Capitulo 7 - Joan Albuquerque

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O Theo não tinha jeito. Na verdade Ethan, só ele para chegar nessa droga de empresa às 6 da manhã e me chamar pra encontrar ele aqui. Meu irmão é um completo imbecil, ele não sabe que as empresas tem um horário com um objetivo. Idiota. 

  Chegando em sua sala abri a porta lentamente e vi ele de olhos fechados respirando fundo. Ele não estava em um dia bom. Na verdade, desde que ele viu a Eloá parece que a vida dele se afundou em um mar de ódio que estava consumindo ele e só ele não percebia. Pigarreei para que eu pudesse entrar e ele fingisse como sempre que não estava sentindo nada. Eu estava cansada de falar pra ele que essa dor tinha jeito.

—Oi Joan

—Oi, o que quer?

—Precisa chegar assim? Sempre foi mal educada! — respirei fundo tentando me controlar

—Theo, nós conversamos sobre isso, eu to cansada de ver meu irmão se matando aos poucos.

—Não gosto que me chame assim.

—Que seja! Senhor Ethan — fiz uma reverência e ele revirou os olhos — Diz logo o que quer?

—Você me contou que viu a Eloá.

—Sim e daí?

—Ela te viu também?

—Sim acho que sim, ela veio em minha direção mas eu corri e entrei no elevador, não precisamos nos encontrar eu não preciso vim mais na empresa e pronto.

—Não, eu preciso que faça algo por mim

—O que quer dessa vez?

—Você vai encontrar a Eloá

—Pronto enlouqueceu, só se... — meu coração se aliviou — Você quer encontrar ela de novo é isso? — um sorriso de esperança surgiu em meus lábios, de repente vê-la foi bom pra ele.

—Não, claro que não, Joan! Eu quero que você diga a ela que eu morri— eu o encarei e seus olhos brilhavam, mas brilhavam de raiva ele tinha um plano, um plano muito ruim

—Eu não vou fazer parte disso — me virei e fui em direção a porta. Ele veio em minha direção segurando com força sua perna, era nítido o quanto aquilo estava doendo

—Por favor, Joan, você me deve isso!

—Tá brincando né?

—Não, eu cuidei de você todo esse tempo enquanto estava no hospital enquanto nossos pais cuidavam da casa, eu fiquei com você quando a mamãe não aguentou mais, eu doei a droga do meu fígado pra você!

—Mas que merda de fígado caro viu, você vai ficar jogando na minha cara tudo que fez por mim? Eu era só uma criança

—E eu Joan? Ninguém deveria ter que cuidar da irmã, da família enquanto sua mãe afunda na depressão.

—Theo — eu segurei suas mãos — Você cuidou muito bem da nossa família e eu sei que você tinha que viver sua adolescência, curtir e por culpa nossa você não conseguiu e eu não tenho como voltar atrás — respirei fundo — Irmão, eu te amo não faz isso com você, não deixa esse ódio te corroer

—Tarde demais — ele soltou minhas mãos— Eu sou só isso ódio!

Aquela frase, deu pra perceber que isso que eu via aqui fora era só a ponta do Iceberg, ele guardava tantas mágoas de tudo. 

—Mano, esse ódio ele só te destrói, você não terminou seu tratamento e por causa disso você sente dor todos os dias, uns mais que outros, se entope de remédios, isso não é vida, Por favor desiste disso. Cuida de você, volta seu tratamento pra você ficar bom e...— ele esticou sua mão para o outro para que eu me calasse

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