Capítulo 35

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Jenna Ortega Point View

Não consegui mover um músculo sequer quando vi Gwendoline sair do meu quarto. No dia do meu aniversário, que deveria ser um momento feliz e comemorativo, me encontrava ali, sozinha, acariciando a gargantilha que ela me deu. Ainda posso sentir seu toque delicado em meu pescoço, e seu perfume amadeirado impregnou todo o meu quarto. O que eu fiz? Estou confusa, presa entre a mágoa e uma inexplicável atração por ela.

Meus pensamentos foram interrompidos pela presença dos meus amigos Emma e Hunter na porta do quarto, segurando suas garrafas de cerveja. Eu estava tão absorta em minha própria confusão que mal conseguia entender o que estava acontecendo ao meu redor. Hunter estalou os dedos, chamando minha atenção e me tirando do transe.

— Jenna, o que aconteceu? Vocês brigaram? — Hunter perguntou, preocupado, enquanto Emma me encarava, esperando uma resposta.

Respirei fundo, tentando encontrar palavras para expressar o turbilhão de emoções que me consumia.

— Acho que perdi a oportunidade de me reconciliar com ela — murmurei, quase para mim mesma, enquanto as palavras saíam baixas, carregadas de tristeza.

— Ela saiu daqui visivelmente chateada. O que realmente aconteceu? — Hunter insistiu.

— Tentamos conversar, mas ela me disse que me conhecia dos sonhos dela, que havia um motivo... — Parei por um momento, tentando recordar as palavras exatas de Gwendoline. — Ela nem me deu a chance de responder, só saiu — concluí, sentindo um nó se formar em minha garganta.

Foi então que Emma se aproximou, segurando-me pelos ombros e encostando a garrafa gelada no meu braço. Seus olhos encontraram os meus com preocupação, e ela disse com determinação:

— Você não me engana, Jenna. Você está apaixonada por ela, e tudo isso está sendo intenso. Você precisa entender que sua irmã chantageou ambas, mas ainda há tempo de ir atrás dela.

Fiquei sem palavras por um momento, tentando processar o que ela acabara de dizer. Minha mente estava em um turbilhão de pensamentos.

— Emma, eu realmente não sei do que você está falando. Eu e Gwendoline apenas demos uns beijos, mas eu não sinto nada além de... confusão. Eu não estou apaixonada por ela, não é possível. Eu nem sequer parei para pensar nisso. A ideia é absurda — eu disse, tentando soar segura, embora soubesse que minhas palavras estavam vacilantes.

Apesar de minha resposta aparentemente firme, meu coração estava acelerado, e minha mente estava uma bagunça. Cada vez que Gwendoline estava por perto, algo dentro de mim se agitava, algo que eu não estava pronta para enfrentar ou aceitar.

Emma suspirou, colocando uma mão gentil no meu ombro.

— Jenna, eu só quero que você seja feliz. Seja lá o que estiver acontecendo entre você e Gwendoline, lembre-se de que você merece algo genuíno e real. Não deixe que as manipulações da sua irmã ou as confusões do coração a impeçam de seguir o que você realmente sente. Às vezes, a verdade está bem na nossa frente, esperando para ser reconhecida. Pense nisso.

As palavras de Emma ecoaram na minha mente, deixando-me ainda mais perplexa e inquieta. Eu sabia que havia algo mais, algo que eu estava evitando encarar. Mas, por enquanto, eu apenas assenti, agradecendo a preocupação de minha amiga, mesmo que eu ainda estivesse lutando contra os sentimentos tumultuosos dentro de mim.


(...)

O som do karaokê ecoava pelas paredes da sala, mas meu coração não estava em paz. Enquanto meus amigos cantavam e riam, eu estava presa em meus próprios pensamentos, todos voltados para Gwendoline. Seu rosto, seus olhos, cada palavra que trocamos ecoava em minha mente como um mantra inquietante. O desejo de estar com ela era quase palpável, um frenesi que me envolvia, tornando impossível concentrar-me em qualquer outra coisa.

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