Uma vida. Uma Chance.

Capitulo 20 - Eloá Castro

—Mãaaaae — cheguei na casa da minha mãe gritando. Como sempre a viagem tinha sido cansativa, afinal 5 horas de viagem não é pra qualquer um, e logo mais ainda teria uma festa. Eu estava pronta pra me despedir do fantasma do Theo Albuquerque e deixar ele no passado junto com a culpa que eu costumava carregar.

— Meu amor — ela me abraçou forte — Cadê minha netinha, eu comprei uma coisa pra ela

—Ela não veio, ficou com a mãe do Jonathan ela tinha aula

—Ai você é uma estraga prazeres, sabia? Eu estou com saudades dela

—Eu sei mãe eu sei, — beijei sua testa — Como estão as coisas? Tudo bem?

—Tudo filha, mas e você? A ka me disse que você estava saindo com alguém

—Ela é uma fofoqueira! — olhei pra Kamille séria e ela riu e saiu correndo pro meu quarto no segundo andar — Volta aqui sua ridícula

—Calma meninas.

O dia foi leve foi divertido, mas quando a noite foi chegando a lembrança daquele dia ficava cada vez mais vívida, cada hora que passei com ele.

A noite caiu e coloquei meu vestido, ele tinha um corpete levemente transparente com flores bordadas em azul suas alças caiam sobre meus ombros e sua saia de tule caía sobre minhas pernas. Desci as escadas e encontrei com Kamille que abriu os lábios e fingiu que estava de queixo caido

—Uau, você vai ser a rainha de novo — ela riu e eu deixei meu sorriso morrer

—Obrigada, vamos? Estamos atrasadas

—Vamos princesa.

****

Quando chegamos Kamille logo entrou e comprimentou todos e sumiu no salão. Eu pedi que ela me deixasse sozinha, aquilo seria um pouco difícil pra mim. Eu permaneci parada olhando o salão arrumado como em um dos últimos bailes com vários dizeres sobre nossa turma, eu via muitos rostos conhecidos e havia uma mesa enorme com vários nomes marcados, nomes dos alunos daquele ano. Parecia a droga de uma nostalgia, um filme de terror do passado, quando vi a mesa olhei pro seu nome, a única cadeira que permaneceria vazia a noite inteira

Theo albuquerque

Eu andei ao lado da mesa havia um enorme quadro com fotos da nossa turma, fotos de kamille junto com o nosso grupo, minha e de kamille, minha e de Jonathan e apenas uma minha e de Theo. Toquei ela com meus dedos e acariciei seu rosto com um sorriso no rosto. Eu era tão estúpida.

—Agora, nós vamos começar a tocar a playlist daquela noite — Anne anunciou do palco e todos enlouqueceram e a mesma música em que dancei com Theo aquela noite começou. As batidas suaves de Taylor swift tomaram conta do local, olhei novamente pra seu lugar vazio ao lado do meu. Franzi o cenho quando vi uma margarida em frente a sua cadeira, olhei pros lados e fui em direção a mesa peguei a margarida e senti seu cheiro, era o mesmo perfume de Theo naquele noite.

—Que droga de brincadeira é essa?

Todos estavam dançando um sentimento ruim tomou conta de mim, quando fui puxada pela cintura e a margarida caiu novamente em cima da mesa. Pisquei os olhos e se quando encarei eram aqueles olhos castanho claro me encarando ele se pôs na minha frente e sua mão estava em minha cintura

—O que tá fazendo aqui? — ele respirou fundo e continuou calado me levando pra pista de dança meu coração estava disparado

— Eu vim te contar a minha história — ele me puxou de forma que meu corpo colasse no dele — Como eu costumava fazer no passado.

