Voltar a caminhar por essas ruas me traziam memórias incríveis nas quais me orgulhava muito e que sempre iria lembrar delas com um aperto e com o coração quentinho. As memórias de quando era eu, Suguru, Satoru e a Ieire, juntos... éramos incríveis juntos. Infelizmente por decisões tomadas por Suguru agora não éramos mais o quarteto incrível.
Parei em uma barraquinha que estava vendendo mochi, uma das coisas que eu mais gostava e por estar viajando estava com muitas saudades de comer. Depois de comprar quatro mochi de sabores diferente me afastei do alvoroço de pessoas e segui para um lugar mais afastado e calmo, em meus ouvidos estavam meu fone de ouvido que tocava em uma das minhas playlists, enguanto caminhava cantarolava baixinho a música que estava tocando. Me sentei em um banco de uma praça, não havia muitas pessoas ali naquele momento então estava sendo bem tranquilo, peguei um mochi toda feliz por estar voltando a apreciar uma das minhas coisas favoritas.
- Você retornou.
Parei o caminho que estava fazendo para levar o mochi à minha boca, olhei na direção da pessoa que estava falando comigo notando a presença de Suguru.
Poderia dizer que estava muito surpresa de vê-lo ali naquele momento, principalmente por ver que ele agora não estava com suas vestes budista e estava com os cabelos bem maiores do que a última vez que o vi. Ele tinha ainda seu costumeiro sorriso no rosto, o sorriso que me cativava todas as vezes que eu o via.- Eu sempre volto. - Sorri para ele e então tirei a bolsinha que tinha os mochi do meu lado. - Senta.
Ele não demorou a acatar o meu pedido e se sentou ao meu lado. Peguei um mochi oferecendo a ele que aceitou, comendo em silêncio.
Ainda me lembrava de quando Suguru havia mudado de lado, tinha matado os seus pais e uma aldeia inteira. Lembrava do quanto havia ficado chocada quando Yaga havia lhe contado, não esperava que ele um dia fizesse o que fez. Eu ainda me encontrei com ele depois do que aconteceu;
- Então você de fato mudou de lado?
Estava parada em um beco e ele estava à alguns metros afastado de mim, ele tinha um expressão séria em seu rosto enguanto que eu olhava para ele esperando que fosse mentira e que não passasse de um engano.
- Você ouviu. Tudo é verdade.
- Por quê?
- Eu tenho os meus motivos.
- Então me conte. - Dei alguns passos para me aproximar dele mas na mesma medida que eu tentei me aproximar ele se afastou e isso fez eu sentir um aperto no coração. - Não se afaste...
- Acho que agora é agora de dizer adeus, Naomi.
- Não me deixe... - Sentia as lágrimas quererem descer pelo meu rosto mas eu estava lutando para não deixá-las escorrer. - Por favor...
Foi naquele momento de desespero, aflição, medo e os sentimentos de perda e raiva me encheram e eu desabei. No mesmo dia em que perderia o meu melhor amigo também havia feito algo no qual eu não me arrependia mas que a minha consciência me acusou de uma forma tão pesada que eu não soube reagir muito bem e ele foi o único à quem eu contei e o único no qual não me julgou por minhas ações.
- Como estão as meninas? - Olhei para ele depois de passar alguns minutos em puro silêncio e não olhar para ele.
- Elas cresceram. - Seu sorriso pareceu aumentar um pouco mais, percebia o orgulho que ele sentia pelas meninas e isso me fez sorrir também. - Elas perguntaram por você recentemente, irá fazer uma visita à elas não vai?
- Isso é um convite disfarçado para que eu não vá somente ver elas e sim você? - Suguru soltou uma risada baixa. - Sim, talvez eu vá.
- Por onde esteve?
- Em todo lugar, até para a América do Sul eu fui. Eu amei a culinária de lá, quem sabe um dia eu consiga te tirar daqui e nós vamos para o Brasil e você vai ver como lá é incrível.
Ele mantinha seu sorriso no rosto enguanto eu comentava totalmente feliz pela minha estadia no Brasil.
