Mari finalmente adormeceu, eu a coloquei no quarto e tirei meu salto. Meus olhos estavam de certa forma mortos, eu ainda sentia minha pele queimar por onde Jonathan tinha passado suas mãos nojentas, à medida que eu andava, ou melhor me arrastava lágrimas caíam, eu tinha que trancar a porta, assim ele não ia mais voltar.
O caminho do nosso quarto até a sala era curto, mas hoje pareciam duas horas de distância, minha mente havia se desligado quando senti algo tocar meu ombro me fazendo ficar alerta e me afastar
—Eloá? O que houve? — encarei os olhos preocupados de Theo e eu o abracei, tão forte, que parecia que eu ia esmaga-lo. Eu queria sumir, ele soltou imediatamente o buquê de girassóis que estava em suas mãos e me abraçou forte, e finalmente eu desabei no choro— Meu Deus Eloá o que houve?
Ele repetia várias vezes, e eu continuava chorando, as lágrimas não cessavam eu tentava, mas parecia impossível, era como se tudo viesse à tona de uma única vez.
—Fecha a porta, você tem que fechar a porta. — eu me soltei dele e fui até a porta, olhei o corredor e então a tranquei
—Amor — ele falou com uma voz doce e calma e tocou minha mão gentilmente fazendo com que minha atenção fosse voltada pra ele —Esta me deixando preocupado
— O pai da Mari ele... ele veio aqui e ...
Novamente senti o toque das mãos nojentas de Jonathan em mim junto com seu hálito pesando sobre meus lábios e lembrar de que se Mari não estivesse aqui... ele poderia...
—O que ele fez com você? — sua voz se alterou agora seu tom parecia pesado e com raiva
—Ele não... ele me..
Eu simplesmente não conseguia falar, eu não sabia o que ele tinha feito comigo, eu não conseguia explicar, eu não sabia explicar o quanto enojada eu estava e como eu explicaria o medo que eu senti nessa fração de segundos que ele me tocou e como eu fiquei feliz por minha filha estar ali vendo porque se não fosse isso, o que aconteceria?
Meu Deus eu era horrível, eu estava tão assustada.
Theo colocou as duas mãos no meu rosto enxugando minhas lágrimas que eu nem tinha percebido que não tinham parado de rolar, eu o empurrei e corri para o banheiro, eu tinha que me limpar, tirar o cheiro dele de mim.
As mãos de Jonathan tinham me tocado, seus lábios estavam nos meus, eu sentia o gosto do álcool, peguei minha escova de dentes e os escovei.
Theo estava parado me olhando esperando que eu terminasse, lavei minhas mãos 1... 2 .... 3.... 4 vezes, tentando parar de sentir seu toque, mas eu não conseguia, as mãos de Jonathan ainda passeavam pelo meu corpo, me apertando contra o corpo dele.
Theo pareceu entender de algum jeito o que tinha acontecido. Ele se pôs ao meu lado e colocou uma de suas mãos sobre as minhas que estavam de baixo da água, eu o encarei e seus olhos estavam marejados, talvez imaginando o que poderia ter acontecido.
Ele se inclinou e fechou a água e me encarou me analisando, eu vi seus olhos pelo espelho eu não conseguia encara-lo depois de beijar Jonathan, mesmo que eu não quisesse, eu sentia como se eu tivesse o traído. Ele segurou delicadamente em meus ombros e me virou lentamente até que eu voltasse a encara-lo.
— Fala comigo meu amor... por favor eu tô aflito...
sua voz estava trêmula eu abaixei minha cabeça
— Meu ex ele... ele veio e me beijou à força, ele tentou me... — pausei olhando pro chão mordendo tão forte os lábios que senti o gosto de sangue — Se não fosse a Mari, a Mari viu tudo... e eu...
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Uma vida. Uma Chance.
RomanceTheodoro Albuquerque é um garoto tímido, introvertido e muito inteligente contrariando todo universo, é melhor amigo de Eloá Castro, sua vizinha e também a garota mais bonita da escola. Ele se considerava com sorte até ela resolver trocar sua amizad...