Eu o encarei novamente enquanto dançavamos, ele deslizou sua mão até meu rosto e fez deitar meu rosto em seu ombro. Automaticamente pousei meu nariz em seu pescoço e senti seu cheiro. Ele tinha cheiro de ... casa. Mordi meus lábios com força pela coincidência e meu coração parecia ter sido colocado em frasco tão apertado, eu estava tão confusa o que ele estava fazendo? Ele me puxou fazendo com que eu apenas levantasse meu rosto e o encarasse, seus olhos não estavam escuros, agora eu podia ver sua alma através deles

—Você está parecendo uma... princesa — meu coração se acelerou e ele levou uma das suas mãos até a minha e entrelaçou nos meus dedos — Vem comigo

Fomos andando até o jardim da escola e ele me levou ao banco de madeira que tinha ali, eu mordi novamente meus lábios, a noite se repetia por completo. Me sentei e ele se sentou na minha frente colocou a mão dentro do seu bolso e segurou algo eu engoli seco.

—Isso é seu — ele abriu a palma da mão e ali havia o pingente de coração, o que faltava da minha pulseira, ele se esticou e puxou minha mão e colocou devagar o pingente na mesma — Agora ela está completa com o meu coração.

Fiquei sem ar, ele estava dizendo o que eu acho que estava? Lágrimas inundaram meus olhos e um jeito que eu não consegui evitar elas rolaram, eu estiquei a mão até o seu rosto e ela tremia. Era ele e eu não tinha notado. Toquei seu rosto com a ponta dos dedos para ter certeza de que ele era real, se eu não estava sonhando

—É... é você?

Ele segurou minha mão em seu rosto e fechou os olhos

—Sim. Sou eu Elô — ele abriu os olhos novamente e me encarou era ele o meu Theo estava vivo e bem ali, e eu estava completamente apaixonada por ele novamente.— Me desculpe pelo que eu...

Me inclinei em sua direção e selei nossos lábios como naquela noite, e senti o misto de emoções daquela noite, eu senti tudo de uma vez só por tocar seus lábios. Nosso beijo era misturado com lágrimas, nossos lábios se deslizavam um no outro novamente provocando todo tipo de reação em nossos corpos. Ele finalizou o beijo me olhando

—Vem, eu vou fazer com você o que eu queria fazer aquela noite, vamos fugir

Eu sorri e segurei sua mão, e ele se levantou junto comigo, corremos pelo jardim enquanto eu segurava meu vestido para que não embolasse, ele nos levou até a biblioteca da escola. Entramos na mesma, ela era antiga com estantes de madeira, parecia que há muito tempo ninguém ia ali. Ele soltou minhas mãos e fechou a porta deixando as luzes apagadas.

Eu não conseguia mais vê-lo eu só sentia sua presença e seu calor, ele estava perto de mim. Deslizei minhas mãos pela estante de madeira sentindo cada livro e andei em linha reta, ele me seguia lentamente entrando pelos corredores da mesma. Sua mão tocou minha cintura com enorme gentileza e me posicionou contra uma dessas estantes, apenas via algumas sombras, seu rosto não era totalmente visível, mas seus olhos brilhavam como nunca, meu coração batia enlouquecidamente e seu corpo colou no meu, nosso calor se misturou e ele tomou meus lábios me empurrando contra a estante.

Esse beijo era diferente, havia saudade, havia verdade, pedidos de desculpas, e a raiva ia se dissipando por nossos lábios. A raiva de estarmos longe, raiva dos dois por termos mentido um pro outro até que só sobrasse amor, ele pousou seus lábios em meu pescoço enquanto minhas mãos tateavam seu corpo procurando os botões de sua camisa. Ele sorriu entre meus lábios me fazendo rir ainda mais. Achei seus botões com destreza um por um e fiz sua camisa deslizar por seus braços e cair no chão. Ele me virou de costas e beijou meu ombro lentamente deslizando seus lábios, encostei minha testa na estante sentindo tremores percorrer por todo meu corpo, suas mãos deslizaram pelo ziper do meu vestido o liberando por completo ele beijou minha nuca e me virou lentamente para sua frente, e me olhou, eu não via seu olhar eu apenas sentia o peso dele em mim

—Eu te amo Eloá, sempre te amei

—Eu também te amo meu nerdzinho preferido.—Ele riu

E a noite caiu, e ficamos ali juntos nossos corpos um no outro e foi a melhor noite de toda minha vida, e eu estava tão feliz que sentia que fosse explodir