Suguru sempre foi aquele amigo no qual sempre para, para escutar toda uma história e experiências que você tem. E eu amava me abrir com Suguru, conversar com ele sempre seria a minha terapia gratuita.
Ele tinha toda a sua atenção em mim, prestando atenção em cada palavra que eu dizia e sempre perguntava algo que ele tinha curiosidade ou queria saber com mais detalhes e eu sempre respondia com mais animação.- Sabe uma coisa que você tem que experimenta, é chimarrão! Ah! E também cuscuz. - Ele soltou uma risada.
- Se for para eu comer todas essas comidas que você está dizendo, eu vou sair de lá parecendo uma bola. - Eu ri.
- Tenho que confessar que ganhei uns quilinhos à mais quando sai do Brasil. - Dei algumas batidinhas em minha barriga. - E o quê você tem feito enguanto estive fora?
Suguru começou a me contar tudo o que estava se passando em sua vida e até mesmo alguns de seus planos e mesmo eu não concordando com nenhum deles, eu apenas fiquei quieta e respeitei. Assim era que seguiamos nossa amizade até agora, um respeitando o outro independente das ações, decisões tomadas, eu o respeitava e muito e não queria perder o Suguru de jeito algum e assim eu sentia que isso era recíproco.
- Como soube que eu retornei?
- A fofoca se espalha muito rápido e você é uma pessoa muito conhecida no mundo jujutsu, é difícil não saber. - Ele respondeu olhando para um ponto aleatório para em seguida olhar para mim.
- Às vezes esqueço que sou literalmente famosa. - Fiz uma careta mas depois sorri e joguei meu cabelo para o lado. - Eu adoro isso!
Suguru sorriu. Ele tinha a plena consciência de que estava brincando com aquilo e que na verdade em alguns momentos eu odiava o tanto de atenção que recebia mas em outros, eu me achava até demais. Depende muito do meu humor.
- Eu preciso ir. - Ele se levantou do banco e eu me levantei em seguida ficando de frente para ele. - Estou feliz de ver que retornou e que está inteira.
- Eu perdi um braço meu mas consegui recuperar, tá vendo! - Mostrei o meu braço esquerdo. - Inteirinho.
Ele balançou sua cabeça rindo negativamente. Às vezes eu achava que para ele, eu não passava de uma simples mulher adulta que às vezes acabava agindo sem querer como uma criança.
Suguru me encarou por alguns segundos, em seguida tocando em minha bochecha fazendo uma pequena carícia nela. Fechei meus olhos aceitando e apreciando seu carinho, senti a respiração de Suguru próxima ao meu rosto e depois senti a sua testa colada à minha.Não era a primeira vez que isso acontecia, houve muitos outros momentos como esse e era nesses momentos em que eu sentia a grande conexão que eu tinha com ele, era nesses momentos em que parecia que eu e Suguru reabasteciamos nossas energias um no outro.
Em um pequeno impulso decidi o abraçar, escondendo meu rosto na curva de seu pescoço. Suguru me acolheu em seus braços e me senti restaurada.
Ficamos assim por alguns minutos antes de nos afastarmos e sorrimos para o outro. Coloquei minha mão também em sua bochecha fazendo uma carícia depois olhei para seu cabelo.- Seu cabelo cresceu muito rápido e tá muito brilhoso, qual o produto que você usa?
- Ha! Vai ficar curiosa.- Suguru, isso é maldade. - Cutuquei ele repetidas vezes enguanto ele ria.
- Quem sabe um dia eu te conte.
- Pra quê segredo hein? Nós não somos amigos? Temos que contar tudo para o outro!
- Nisso eu vou te deixar curiosa.
- Suguru!
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Power { Satoru Gojo }
FanfictionA mulher que foi abençoada pelos deuses e mesmo sem querer, acabou sendo a pessoa mais temida à cada dia que se tornava mais forte, exceto por aquele que apenas à admirava... Satoru Gojo. 📌| Iniciada: 08 de Setembro de 2023 📍| Encerrada: 08 de No...