For Promises (tradução)Onde histórias criam vida. Descubra agora