Capitulo 48 - Theo Albuquerque

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Apertei a campainha pela quinta vez e comecei a esmurrar a porta. Finalmente Joan a abriu.

—Theo? — ela me encarou confusa e olhou pras minhas malas e eu abracei eu nunca a abraçava

—O que houve? Eu acabei de chegar e... Você está chorando? O que houve? — ela me encarou e sim eu estava chorando igual ao menino que eu era na escola

—Posso ficar? — sequei a única lágrima que caiu

—Claro. — eu entrei com minhas malas

—Theo fala comigo.

Eu continuei calado, levando as malas para um dos quartos da casa de Joan. E fiquei pensando, fiquei com tanta inveja de Jonathan, ele teve 12 anos com ela. E eu, eu tive 12 anos de saudade. Eu continuei desfazendo minhas malas e jogando tudo no armário de qualquer jeito, como seria minha vida sem ela? E ainda mais agora ela estava esperando meu filho. Sem a Mari. Bati com força na porta do armário que empenou.

—Theo caramba o que aconteceu?

—Eu fiz merda Joan, eu fiz merda.— ela me abraçou e afagou meus cabelos eu abracei forte

—Me conta Theo, você, eu nunca te vi desse jeito, se acalma se não você vai fazer uma merda.

—Eu já fiz, eu briguei com o Jonathan, o pai da Mari.

—Merda.

—É, eu gritei com ele e por pouco não matei ele, eu juro que eu o mataria se ele não tivesse ido embora, como eu me segurei Joan, eu falei um monte pra ele.

—Então não foi tão ruim como pensei, achei que você ia matar ele, mas pelo jeito ele que te bateu — Joan encostou no corte em minha boca

—Sim, eu odeio ele, odeio que ele tenha passado 12 anos com ela e eu apenas alguns meses. Eu odeio que por culpa dele eu tenha tido que deixá-la

—Como assim Theo do que tá falando?

—Dessa merda toda, eu forcei a barra pra morar com a Eloá com a desculpa que a ajudaria, mas eu queria conquistá-la. Mas a verdade é que eu tava forçando a barra mais do que ajudando ela, e depois do que eu falei pra ele, se ele ficar com raiva dela? E descontar na Mari? Se ele piorar a situação? A culpa vai ser minha, eu sou muito otário

Me afastei de Joan.

—Calma, se acalma. — ela tentou encostar em mim e eu me afastei

—Eu fiz merda, não era pra eu ter voltado pra cá, não era pra eu ter contado a verdade pra Eloá, ela estaria melhor sem mim

—Para com essa merda! Vocês vão ter um filho e se amam, para. Não desiste dela, não agora.

—Eu não desisti, eu nunca vou desistir dela Joan, só que eu já não sei faço tão bem pra vida dela assim, eu não quero ser mais um Jonathan na vida dela. Eu quero que quando ela me veja e ela irradie de alegria, eu quero que ela sinta o que eu sinto, que toda vez que a vejo meu coração parece explodir, toda vez que a vejo eu, eu sei lá eu a amo demais

—Você não ta falando coisa com coisa Theo, você sabe que ela também te ama, você precisa contar pra ela, perguntar.

—Eu já fiz o que tinha que fazer.

Eu peguei minhas roupas e coloquei novamente na mala e Joan me encarou confusa

—O que tá fazendo?

— Eu nunca deveria ter voltado aqui, eu estraguei tudo pra ela.

—Theo, liga pra ela e pergunta do Jonathan, se ele fez algo.

—NÃO! Eu já fiz o que eu tinha que fazer, não pressiona ela, deixa ela decidir... e se ela não me quiser eu vou saber viver com isso

—Para onde está indo?

— Não sei, eu não posso ficar aqui, talvez Alemanha sei lá

—Enlouqueceu, e o que eu falo pra ela?

—Nada. Só, deixa ela em paz decidir o que faz. 

—Mas e o filho de vocês, caramba!

—Eu com certeza vou estar ao lado dela se Eloá me permitir, eu preciso sair daqui, eu não vou aguentar que ela me rejeite

—Mas Theo você nem esta dando tempo pra isso.

—Me deixa. — fechei os olhos forte — Eu não consigo ficar sem ela.

Eu peguei a mala e sai novamente, eu estava atordoado e confuso, eu não sabia o que fazer se eu ligava pra ela, ou se eu simplesmente ia embora. Já fazia pelo menos 24 horas desde que escrevi a carta, e ela não tinha falado nada, nenhum sinal de Eloá Castro. Eu precisava de um tempo, um tempo longe em algum lugar que não me lembrasse dela, mas tudo me lembrava Eloá.

Comprei uma passagem de avião para o mais longe possível. Ao chegar no aeroporto entrei no portão de embarque e pela primeira vez pedi a Deus para que ela aparecesse como naquelas cenas de final de filme em que a mocinha descobre que apesar das burradas que o cara fez, ela o ama mesmo assim. Eu encarei o portão de embarque vazio. Eram 2 da manhã, e ela não estava lá, não havia ligado, nem mensagem. Nada. Ela tinha tomado sua decisão, eu entrei no portão de embarque para Alemanha e olhei pra trás uma última vez e de novo.

Vazio. Como meu coração ficaria sem ela.

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