Fico preocupado com o ato de minha namorada e acabo me desesperando, com medo de ela estar desse jeito por minha causa.
-Amor, me deixa entrar-Digo em tom baixo e ouço seu soluço.
-Vida?-Meu coração se acelera ao ouvir seu choro, me sinto culpado por ter deixado ela assim.
-Meu amor, me desculpa-Peço mas ela parece não ouvir.
Me sento ao lado da porta do banheiro, me sentindo um lixo, estava de cabeça baixa enquanto derramava algumas lágrimas, quando se tratava da minha namorada, eu era a pessoa mais sensível e vulnerável que existia, ver ou ouvir ela chorar me partia em pedaços, me deixava angustiado de não poder fazer nada, principalmente saber que fui eu mesmo que causei isso.
Vários minutos se passam, ouço ela destrancar a porta e abri-la lentamente, levanto meu rosto para olhá-la, vendo seus pequenos olhos inchados de avermelhados, meu peito doía de vê-la nesse estado, sua expressão muda ao olhar para meu rosto, provavelmente meus olhos estavam vermelhos e inchados igual o dela.
-Ei...me desculpa-Pego em sua mão e puxo para perto.
Ela ficou em silêncio, parecia que ela queria chorar, ela também estava vulnerável, me levanto as pressas e a abraço apertado, que retribui da mesma forma, suas mãos faziam carinho em minhas costas, as minhas faziam em seus cabelos, pude ouvir seu choro baixo, me deixando com dor, tanto física quanto emocional, deixei algumas lágrimas rolaram, mas em silêncio, não queria deixá-la ouvir ou ver.
-Quando você chegou perto de mim eu lembrei do meu ex..-Falou abraçada a mim, me deixando petrificado, sentia nojo de mim mesmo.
-Me desculpa..-Sussurrei em seu ouvido com a voz fraca.
-Isso já passou...eu tenho que esquecer isso..-Se afastou um pouco para olhar em meus olhos.
-Não queria que você ficasse com medo de mim-Suas mãos seguram meu rosto, me fazendo desviar o olhar várias vezes, sentia vergonha de ter feito ela ficar com medo.
-Não foi você...-Sinto seu carinho em minha bochecha.
-Meus atos foram iguais aos daquele filho da puta-O clima estava pesado após isso, então ela se afasta.
-Vamos esquecer isso...temos uma viagem pra fazer-Tentou se reanimar e apenas respirei fundo.
-Me desculpa, tá?-Ela apenas sorri de leve e me abraça.
-Que gracinha, um homão desse chorando-Brincou e fui obrigado a deixar um riso escapar.
-Por você-A aperto contra meu corpo, apenas para sentir seu perfume doce.
-Vamo beber, só pra esquecer isso?-Sugeriu e concordo com ela.
-Só um pouco em-Revirou os olhos e se afastou.
Continuava com a mesma visão sobre mim, ainda me sentia mal por relembrar algo ruim dela. Mas iria fazê-la a mulher mais feliz do mundo, do meu jeito.
-Experimenta essa vodka-Mostrou uma das bebidas que estavam na geladeira.
-Tá louca?-Encarei ela incrédulo, fazendo suas boas risadas saírem.
-Por que?-Cruzou os braços e olhando desconfiada.
-Essa ai já me deitou no primeiro gole-Pego de sua mão dando uma olhada no rótulo.
-Fraco!-Debochou olhando em meus olhos.
-Vou nem te falar nada-A olho de canto e passo para a pia da cozinha.
-O que quer beber?-Me abraçou por trás, deixando suas mãos em meu abdômen.
-Qualquer coisa, menos essa vodka maldita-Ouço sua risada e sorrio.
-Tá boom-Deixou um beijo por cima de minha camiseta, em minhas costas.
-Cadê os nossos filhos?-Questionei e ouvimos um barulho alto na parte de fora da casa.
-Puta Merda os gatos!-Correu em minha frente a procura de nossos gatos.
-Caralho minha mãe vai comer meu cu!-Pousou uma das mãos em sua própria testa, vendo que os gatos haviam derrubado uma das flores que ficavam penduradas em uma parede.
-Fudeu bonito agora-A olhei com a mão na cintura.
-Ela vai endoidar quando ver-Caminhou para perto vendo a sujeira.
-Tadinhos, ficaram tudo sujos-Agachei para pega-los e ela me encara com desaprovação.
-Qual foi? eu me preocupo com meus filhos-Dou os ombros e ela levanta o vaso de flor.
-Gin, você quebrou o vaso!-Exclamou para o gato, que apenas a olhou.
-Amor, eu acho que ele entendeu-Sorri animado e ela ri de minha cara.
-Até parece né-Me levantei vendo ela se abaixar.
-Gatos são inteligente-Dou os ombros e ela ignora minha fala-Acho que seus pais chegaram-Ouço o barulho do carro de Badá.
-Que merda. Esse vaso de flor vai continuar quebrado, não to nem ai-Deu os ombros se levantando.
-Loucona-Murmurei baixo e ela aparenta ter escutado.
-Que?-Se virou para me olhar.
-Nada não, deixa quieto essa fita-Saímos andando antes de meus sogros abrirem o portão.
-Que horas são?-Perguntou e peguei meu celular.
-Duas e quinze-Respondi e ela assentiu.
Alguns minutos depois ouço Dona Maria gritar, provavelmente de raiva por ver sua planta caída do chão, seguro a risada e minha namorada balança a cabeça.
-Se faz de louco!-Mandou e fiquei em silêncio.
-Isadora, seus gatos derrubaram minha flor!-Gritou ao passar pela porta.
-Vixi, sério?-Se fez de desentendida.
-Que ódio viu-Resmungou colocando algumas sacolas em cima da mesa.
-Calma, Dona Maria!-Peço vendo ela revirar os olhos de raiva.
VOCÊ ESTÁ LENDO
CRIME E AMOR - PULGA
FanficOnde Pulga torna Isadora sua "protegida", cuidando dela como pode e a deixando longe de seu envolvimento com o crime.