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Eram cinco e vinte e três da manhã, estávamos na estrada a caminho de ilha bela, pulga dirigia tranquilamente enquanto eu tentava dormir, estava exausta, ontem havia ido trabalhar e não tive tempo de descansar.

-De boa aí?-A voz rouca de meu namorado me acordou de um cochilo.

-Sim-Murmurei baixo, enrolando em uma coberta.

-Daqui a pouco nois' para num posto pra abastecer e comer alguma coisa-Avisou e apenas concordei.

Volto a dormir e quando me desperto vejo que estávamos no tal posto, ao bocejar procuro por meu celular, checando o horário e logo meus pais aparecem ao lado de fora do carro, me apressei para descer e acabo caindo, por conta do cobertor ter enrolado em meus pés.

-Meu Deus, se machucou?-Perguntou mamãe preocupada em me ver no chão.

-Caiu igual bosta-Ergui a cabeça vendo meu pai rir até ficar vermelho.

-Acho que ralei o joelho-Faço uma careta de dor ao passar a mão em minha perna.

-Cê viu ela cair?-Perguntou papai para meu namorado, ainda rindo da situação.

-Ela caiu?-Soltou um riso, mas logo parou ao ver minha cara fechada.

-Sem graça-Bato a porta do carro e caminho na frente, junto de mamãe.

-Acho que sua namorada estressou-Ouço a conversa dos dois, mas não olho para trás.

-Jajá que faço essa raiva sumir-Apenas ignoro e adentro o local.

Assim que entramos pude ver várias opções de doces e salgados, era típico de um posto de estrada que fosse para algum lugar longe, rapidamente caminho até meu namorado, com uma carinha de cachorro sem dono, pego em suas mãos e o puxo.

-Tá me levando pra onde?-Perguntou já desconfiado.

Andamos mais um pouco e paramos em frente uma máquina de pegar pelúcias, obviamente que não iria perder a oportunidade de fazer meu namorado gastar dinheiro tentando pegar uma pelúcia.

-Pega um pra mim?-Faço beiço enquanto o olho nos olhos, no intuito de fazê-lo colocar dinheiro da máquina e conseguir uma pelúcia.

-Me olhando desse jeito aí parece que quer dar-Fecho a cara e ele ri-Não quer não?-Arqueou a sobrancelha segurando um riso.

-Sem graça-Revirei os olhos-Vai tentar ou não?-Cruzo os braços e ele tira do bolso a carteira.

-Tá estressadinha né?-Semicerrou os olhos-falta de tapa-Passeou o polegar em minha bochecha.

-Vai se ferrar, vai tentar pegar ou não?-Me irrito com sua brincadeira e ele me dá um selinho rápido.

-Lógico que vou, meu amor-Sinto minha barriga gelar com seu ênfase no "amor", mesmo isso sendo normal

-Vou buscar alguma coisa pra comer, não demora muito, ok?-Ouço ele murmurar um "aram", beijo sua bochecha e caminho até meus pais.

-Tem um sonho ali-Avisou papai, ele sabia que eu amava sonho.

-Tem dois-Respondo e ele me olha com dúvida, por ter visto apenas um.

-Onde?-Juntou as sobrancelhas, seguro uma risada e volto a falar.

-Na máquina de pegar pelúcias-Aponto para onde meu namorado estava, a feição séria de meu pai era visível.

-Deixa de bobeira menina-Solto uma risada com sua irritação.

-Estressado em, rapaz!-Saio rindo e compro um sonho para mim, era grande o suficiente para eu e Pulga comermos.

-Duvido muito cê' descobrir qual ursinho eu peguei-Apareceu atrás de mim, me assustando levemente.

CRIME E AMOR - PULGAOnde histórias criam vida. Descubra agora