capítulo 41

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Ariella

   Levanto da cama, não consigo dormir, desço dois degraus que separa a cama da mini sala, coloco o robe e vou até a sacada, mas antes que fosse olhei de esguelha e vejo a outra carta. Eu tive um surto e Beau disse que seria melhor depois. Ele me acalmou, me ajudou a não chora no banho e pediu minha comida preferida, arrumou meu cabelo e me deitou e me amarrou em seus braços.

  Pego a carta e coloco contra meu peito e olho para ele, dormindo, ele é quase um bebê dormindo. Engulo o medo de abrir essa carta e vou para fora, me sento em uma das poltronas e coloco os pés em cima da mesma, encaro o papel por muito tempo, e está escuro, eu vim poucas vezes para Meridian não com a mesma frequência que eu ia ao cinema de thunder Bay. Eu só não vim pra casa mais do que quando eu tinha que fazer algo para meu pai.

     Olho para cidade estamos alto, mas ok, vejo os prédios e suspiro esquecendo um pouco da pressão que a a carta em minhas mãos me traz. Meu telefone está tocando há horas mas eu não quero ouvi-los. Ninguém viria por mim, querem o que eu sei.
      A porta de vidro abre e eu pulo no lugar deixo a carta cair no chão.

— que susto porra. — digo e ele estende a mão e eu pego por costume.

   Ele me puxa e senta onde eu estava, assim que ele se senta me coloca em seu colo, e passa a mão de leve nas minhas costas, me inclino e pego a carta, e ele pega da minha mão e faz uma cara preocupado.

— Não gosto de acordar e não te ver na minha cama Ariella.

— Não se acostumou? Viveu sempre de cama em cama, e depois que eu sofri o acidente você dormiu por meses sozinho eu acho. — digo e ele fecha os olhos e joga a cabeça para o encosto da poltrona.

— Ok, você não vai esquecer que eu já dormir com gente pra caralho. — ele diz passando os dedos pela minha coxa — Mas eu fiquei sozinho. Juro. Eu dormi sozinho por um ano.

— Que determinação! — Digo e ele morde minha orelha — Quero ler a outra carta.

— Você vai chorar de novo. Estou com muito sono e posso ser grosso com você deixa pra amanhã.

— Não vai acontecer nada.

— Eu sei que vai. É sua vida. — ele diz abraçando minha cintura e deitando em cima dos meus seios. — Então...

— Se eu achar que não vou aguentar você tira da minha mão. — ele sorri com os olhos fechados.

— Vai ler em voz alta? Eu quero ouvir também.

— Claro. — Digo abrindo o envelope.

   Estava nervosa, ele me destruiu com sucesso. Toda tensão já foi então eu acho que posso aguentar isso sem muito drama.

Então começo:

" Não vai ser uma carta grande estão está tudo bem.

     Aposto que já leu a outra carta, então deve saber que não sou sua mãe. E vou te explicar o que está acontecendo ok?

    Há alguns dias, quando fomos ao cinema lembra? Uma mulher se aproximou e perguntou de você. Era a Natália, sinto muito querida, não aconteceu como sua mãe previu. A verdade é que ela vai voltar a vir atrás de mim e se você está lendo essa carta é porque provavelmente você já está grande o suficiente para não vir atrás de casa. Eu estou doente e não vou viver muito, mas gostaria de dizer que não, não sou uma vadia que dormiu com aquele escroto do cacete. Eu só...era amiga da sua mãe e cuidei de você.

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