Capítulo 30

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Gwendoline Point View

Eu sentia meu peito subir e descer com uma respiração descompassada depois de ouvir Jenna dizer: "Mia Ortega, não preciso apresentar porque você já a conhece, né?". Aquelas palavras foram como um soco no estômago, deixando-me momentaneamente atordoada. Como Jenna sabia? O que ela sabia? Perguntas inundaram minha mente, deixando-me vulnerável.

Eu precisava me recompor. Já havia enfrentado situações semelhantes ou até mais complexas no passado e sabia que a conversa com Jenna poderia não terminar bem. No entanto, era necessário explicar, mesmo que isso levasse mais tempo do que o esperado. Na minha sala, um ambiente aconchegante e calmo, me recompus no sofá, cruzando as pernas e ajeitando meu cabelo, que Jenna havia desarrumado quando se sentou em meu colo.

— Jenna, eu não sei do que está falando — eu disse, tentando manter a calma e a confiança.

Jenna respirou fundo e soltou uma risada sarcástica. Ela permanecia de pé, com uma mão na cintura e a outra solta, e era curioso ver como aquela pessoa de estatura tão baixa, com seus quase 1,60, estava visivelmente irritada e brava diante de mim. Ela percebeu meus olhares em seu abdômen exposto, mas meus pensamentos foram interrompidos quando Jenna estalou os dedos na minha frente.

— Gwendoline, sinceramente, eu achava que você era muito mais do que parecia ser... — Jenna disse, com um sorriso sem graça. 

Eu sabia que estava errada. Eu tinha entrado nesse jogo de tentar conquistar a confiança de Jenna para fazê-la aceitar o cargo de CEO da Ortega Pictures, a pedido da sua irmã, Mia Ortega. No entanto, o que eu não esperava era começar a sentir algo diferente por Jenna. Eu tinha percebido que Jenna era talentosa, honesta, uma boa amiga e uma ótima aluna. Nada daquilo que Mia havia me dito.

Jenna aguardava uma resposta e eu notei a decepção em seus olhos.

— Jenna, você não conhece nem um terço do que eu sou e de toda a bagagem que carrego — comecei a explicar, respirando fundo, pois doeu ouvir o que Jenna havia dito. —  Eu já fui traída, já fugi de países por motivos pessoais, já me dediquei a tantos trabalhos e fui passada para trás e...

Antes que eu pudesse concluir, Jenna a interrompeu com firmeza. 

— Você só está se enrolando, e eu só queria uma resposta, só isso, e eu vou embora — Jenna disse, com a voz firme, mas era evidente que ela estava emocionalmente abalada.

Eu estava enfrentando uma decisão crucial, uma escolha que poderia mudar tudo em minha vida. Eu precisava decidir se contaria ou não a Jenna sobre o que estava acontecendo. Eu firmei minha voz, reunindo toda a coragem que tinha, e encarei Jenna, que permanecia imóvel diante de mim.

— Ortega, o que você sabe? — Perguntei com determinação.

— Eu vi você e ela conversando em frente ao meu prédio, pareciam íntimas, e... qual é a sensação de ter ficado com minha irmã? — Jenna cuspiu as palavras com amargura.

Fiquei surpresa com a acusação de Jenna. Ela achava que eu tinha ficado com Mia, mas não era verdade. E agora, ela tinha visto as duas conversando, não havia como negar a conexão entre nós. Mentir seria apenas piorar a situação.

— Eu nunca fiquei com sua irmã, Jenna, acredite em mim. Eu conheço Mia porque já trabalhei para a empresa de sua família, eu te contei isso antes — Respondi com toda a sinceridade, esperando que minhas palavras a alcançassem.

Jenna se sentou e passou a mão pelos cabelos, seu olhar penetrante fixado em mim.

— Eu não sei se posso acreditar em você, mas... eu conheço minha irmã, e você estava claramente aflita. Qual era a proposta que ela estava fazendo a você? — Jenna me olhava como se pudesse ler minha alma.

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