Capítulo 46

221 26 3
                                    


O beijo entre Gwendoline e Jenna marcou um ponto de inflexão, uma interseção entre o passado e um futuro incerto. Naquele momento de fusão, suas bocas se encontraram em um arroubo de paixão, como se estivessem desafiando o destino que tentava separá-las. Cada toque dos lábios era um sussurro ousado, uma declaração silenciosa de desejo e coragem.

Em meio ao atrito delicado de seus lábios, as barreiras desabaram. Gwendoline e Jenna se viram despidas de qualquer fachada, entregando-se à vulnerabilidade que o momento proporcionava. Cada respiração compartilhada era um elo recém-descoberto, um laço que transcendia as amarras convencionais da sociedade.

...

Nos dias que se seguiram, a normalidade na faculdade tornou-se um desafio para Gwendoline e Jenna, que agora carregavam consigo o peso e a doçura do que havia acontecido entre elas. Gwendoline, apesar de continuar suas aulas de fotografia com uma fachada de profissionalismo, encontrava-se frequentemente perdida nos olhos de Jenna.

Enquanto isso, Jenna frequentava suas aulas na faculdade, mas sua mente estava longe. Gwendoline a assombrava nos bastidores de suas reflexões, deixando-a confusa e, por vezes, assustada.

Jenna estava dividida entre a tentação de se perder completamente nos sentimentos que floresciam e o medo do desconhecido.



Gwendoline Christie Point View

Naquela segunda-feira, eu vestia um terno azul marinho, que realçava meus cabelos soltos e ondulados, além de meus olhos mais azuis que o normal. Minha maquiagem era leve, mas suficiente para destacar meus traços delicados e sedutores. Eu entrava na sala de aula com uma postura confiante e elegante, cumprimentando meus alunos com um sorriso cordial. Me dirigi ao quadro, onde escrevi o tema da aula: equipamentos essenciais para fotografia.

— Bom dia, pessoal. Hoje vamos falar sobre os equipamentos que todo fotógrafo deve ter em seu arsenal. Vocês sabem quais são eles? — perguntei, virando-me para a turma.

Alguns alunos levantaram as mãos, mencionando câmeras, lentes, tripés, flashes, filtros, cartões de memória, baterias extras, entre outros. Eu confirmei as respostas com acenos e elogios, acrescentando algumas informações extras sobre cada item. Caminhei pela sala, observando as expressões de interesse e curiosidade dos meus alunos. Eu me sentia satisfeita com meu trabalho, mas também ansiosa por algo mais.

Meus olhos procuravam por Jenna, que estava sentada no fundo da sala, ao lado de sua amiga Emma. Jenna parecia distraída, mexendo em seu celular, sem prestar atenção na aula. Senti uma pontada de ciúmes, mas também de preocupação. Eu queria saber o que se passava na cabeça da jovem, que desde o beijo só falava comigo o básico, ela parecia estar com medo de mim ou algo do tipo. Eu queria conversar com ela, esclarecer as coisas e, talvez, me arriscar a confessar meus sentimentos.

Decidi que era hora de agir. Anunciei que iria passar uma atividade prática, na qual os alunos deveriam configurar suas câmeras de acordo com as instruções que eu iria dar. Distribuí as folhas com as orientações e pedi que os alunos formassem duplas ou trios para realizar a tarefa. Coloquei-me à disposição para tirar dúvidas, esperando que Jenna aproveitasse a oportunidade para me chamar. Além disso, fiquei atenta a qualquer sinal de confusão ou necessidade de auxílio por parte dos alunos, pronta para oferecer suporte durante a atividade prática.

A ansiedade percorria meu corpo quando finalmente minha expectativa se realizou. Jenna ergueu a mão, um pedido silencioso por socorro. Sorri interiormente, a sensação de controle pulsando em minhas veias, e atravessei a sala com um passo firme, minha presença imponente ecoando. Havia uma tensão palpável no ar.

My teacherOnde histórias criam vida. Descubra agora