Capítulo 33

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Jenna Ortega Point View

Naquele momento de tensão, Gwendoline me encarava com seus olhos azuis que pareciam soltar faíscas de raiva. Senti o sangue ferver em minhas veias, mas me segurei com todas as forças para não ceder à provocação da loira. Em um ato de coragem, levei minha mão até a mão dela, que estava envolvendo meu pescoço, e encarei seus olhos com intensidade.

— Você é quem está dizendo isso, Gwendoline. Em momento algum, pensei em você. Apenas pensei no quão ruim é a minha vida, por ter uma irmã manipuladora que não me deixa viver. Não pense que vou me render a você, porque isso não vai acontecer. — disse eu, mentindo com firmeza em minha voz enquanto encarava aqueles olhos azuis que tanto me perturbavam.

Gwendoline respirou fundo, sorriu de lado de maneira desajeitada e concordou com a cabeça antes de se afastar de mim. Ela não disse uma palavra, apenas voltou para a mesa, abriu a gaveta e pegou uma caneta preta com detalhes dourados, apontando para os papéis que precisava que eu assinasse.

Levantei-me do sofá, ajeitando meus cabelos e tentando recompor minha postura. Com firmeza, fui até a mesa, peguei a caneta e assinei os três papéis, referentes aos direitos de imagem e autorizações. Gwendoline observava atentamente minha caligrafia enquanto eu escrevia meu nome, Jenna Marie Ortega, com maestria.

Quando finalizei a assinatura, Gwendoline segurou minha mão e proferiu algumas palavras.

— Espero que um dia você possa acreditar em mim e me perdoar por não ter te contado antes. Nos vemos no fim da semana para apresentar seu trabalho.

Suspirei e sorri, mesmo que meu coração apertasse por estar agindo com tanta frieza. No entanto, eu precisava me manter assim. O que Gwendoline fez foi doloroso, e eu precisava de tempo para digerir tudo. Antes de tomar qualquer decisão, sabia que precisaria conversar com Mia para entender toda essa história.

Saí da sala de Gwendoline sem olhar para trás e me dirigi ao estacionamento, onde Hunter e Emma me aguardavam. Contei tudo aos meus amigos, e recebi o apoio de ambos. Eu precisava seguir com calma, no meu próprio tempo, pois sabia que ainda havia muitos problemas a serem resolvidos.

(...)

O relógio marcava 4 horas da tarde, e o aroma irresistível da padaria Zeppola Bakery me envolvia, tornando o ambiente aconchegante ainda mais convidativo. Localizada próxima ao meu apartamento, esta padaria trazia à tona memórias da minha infância, quando meu pai costumava me trazer aqui. Uma onda de saudade dele me atingiu.

Às vezes, sinto muita falta da época em que minha família era unida. Agora, todos estão completamente envolvidos com a empresa, sem pensar em mais nada. É irônico marcar um encontro aqui com minha irmã, que acabou de chegar a Nova York.

Após deixar Hunter em sua casa, Emma e eu paramos no drive-thru do McDonald's para pegar algo rápido, já que tínhamos matérias para estudar e o texto para repassar, já que o evento da próxima semana se aproximava. Enquanto Emma estudava, eu estava no meu quarto, refletindo sobre o que fotografaria para o trabalho que Gwendoline pediu. A imagem de seu rosto ouvindo tudo o que eu disse ainda mexia comigo. Mesmo que eu estivesse chateada, no fundo, parecia que ela estava falando a verdade.

Para afastar esses pensamentos, decidi encontrar Mia para conversar sobre o meu futuro, pelo menos era isso que ela pensava que iríamos fazer.

Saboreava um croissant recheado com chocolate enquanto aguardava Mia. Minha felicidade, no entanto, foi efêmera, pois minutos depois, senti o inconfundível perfume dela.

— Oi, irmãzinha — Mia se aproximou da mesa, puxou a cadeira e se acomodou. Desta vez, ela estava vestida de forma mais despojada, porém elegante.

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