Capítulo Um

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Eu amo a liberdade que tenho, cada um dos mínimos à pequenos detalhes, eu amo. Às vezes acontecia algumas coisas como o fato de acabar com cada maldição que eu vinha em cada lugar que eu ia, eu acabava com cada uma delas em menos de segundos, essa era a vantagem de ser a abençoada pelos deuses.

Isso tudo não passava de um título no qual me deram quando perceberam que herdei o Poder Divino, poder este que vem à muitos anos do meu clã e que não havia nascido um único ser que os tinha herdado mas dai então eu nasci e com isto veio o peso, a grande expectativa de que eu, com os meus poderes poderia fazer todo o ser humano se ajoelhar perante mim, poderia derrubar governos e mundos, poderia acabar com o planeta terra em menos de segundos... mas não era bem isso que aconteceu.

Ao decorrer de minha existência, desde a minha infância até minha adolescência fui regada de expectativas, treinos excessivos, controle sobre meus poderes e tamanha rigidez. Mas ai então fui para a escola de jujutsu e foi lá que me tornei quem eu era de fato, conheci pessoas que me mostraram como o mundo é de verdade, me mostraram a verdadeira felicidade, o que era se divertir. Com eles aprendi muita coisa e que até hoje levo para toda a minha vida, assim como os traumas que até hoje carrego.

Voltar à escola jujutsu era uma das coisas que eu mais ansieva em fazer mas infelizmente acabei vindo por conta que os superiores imploraram e imploraram para que eu viesse e então assim eu fiz, fiz por dó e por curiosidade do quê tanto queriam comigo mas antes de ir até eles eu pretendia primeiro ver uma outra pessoa...

  O caminho pelos corredores eram bastante conhecidos e eu esperava encontra-lo em qualquer sala e esperava que não demorasse demais para o encontrar. Havia recebido notícias de que ele se tornou um professor e isso me deixou extremamente feliz por ele mas quando recebi essa notícia estava muito longe de meu país de origem.

- Naomi?

  Parei ao escutar meu nome ser chamado, reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Me virei para encarar o donos dos olhos azuis mais lindos que eu já vi mas fiquei decepcionada ao ver que ele já não tinha seus óculos e sim uma venda branca enrolada em seus olhos.

- Satoru! Quanto tempo.

- Você veio para cá e não me avisou nada. - Ele cruzou os braços.

- Eu queria fazer uma surpresa mas você acabou me encontrando antes mesmo de eu fazer a surpresa. - Finge estar triste com a situação mas logo sorri. - Ah, aliás, estou feliz por você ter se tornado professor, era o que você queria não é mesmo?

  Mantinha meu sorriso em meu rosto enguanto falava e ele se aproximava de onde eu estava e assim que terminei de falar recebi um peteleco na cabeça.

- Ai! Ficou doido foi? - Toquei em minha testa massageando o lugar, o encarava irritada, minha alegria tinha ido por água abaixo enguanto ele tinha um sorriso em seu rosto.

- Você ainda veste a camisa ao avesso.

  Minha primeira reação foi o olhar confusa para em seguir olhar para a minha camisa assim notando que sim, eu havia vestido ela ao avesso, bufei.

- E eu verifiquei duas vezes...

- Dá próxima lembre de verificar três ou mais.

- Ah, qual é Satoru! Virou minha babá agora?

- Eu já não era?

- Ah...

  Calei a boca antes de falar qualquer coisa, ali naquele momento eu não tinha o que responder pois ele estava certo. Mesmo que ambos tenhamos a mesma idade, infelizmente eu sou uma pessoa naturalmente desatrada demais, desatenta demais e consequentemente também um pouco lerda. Em minha adolescência isso tudo era mais forte e com isto Suguru, Gojo e Shoko eram literalmente minhas babás, Gojo tinha grande exclusividade de ser minha babá principal pois em maioria das vezes estava sempre comigo e era sempre o primeiro a me alerta, dá um peteleco e reclamar quando estava desatenta.
Com toda a criação que tive e toda a rigidez eram sempre centradas à parte aonde eu era lerda, desastrada e desatenta, a boa parte é que em casos de luta e usar os meus poderes para valer, eu tinha um hiperfoco e conseguia fazer isso com naturalidade e perfeição.

- Tá bom! Para aonde estava indo agora? - Perguntei encarando seus olhos, na verdade, a venda.

- Estou indo para a sala do primeiro ano, hoje teremos mais um calouro.

- Que empolgante! Quantos alunos?

- Quatro.

- Só?! - Minha voz saiu um pouco alta com a surpresa. - Eu pensava que hoje em dia teríamos mais primeiranistas.

- Pois é, infelizmente feiticeiros jujutsu tem se tornado mais escassos do que os anos que se passaram.

- Triste... mas bem, não quero tomar mais do seu tempo.

- Por quê não vem comigo? Vou querer lhe apresentar à eles.

- Ah... bem, eu tenho reunião com os velhos.

  Satoru ficou quieto por alguns segundos parecendo pensar em algo antes de finalmente abrir sua boca para falar.

- Foi por isso que voltou?

- O quê?

- Por causa dessa reunião com eles.

- Ah, não, não! Já tinha planos de voltar para cá, os velhos me chamar foi um adiantamento da minha volta para cá. - Coçei minha nuca um pouco nervosa ao notar o semblante um pouco sério de Satoru. - Eu acho que posso dá uma passadinha lá antes de ir à reunião.

  Um sorriso apareceu nos lábios de Satoru e ele passou seu braço por cima de meus ombros, contente com a minha decisão.

- Não acredito!

  Eu e Satoru olhamos para trás notando Ieire que me olhava em choque.

- Ieire! - Fui em sua direção à abraçando. - Quanto tempo!

- Quando foi que você voltou? - Perguntou assim que me afastei e começou a me analisar de cima à baixo. - Você mudou...

- Acredito que tenha sido apenas o cabelo, ele cresceu consideravelmente. - Sorri enguanto tocava no cabelo. - Cheguei não faz nem uma hora direito, fiz questão de chegar o mais cedo possível.

- Naomi. - Olhei para Satoru. - Irei na frente, você irá mesmo não é?

- Irei, não se preocupe. - Ele acenou e saiu caminhando, voltei minha atenção para Ieire. - Desde quando ele ficou pontual?

- Acredito que seja por causa do novo aluno dele.

- Você vai me contar isso, porque se for por ele, eu não vou saber a história.

Power { Satoru Gojo }Onde histórias criam vida. Descubra agora