Eloá Castro

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Encarei o enorme prédio de 16 andares, era alto e imponente. Segurei forte a mão de Mari e andei em direção ao elevador. Coloquei uma das melhores roupas que eu tinha, as que eu tinha conseguido comprar com o meu trabalho na e-tech, já que o imbecil do Jonathan não me deixou nada

—Mamãe.

—Oi meu amor? —apertei o botão do décimo andar da vara de família

—To com medo de falar bobeira.— a encarei e mordi meus lábios, os olhinhos azuis dela estavam nervosos o Jonathan era um babaca por fazer nossa filha passar por isso

—amor, você não vai falar bobeira, você só precisa responder a verdade pro tio, tudo bem? Fica tranquila vai dar certo

—Eu sei mãe, mas eu não quero ficar com o papai eu não quero que me tirem de você

Eu abracei forte sentindo seu cheiro doce, as portas se abriram e saímos do elevador antes de continuarmos, eu abaixei e olhei naqueles olhinhos dela, estavam marejados e assustados

—Ninguém vai tirar você de mim tudo bem? Você é a minha princesa , pode falar a verdade pra ele tudo que te perguntar

—Ta bom mãe — ela respirou fundo e nos sentamos na sala de espera.

 Tinham algumas famílias ali, meu coração estava apertado como nunca na minha vida, por mais que eu soubesse que eram apenas perguntas pra saber se a Mari realmente estava sendo bem cuidada, nada me tirava da cabeça que o Jonathan poderia fazer qualquer coisa com todo aquele rio de dinheiro que ele tinha. Eu comecei a bater meu salto no chão e o barulho ecoava por toda a sala. Alguns minutos se passaram e então

—Eloa Castro Palacius

Me levantei junto com Mari até a recepcionista

—É só Castro por favor, eu sou divorciada.

—Perdão — ela anotou algo — Podem me seguir

Eu e Mari entramos em um corredor escuro e longo, a decoração era fria nada que desse um ar relaxante, tudo ali me deixava ainda mais nervosa, aquelas cores cinzas na parede e a forma como nossos sapatos soavam ao tocar o chão parecia que eu estava indo direto para o corredor da morte.  Aos poucos os nossos passos ficaram mais lentos e encarei uma outra porta cinza, assim como todo o corredor.

—Então senhorita Eloá, o procedimento é bem simples você vai entrar nesta sala e o juiz vai te fazer algumas perguntas, simples apenas para ter uma ideia da convivência sua e da Mariana , ele vai fazer tanto com você e com a Mariana

—Pode me chamar de Mari tia— a voz gentil de Mari me desarmou e me deixou a ponto de chorar, como Jonathan podia fazer isso com essa garotinha?

—Tudo bem lindinha a tia vai te chamar de Mari então —ela sorriu e Mari sorriu de volta

—Obrigada

—De nada, e não precisava ficar nervosa são perguntas simples tudo bem?

Assenti e a mulher se afastou, era fácil pedir para não ficar nervosa, como se eu mesma já não estivesse repetindo isso mentalmente como um mantra.

—Senhorita Eloá Castro entre por favor

Puxei todo o ar que podia pra dentro dos meus pulmões e entrei na sala, me sentei em frente a enorme mesa que havia ali, imaginei que iríamos estar em uma espécie de tribunal, mas não, era apenas uma sala simples com uma mesa de madeira onde um Juiz estava sentado olhando alguns papéis, algo bem informal até isso me deu um pouco mais de calma

—Boa tarde senhorita Eloa Castro —o senhor de uns 50 anos talvez, se levantou e apertou minha mão com um sorriso gentil—Fique a vontade você é a ...?

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