Capitulo 24 - Theo Albuquerque

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3 SEMANAS... 3 semanas que eu não conseguia me concentrar em nada a não ser Eloá.

Encarei a papelada da reunião enquanto meu sócio falava sobre os valores que foram feitos esse mês, o quanto a empresa crescia e algo sobre criar novas filiais aqui mesmo no Brasil.

Minha mente estava vagando, o que começou a ser comum desde que eu contei tudo pra Eloá, agora estar ao lado dela era tudo que eu queria. 

Eu só conseguia pensar nela acordando do meu lado e como eu queria que isso durasse a minha vida inteira.

Quando a reunião finalizou todos saíram e antes mesmo que eu pudesse me dirigir até a minha sala, Joan veio até mim com os olhos cerrados.

—Ta tudo bem? Você não falou nada nessa reunião, e você sempre fala, ou melhor enche o saco

—Sim — continuei andando em direção a minha sala

—Não vai me contar mesmo?

—Ok, eu e a Eloá estamos juntos.

—Até que enfim, então você contou pra ela?

—Sim.

—E agora já estão fazendo sobrinhos pra mim? Sempre quis um

—Joan, por favor

Ela me encarou e eu sabia que ela conseguia ler até minha mente. Mesmo que eu tentasse esconder o que se passava nela durante a maior parte do tempo.

A pergunta que me atormentava dia e noite "Eloá realmente era confiável agora?"

—Que ruga é essa nessa sua testa?

—Não é nada Joan.

— Claro que é algo, eu te conheço Théo, você é meu irmão

—Eu não sei se isso vai dar certo — respirei fundo— Eu amo a Elô, e amo demais, mas eu sinto que ela ainda me esconde algo.

—Pergunta pra ela, vocês precisam conversar, vocês tem um passado. E não adianta ficar fingindo que está tudo bem.

—Eu sei só... — respirei fundo — Acho que a gente precisa de um tempo longe de tudo e de todos

—Isso, deixa esse seu lado apaixonante aflorar, e não desiste dela, pelo pouco que vi ela mudou muito, e vocês dois juntos são tipo Bonnie e Clide sem os assaltos — ela sorriu e pousou sua mão em meu ombro e eu a segurei

—Obrigado Joan

—Eu te amo Theo, e amo que você esteja feliz.

Joan saiu de perto de mim e fui em direção ao elevador. Eu e Joan nunca fomos muito carinhosos um com outro, mas o mais importante eu sabia: Nós sempre podíamos contar um com outro.

Ajeitei o meu terno e entrei no elevador, ao sair dei de cara com Eloá.

Eu ainda não tinha encontrado ela hoje, parei por um momento e me encostei na parede ao lado do elevador e a encarei.

Eloá estava concentrada em seu trabalho, seus cabelos ondulados e negros estavam presos em um coque que deixava a vista sua tatuagem. Usava uma blusa verde que parecia fazer par com seus olhos castanhos escuro, ela sempre foi tão linda. Todos os dias que eu vinha trabalhar era ela que eu buscava, uma pequena dose de Eloá pra me fazer encarar o dia inteiro. Enquanto eu a observava seu olhar se levantou encontrando os meus. Um sorriso se formou no meu rosto e eu fui em sua direção, Eloá olhou pros lados e também tinha um sorriso travesso nos lábios

—Senhorita, por favor, venha até minha sala — ela se levantou imediatamente e me seguiu.

Assim que entramos na minha sala e ela fechou a porta eu a empurrei contra a mesma e ela estremeceu em meus braços

—Theo, você não pode ficar fazendo essas coisas aqui

—Por que? Eu sou o dono da empresa — ela riu e seu rosto se enrubesceu quando deslizei minha mão até sua cintura

— Por isso, você tem que dar o exemplo

Ela se inclinou e eu aproximei meu rosto do dela, nossa respiração se misturou no mesmo instante. Eu não sabia o quanto eu ainda era apaixonado por essa mulher até vê-la novamente, toda vez que ela me olhava exatamente do jeito que está fazendo nesse momento eu perdia a cabeça

Meu corpo inteiro foi tomado por um calor que se espalhou, por todas as partes me fazendo suspirar

Ela sorriu pra mim e eu tomei seus lábios em um beijo lento e carinhoso, ela respondeu da mesma forma, seus lábios quentes deslizaram sobre os meus e seu beijo atingia em cheio meu coração, a cada segundo que eu passava ao lado dela, eu ficava mais viciado.

Seus dedos se enroscaram nos meus cabelos enquanto eu a trazia mais pra colar nossos corpos. Ela foi parando nosso beijo, nossas respirações ainda se misturavam e eu sentia como se tivesse corrido uma maratona a forma como eu precisava puxar o ar, ela sempre me deixava desse jeito

—Theo, não faz assim desse jeito a gente não trabalha hoje — sorri, nossos lábios ainda estavam colados um no outro e quando falávamos eles se acariciavam.

—Estou começando a achar que foi uma má ideia te contratar, eu não consigo trabalhar com você aqui.

Ela deu um sorriso brilhante, daqueles que você dá só quando está muito feliz, selei nossos lábios novamente e me afastei, encarando seu sorriso

—Você quer .... Conhecer a Mari? — ela segurou as mãos e parecia nervosa

—E claro que eu quero. Você falou pra ela da gente?

—Sim e ela quer te conhecer.

—Ótimo.

Fiquei calado por um tempo a observando. Agora tudo estava se tornando real, eu ia conhecer a filha dela e eu estava nervoso como nunca. Eu não era bom com crianças, eu nunca interagi com elas e eu tinha certeza que se a Mari não gostasse de mim estava tudo acabado.

—Pode ser hoje a noite se quiser, lá em casa. — ela mordeu os lábios

—Sim, pode ser — respirei fundo e ela colocou a mão em meu rosto

—Fica calmo Théo, ela vai ver que você é incrível —eu sorri e a puxei para um abraço.

Nossos corpos se colaram e eu aninhei ela em meus braços sentindo cada pedaço dela, deslizei meu rosto sobre seu pescoço e beijei sua tatuagem de coração, ouvi um sorriso seu que percorreu todo meu corpo e parou no meu estômago. Respirei fundo sentindo seu cheiro, e eu me senti como aquele menino novamente. Quando olhava pra ela e ela sorria pra mim, me fazia lembrar dos meus dias ruins em que pensar nela me dava forças pra continuar apesar de tudo que tinha acontecido.

Ela não sabe, mas sempre foi meu motivo de sobreviver e lutar, apesar de tudo, ela sempre foi o motivo. Ela é a razão de eu ainda estar aqui.

—Eu te amo senhorita

—Eu também te amo meu nerdzinho preferido

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