Após me trocar desço com uma mochila nos ombros, ao chegar na recepção vejo minha mãe me esperar, caminho até ela e fomos conversando até a praia, o lugar era lindo.
-Seu namorado não quis vir?-Me olhou e voltou a atenção para um grande pano que colocara na areia.
-Ele ta se recuperando-Dou os ombros e a mais velha fica confusa.
-Se recuperando de que?-Se sentou e tirou sua blusa, deixando seu biquíni marrom amostra.
-Do chá que dei pra ele-Sorrio e a mulher balançava a cabeça em negação.
-Garota eu entendi isso direitinho em, não quero saber de neto por agora!-Avisou, dou uma olhada de canto e ignoro sua fala.
-Seu pai anda meio estranho-Falou, uma expressão diferente permanecia em seu rosto.
-Porquê?-Dou uma ajeitada em meu biquíni e me deito no grande pano forrado.
-Sei lá, vive no celular e não me conta nada, diz que é coisas do "trabalho" dele-Usou aspas com os dedos, logo um suspiro é soltado.
-Pulga tá assim também, só no celular, parece distante-Encaro o mar e as várias pessoas que estavam por ali.
-Você confia nele?-Perguntou, sinto meu coração parar por alguns segundos, penso e repenso para formar uma resposta.
-Achamos vocês!-Um frio surgiu rapidamente em minhas costas.
-Senta aqui!-Chamou mamãe, papai fez o que ela mandou, ficando ao lado dela.
-Eai amor, tá linda assim-Seus lábios tocam gentilmente minha bochecha.
-Obrigada!-Sorrio envergonhada, um pouco insegura de ele ter escutado a minha conversa.
-Passa protetor solar em mim? quero ficar torrado não-Deu uma risada boba, apenas assinto e procuro em minha mochila.
-O que que foi?-Seu rosto fica neutro, um pouco fechado talvez.
-O que?-Me faço de sonsa, rio sem graça e coloco um pouco de protetor solar em meus dedos-Vira ai-Peço e ele faz.
Esfrego uma boa quantidade de protetor solar em suas costas, nuca e ombros, fazendo uma leve massagem, deixando ele um pouco mais relaxado, tentando fazer com que ele esqueça meu jeito esquisito de antes.
-Valeu-Sorriu simples, isso tava ridículo, parecia que não éramos namorados, apenas conhecidos.
-Entra no mar comigo?-Pergunto guardando algumas coisas, aproveitando e tirando algumas tralhas de meu colo.
-To de boa, vai lá-Pegou o celular e desbloqueou, vendo que havia uma notificação ali.
-Ta-Me levanto e saio rapidamente dali, eu andava rápido, de certa forma estava brava com seu comportamento.
Olho para o horizonte, era belo, o céu azul e sem nenhuma nuvem era algo perfeito de se ver, o clima estava incrível, seus pés tocaram as águas geladas da praia, quando mais caminhava para o mar, maiores eram as ondas, me sentia viva ali, uma paz imensa me dominou em alguns minutos, sentia meu cabelo cacheado colar em minhas costas, como não sabia nadar perfeitamente, optei por ficar onde eu saberia que daria "pé" para mim, onde eu não iria me afogar. Logo decido sair e voltar para onde meus pais estavam, caminho lentamente, sentindo a areia grudar em meus pés por causa da água, me dava agonia, mas ignorei e cheguei até eles.
-Cadê o pulga?-Pergunto ao ver só meus pais ali.
-Foi resolver algumas coisas-Papai respondeu simples, uma pontada de ciúmes e insegurança bateu em meu peito.
-Vou voltar pro hotel-Aviso e visto minhas roupas, arrumo minha mochila em meus ombros e calço meus chinelos.
Caminho calmamente até o hotel, tudo estava normal, adentro no elevador e espero chegar em meu andar, logo saio e caminho pelo corredor, destranco meu quarto e adentro o local, pude ver Pulga na sacada, ele estava fumando, ignoro e guardo a mochila, entro no banheiro e tiro minhas roupas molhadas. Mudo a temperatura do chuveiro, deixando na água gelada, tomo um banho rápido, o suficiente para tirar aquela água de mar, e me deixar cheirosa, me seco com uma das toalhas dali e a enrolo em volta de meu corpo e caminho para fora do banheiro.
-Porque se ta estranha comigo?-Olho para o lado desentendida, seu semblante fechado mostrava que estava irritado.
-Não estou estranha com você-Respondo com indiferença, deixando ele totalmente irritado.
Pego algumas peças de roupas e levo para o banheiro, fecho a porta e me visto por ali, quando estava acabando de desembaraçar meus cabelos a porta é aberta com brutalidade, me fazendo recuar imediatamente.
-Que porra tá fazendo?-Sinto seu perfume amadeirado entrar em meu nariz como uma droga.
-Me fala o que eu fiz pra você-Sua proximidade me fazia prender a respiração, sentia seu corpo ferver com nossa proximidade.
-Você não fez nada, mas ao mesmo tempo me deixa tão confusa..-Sou incapaz de encarar seus olhos, mas provavelmente um olhar curioso e desentendido está presente.
-Em que eu te deixo confusa?-Perguntou receoso, talvez com medo que seja sobre meus sentimentos.
-Você me deixa confusa sobre várias coisas, não sei se é leal a minha o quanto eu sou à você...tenho medo de me machucar com sentimentos momentâneos-Encaro seus olhos, tendo a visão de seus olhos marejados, provavelmente sentia raiva de mim por ter falado essas coisas.
-Tá zoando?-Riu sem graça-A gente ta junto tem uns seis ou sete meses, e você me diz que tá com medo de se machucar, e que meus sentimentos por você é coisa de momento?-Seu tom de voz se alterou por um segundo, me sentia mal por ter me expressado de uma forma errada.
-Não, não era essas palavras que eu queria dizer!-Tento me explicar, mas sua risada irônica faz eco pelo banheiro.
-Se achava que meu amor era de momento, por que insistiu em ficar comigo?-Sua mão segurava meu rosto com firmeza, mas não para me machucar.
-Amor...-Deixo uma lágrima escapar-Desculpa, vamos conversar!-Entrelaço minhas mãos em volta de sua cintura.
-A gente conversa amanhã-Me empurrou para trás e saiu do banheiro, me deixando ali, pensando nas palavras erradas que usei, em como me expressei mal.
-Pulga, vamos conversar!-Me sento ao seu lado na cama, vendo uma expressão nada boa.
-Fala ai, Isadora-Um incomodo me bateu forte quando me chamou pelo meu nome.
-Me desculpa...me expressei muito mal, falei coisas que não deveria-Respiro fundo tentando não chorar-Mas você me deixou super insegura, por isso agi dessa forma idiota-Desabafo, vejo sua expressão mudar.
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CRIME E AMOR - PULGA
FanfictionOnde Pulga torna Isadora sua "protegida", cuidando dela como pode e a deixando longe de seu envolvimento com o crime.