capítulo 30

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Beau

Eu estava perdido em meus próprios pensamentos quando Ariella começou a cruzar a rua. Ela disse coisas muito estranhas, como tantas vezes antes, e o ar estava carregado de tensão. Eu queria dizer a ela o quanto a amava e que eu daria um jeito como sempre estive disposto a fazer, mas as palavras teimavam em ficar presas em minha garganta e quando eu tive coragem...

O som do carro acelerando e o gritos de pessoas ao redor enquanto vi Ariella cortando o ar me atingiram como um soco no estômago. Eu assisti impotente enquanto ela era atingida, seu corpo sendo arremessado violentamente ao chão. O mundo ao meu redor parecia desacelerar, como se estivesse em câmera lenta, mas meu coração batia em ritmo acelerado, como um tambor ensurdecedor.

Corri em direção a Ariella, ignorando o perigo do vidro quebrado e do sangue espalhado. Meu grito angustiado escapou de meus lábios

— Ariella! — Mas ela não respondeu.

Seus olhos estavam abertos, mas pareciam vazios, fixos em algum ponto distante.

Uma moça desconhecida me empurrou com firmeza, dizendo-me para não me mover, que ela era médica. O pânico tomou conta de mim quando percebi que a situação era ainda pior do que imaginava. O sinal estava fechado, e aquilo não havia sido um acidente. O carro a atropelou de propósito.

Me senti completamente impotente, observando a médica trabalhar freneticamente para salvar Ariella. O sangue ao redor dela, o som das sirenes se aproximando, tudo se misturava em um borrão aterrorizante.

O pensamento de que Ariella poderia morrer sem ouvir as palavras que eu tanto desejava dizer a ela me atingiu como um soco no peito. Eu me sentei ali, ajoelhado ao lado dela, rezando em silêncio e suplicando a qualquer força superior que pudesse existir por um milagre que a trouxesse de volta para mim.

Nada mais importava naquele momento. O mundo inteiro desapareceu, deixando apenas o terror e a angústia que me consumiam enquanto eu aguardava, com o coração destroçado, por notícias do destino de Ariella.

Dean

E

u estava com a Allie quando o fórum da faculdade bombou. Eu não vi por achei que fosse fofoca, já que ele bomba todo dia. Mas quando o Logan chegou pálido e Tucker veio atrás. Já sabia que tinha acontecido um desastre. Primeiro achei que fosse algo com o G já que ele estava sumido desde ontem a noite. Mas então ele chegou como se não tivesse dormido por horas. Então cá estamos nós.

— Ariella está no hospital. — Hannah chaga quase arrombando a porta da frente — como caralhos você não me avisou G?

— Eu estava tentando não deixa o Beau pilhado. — G diz e então eu caí na real.

Ariella está no hospital, então Beau está com ela porque ele é louco como um lunático por ela. Ele disse que estava pesando em larga o sonho de ser profissional e casar com ela. Coisa de bêbado. Mas sei lá. Ele é fanático por ela tipo muito.

— O que aconteceu? — Allie pergunta impactada. Meio que meu cérebro ainda não processou tudo.

— Um carro maluco atropelou ela quando estava na faixa de pedestre. Ela não estava respirando. Estava um trânsito do cacete ontem na hora da saída da universidade, quando eu vi o Beau em choque e a Ariella no chão. Eu acho que perdi o chão cara. Eh nunca quero passar por isso. Deus me livro passar por aquilo. Eu nunca vi o Beau tão destruído na vida.

    Então aí sim. Caiu o ficha. Por que eu sou um péssimo amigo. Que inferno. O Beau deve estar completamente destruído. A imagem de como eu me sentiria se se fosse a Allie me dá agonia. Se só imaginar já me dá esse efeito imagina sentir ao vivo.

    Coloco uma camiseta e pego as chaves do meu carro, caralho Beau...

Beau

Me pediram documentos dela. Então eu vi buscar já que tenho a chave da casa dela. Eu estou fazendo tudo no automático, minha cabeça não está funcionando, se ela funcionar eu provavelmente vou morrer pelo choque. E não consigo dormir também, aquela imagem parece tatuada no meu espírito. Assim que abri a porta duas pessoas estão na porta da casa dela. As duas eu já vi. Damon e o outro Will alguma coisa III.

— O que está fazendo na casa da minha irmã?

— Não é da sua conta. — Prometi a mim mesmo que quando visse ele ia afundar ele no chão mas agora estou em choque demais para lembrar meus músculos que tem um filha da puta na minha frente.

— Ariella! — ele grita como se fosse um maldito chefe. — Saia agora!

— Ela não vai sair. — Digo já puto. — Foi você né? Veio comprovar que o serviço estava feito?

— como é seu fodido do caralho? — ele diz dando passos bem putos para cima de mim.

— O único fodido do caralho aqui é você. — Digo completamente bravo — Como pôde? Ela já fez tudo que você queria. Não. Depois que perder a utilidade é morte. Dignos e malditos russos.

   Passo por ele e encaro o outro que está me impedindo.

— Não te conheço, mas você parece putinho demais. Ariella deu um fora em você?

    Lembro um pouco das coisas. O telefone dela. Eu sei a senha óbvio, ela me deu. Ontem eu vi. Esse maldito Damon ameaçou ela. É tudo culpa dele. Não é muita coincidência que ela tenha sido atropelada de propósito um dia antes dele chegar? É como se ele estivesse esperando para dar o ar da graça.

— Deveria ser um pouco adulto Damon. — Digo encarando ele. — Não vou te pegar hoje. Por que preciso ir ao hospital fazer a ficha médica oficial da Ariella. Mas eu vou pegar você outro momento. Pode não ser hoje nem amanhã mas vou te pegar. Vou quebrar seus ossos como quebrou sua irmã e faço questão de quebrar você todas fraturas que Ariella tem no corpo. E não vou ficar satisfeito. Porque você não presta.

— O que você sabe dela? — Will supostamente agarra meu colarinho, pena eu sou mais alto aqui. — Crescemos com ela. Você não sabe de nada.

— Então sabia que uma criança era agredida e não fez nada? — Empurro ele — Sabia eu esse lunático do caralho batia na irmã dele e simplesmente enfiou sua humanidade no rabo.

— Como assim? Batia nela. — Oh ele não falava para os amigos que batia já irmã cinco anos mais nova que ele? Que arrombado.

— Fica na sua Beau Maxwell. — Ele diz atrás de mim. — Disse ficha médica oficial? Ariella está morrendo ou alguma pirraça de novo?

De novo?

   Fecho a mão e viro um soco, não, um murro na cara dele. Depois enfio mais cinco vezes e então Will me empurra. E Damon me soca mas não dói. Na verdade eu não sinto dor desde Ontem.

— Filho da puta. — ele esbraveja.

— Ariella está morrendo no hospital por que você é um monstro do caralho. — Digo limpando o sangue do meu lábio cortado. — Ela vai morrer e sabe o que mais é engraçado Damon? Que você não sente remorso por ter feito isso com ela. Não teve coragem de matar ela na porrada então resolveria pagar alguém para o seu trabalho sujo? Vai se foder. Não chega perto da minha namorada. Eu vou te matar se pisar no hospital.

it's mineOnde histórias criam vida. Descubra agora