Capitulo 41 - Eloá Castro

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Eu era uma grande azarada mesmo, como foi que o meu médico tinha o telefone da sala do Theo? Encarei meu reflexo no espelho do banheiro, e novamente :

eu estava terrível. 

Sequei minhas lágrimas. Eu estive a um ponto de falar pro Theo que ficaria junto dele, era tudo que eu mais queria na vida. Mas também é verdade que relacionamento por causa de filho não adianta, tudo desmorona e eu sabia muito bem disso. Fiquei o dia inteiro com o estômago embrulhado, trabalhando e pensando no Theo. Apesar de tudo minha cabeça vivia voltando pra ele, várias e várias vezes.

Marquei minha consulta pro dia seguinte e eu ainda tinha que falar com ele, me apoiei na pia e joguei água gelada no meu rosto tentando me fazer acordar pra vida.

—Vamos lá Eloá, você é incrível, maravilhosa e você consegue não cair aos pés daquele gostoso do Theo.

Saí do banheiro já pronta pra ir embora, Kamille e Joan estavam me ajudando nesse começo entre pegar Mari na escola e me acudir com meus enjoos e tonturas, essas loucas não queriam me deixar sozinha um único instante.

Peguei minha bolsa e antes de tudo me dirigi até a sala de Theo, ele pediu pra me acompanhar no exame então, eu tinha que avisa-lo. A verdade era que minha vontade era avisar por mensagem, mas seria muito ignorante. Bati na porta e ouvi sua voz firme

—Entra — quando o encarei ele estava de óculos com uma das mãos segurando a perna com uma cara de dor, ele tinha voltado a sentir as dores dele, ele estava tão bem, respirei fundo e rolei meus olhos ignorando

—Então, você me pediu para acompanhar a consulta — ele levantou sua cabeça, acho que não tinha percebido que era eu, porque ele mudou de feição no instante que ouviu minha voz, eu pude notar até um... sorriso?

—Sim, pode falar — ele pareceu ansioso, não de uma forma ruim, mas sabe? Quando a gente vai para um passeio de escola e a gente fica tão ansioso que não consegue dormir? então essa ansiedade

—Vai ser amanhã, se quiser ir

—Sim eu quero, se permitir é claro — ele estava cauteloso

—Claro, você é o pai não é? — falei rispidamente sem saber o porquê

Ele suspirou e pareceu ignorar a forma com que falei.

—Obrigado. — ele sorriu pra mim.

Meu sorriso preferido, aquele de canto.  Meus hormônios estavam agitados, o cara era lindo demais.

—Disponha. —

Virei logo as costas pronta pra sair, fugir. Antes que eu me arrependesse de tudo que eu falei e implorasse para voltarmos.

—Eloá

—Sim — me virei em sua direção

—Eu posso te levar pra casa?

—Não precisa, eu peço um uber.

—Não, eu tenho que pegar uma coisa lá então podemos ir juntos — seus olhos pareciam ter brilhado

—Tudo bem, eu acho

TUDO BEM? Não Eloá não tá tudo bem, seus hormônios estão loucos hoje, o certo era ficar bem longe dele. BEM BEM LONGE...

Ele se levantou e mancou, logo respirou fundo e voltou a ter postura e eu percebi que ele não estava mancando mais, o encarei boquiaberta.

—Você parou de mancar — eu arregalei os olhos e ele sorriu

—Os exercícios que você me ensinou me ajudaram, não estou 100 porcento ainda, mas logo eu vou estar é porque eu estava planejando...— ele parou e me olhou  e seus olhos pareceram tristes— Er, foram seus exercícios, mas às vezes eu sinto algumas dores, como eu disse não estou 100 porcento

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