Capitulo 33 - Eloá Castro

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Encaixotei mais algumas roupas de mari, puxei o ar tentando recuperar o fôlego quando Theo gritou do corredor

—Amor, pegou o ursinho da ursinha? —eu gargalhei com a frase e peguei o urso de Mari

—Peguei — ele chegou até mim sem camisa e com uma calça jeans uma dessas velhas que deixava ele lindo como sempre, ele estava levemente suado não a ponto de deixar seu corpo encharcado, mas a ponto de deixa-lo reluzente, seus cabelos insistiam em cair nos seus olhos. Theo parou na sala por uns instantes respirando fundo e pegou a última caixa que tinha e enquanto segurava a mesma me encarou com um olhar curioso

—O que foi Eloá?

Eu deixei um sorriso tomar conta dos meus lábios e fechei meus olhos tentando tirar todo pensamento sórdido que eu tive comigo e ele deitados nesse tapete.

—Não é nada não senhor Theo, eu só estou feliz, quem diria que conseguir aquele emprego seria uma das melhores coisas da minha vida .

Ele se aproximou e colocou a caixa em cima da mesa e afastou meu cabelo os colocando atrás dos meus ombros, ele me olhou com um olhar intenso cheio de paixão.

—Quem diria, ein, que a Joan ter se intrometido nas entrevistas, seria a melhor coisa da minha vida.

—Das nossas vidas, mas vamos se não a gente não vai sair daqui e eu quero que esteja tudo pronto antes da Mari sair da escola.

Ele pegou a caixa novamente e eu o segui pegando minha bolsa e mais uma mala.

— A propósito, eu tenho uma surpresa pra vocês duas.

—Você só me acostuma mal.

—Você merece.

Finalmente chegamos até o carro e ele colocou a última caixa dentro da mala, e entramos os dois. Enquanto Theo dava partida eu coloquei meu cinto e deixei minha mente vaguear imaginando como seria morar com o Theo. E o que eu faria com Jonathan. Encarei a sua última mensagem, mas precisamente algumas horas atrás.

"Precisamos conversar, você não pode se mudar com a minha filha e não falar pra onde vai".

A ponta dos meus dedos estavam dormentes e geladas, era isso toda vez que ele me mandava mensagem.

Já havia se passado uma semana desde que Jonathan esteve lá em casa. Meus pesadelos estavam parando aos poucos, eu dormi praticamente todos os dias na casa de Theo eu e Mari, lá ele não podia nos encontrar, eu tinha ficado com tanto medo do que poderia nos acontecer.

Theo tentou me convencer a denunciá-lo de várias formas, mas eu não podia denunciar o pai da minha filha.

Pelo menos era o que eu continuava repetindo pra mim mesma, eu era patética, eu estava com medo de ir a polícia e ter que falar com detalhes onde ele me tocou, como ele me beijou e o porque eu não gritei ou pedi socorro, eu tinha medo dessas perguntas, elas te fazem duvidar do que realmente aconteceu e se tudo não foi sua culpa

Ela já não queria vê-lo depois de tudo, e Mari não dizia mas estava mal, às vezes eu pegava ela chorando no quarto e tento alguns pesadelos.

A questão era que eu não podia pensar só em mim mas eu tinha minha filha, e deixar o pai dela ser preso estava fora de questão nesse momento.

Encarei o celular com a mensagem não sei por quanto tempo até que a voz de Theo me tirou dos meus pensamentos

—Eloá, chegamos

Theo parou o carro já em frente a sua casa, forcei um sorriso. Eu realmente queria estar mais feliz com essa situação, queria mesmo, e sei que no fundo ele entendia o motivo de não estar. Quando pisei em sua sala, não havia nada, estava completamente vazia. Todos os móveis haviam sumido? A luz entrava por todo o local e os raios do sol iluminavam cada canto da casa que era revestida em grandes janelas de vidro com bordas pretas. Franzi meu cenho e o encarei

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