capítulo 03

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DAMON

    Vadia, louca, maldita, como ela ousa, ela explodiu o Pitton!? Aposto que foi ordem daquele fodido do Gabriel ela é cadela dele. Aposto que se ele pedisse um boquete pra ela ela faria. Engoliria a porra dele com gosto. Por isso ela não é uma de nós. Ela não é minha irmã, é só uma vaca maldita que se aproveita desde que chegou.

     Eu vim dar outra surra nela, mas esse maldito sótão está vazio, ela não sai a noite, ou seja ela deve estar lá embaixo, vou esperar e vou esfolar ela viva por me meter em problemas, agora aqueles filhos da puta querem minha cabeça. Eu tinha um plano e ela de meteu, espero que ela venha dormir talvez eu mate ela. Talvez não, eu vou acabar com ela.

Vasculho o quarto inteiro, não tem sinais de que ela tenha ido embora está tudo aqui, então ela está em casa. Então ele deve estar na sala ou no escritório do papai dela enfiando o pau dele na boca dela.

   Eu não teria problemas em cuidar dela. Mas ela me irrita, ela me irrita profundamente, aquela cara de quem é a coitadinha me irrita, como ela se faz de vítima quando ela é a culpada por todas as merdas que vem acontecido. Eu odeio mulheres, mas quero matar Ariella. Queimar ela viva e ver se ela vai chorar, porque ela é como a porra de um ciborgue que não chora e não tem nenhuma expressão.  Me irrita profundamente.

    Encontro um caderno debaixo da escrivaninha, pego e abro, tem uma lista. Começo a rir, vagabunda. Ela tinha o próprio plano.

✓ tirar boas notas
✓ Ter todas as extras
✓ Ter todas as honors
✓ Redações
✓ Negociar minha liberdade
✓ Fazer o que ele quiser até o último ano do ensino médio.
✓ Minha parte da herança
✓ Ir embora
✓ Sumir de Thunder Bay e nunca mais voltar.

    Desgraçada, foi embora? Ouço passos e me escondo no closet. Agora de perto tem cabides sem roupas. Ela não vai nem se formar? Aquela rata é mais inteligente do que eu imaginei.

"Ariella..." Nik? O que ela está fazendo? Ela nunca gostou da Ariella.

“Você vai descer pra jantar?”

    Não faço barulho e ela desce, elas tem essa relação? Não, depois do acidente a Ariella nem chega perto de mim quando não é um ordem do Gabriel. 

    O acidente que deixou a Winter cega, parece que ser filha do Gabriel Torrance era um bom título quando ela era pequena, ela e a Winter faziam ballet juntas, até a Ariella cair da árvore e a Winter ir junto e eu fui de impulso junto. Winter ficou cega, Ariella em coma e eu apanhei três vezes mais por ter me quebrado e quase matado as duas. Como se fosse minha culpa.  Foi culpa da Ariella. Ela que subiu lá em cima, ela que estava com medo de cair, ela que segurou na Winter quando eu empurrei ela para descer, e foi ela que perdeu o chão então a culpa é dela.

   Fui o primeiro a recebê-la em casa quando ela acordou, bati nela. Foi a primeira vez que eu bati nela. E foi a última vez que ela falou comigo. Eu achei ótimo, ela não se metia comigo e eu não via a cara dela. E ela cresceu como uma criança chutada de um canto pra outro dentro dessa casa, ela praticava ballet com a Natália até sangrar todos só dias, apanhava do Gabriel quando fazia algo errado e eu batia nela quando ela me irritava. Queria ela morta, mas ela nunca morreu. A desgraçada nunca morre.

Banks

Entro dentro do escritório. Ele está fumando, está bem humorado.

— Ela já foi? — Ele pergunta.

   Como pode mandar ela embora depois de machucar ela tanto, se ela morrer aposto que ninguém vai se importar.

— Sim senhor. — digo sentindo tanta raiva.

    Por que ninguém me conta nada? Porque ninguém me diz o que está acontecendo. Porque o Damon sumiu e não veio me ver depois eu saiu da prisão, porque a Ariella está indo embora depois de ter apanhado tanto, achei que ela estava se preparando para ter um vingança contra ele. Mas ela só foi embora.

— Que bom. — Ele parece aliviado — Você vai lidar com aquele moleques agora Banks. Eles estão atrás do seu irmão. Vamos aguardar.

   É sempre um negócio pra ele, e quanto a nós? Quanto ao Damon se for pego ou a Ariella se morrer? Isso não importa. Não pra ele. E eu tenho que fingir que é assim pra mim também.

— Ok, tenha uma boa noite senhor — Digo saindo.

— Vou ter. Com toda certeza.

Os dois foram embora e quanto a mim! Eles fugiram e eu? Eu tenho que lidar com nosso pai sozinha!?

~~~~×~~~~
Ariella

    Meu estômago está doendo, acho que foi o último soco que ele me deu, preciso ir a um hospital. Estou sem ar, merda... não posso ir a um hospital, vão ver, vão denunciar, vou voltar pra casa e ele vai me esfolar viva. Abro a bolsa, minhas mãos estão tremendo e formigando, pego a garrafa de água e dois analgésicos, assim que Engulo minha roupa fica toda molhada.  Que droga.

     Estaciono o carro em um estacionamento perto de um lugar movimentado, graças ao céus que ele é filmado. Me jogo no banco de trás e desmaio.

.
.

    No dia seguinte, estou com febre, estou com náuseas mais do que antes. Mas posso dirigir. Então dirijo, passo na farmácia e compro qualquer coisa que faça parar de doer, qualquer coisa que me faça parar de sentir dor. Eu me dopei a um nível que no consigo olhar para o que está na minha frente aos meus arredores não tem nada. Tudo é preto. Paro em frente um hotel, e pago uma diária, assim se chego no quarto, o vômito sai da minha boca quase arrancando meus órgãos a força, depois de dez minutos no mínimo eu estou no chão no banheiro como um cadáver vivo.

   Aproveito e tomo banho e me olho no espelho, meu estômago está azul, fora os hematomas roxos e pretos por todo meu abdômen, meu pescoço está completamente destroçado com marcas de dedos, eu me recuso a olhar minhas costas. Devem estar horríveis.
   Dou dois passos pra trás. Mordo meu lábio e encaro a figura distorcida no espelho, isso é o que eu sou. Um acúmulo de hematomas e feridas. Isso me machuca mas eu queria chorar, talvez se eu conseguisse chorar eu estaria mais bem psicologicamente, não estaria com pensamentos violentos e nem com ânsia por matar mais pessoas, bem para me empanturrar de drogas e morrer de overdose.

   Acontece que a Ariella Torrance não é uma coitada, limpo o sangue do meu lábio inferior e dou cinco socos na minha cara, então encaro meu nariz sangrando e respiro fundo.

— você não é nada. Nem Deus. — digo encarando meu reflexo — Já chega, você pode fazer melhor que isso. Olhe pra você? Saiu daquele inferno com sucesso.

   E eu nunca mais vou sair de lá, ser fria e sem sentimentos foi o que me deixou viva aqui, então vou continuar assim. Amor é só uma palavra para idiotas que não são inteligentes. Amor é negócio, é atraso.

Uma pena que eu aprendi isso na pele literalmente.


it's mineOnde histórias criam vida. Descubra agora