Capitulo 38 - Eloá Castro

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Quando entrei no elevador e Joan desceu no terceiro andar, eu inclinei minha cabeça pro alto e pensei que Theo provavelmente não estaria ali, afinal hoje ele teria várias reuniões, seria ótimo assim eu não esbarrava com ele, era tudo que eu menos queria encarar aqueles olhos e lembrar de como meu corpo respondia a ele. 

Fui até sua sala e bingo: estava vazia. Olhei ao redor e entrei, as cortinas estavam fechadas bloqueando a entrada do sol, era uma pena porque a sala dele tinha uma vista incrível. O cheiro da sala era o mesmo dele, um cheiro levemente amadeirado, por um momento me permiti fechar os olhos, fingindo que ele estava novamente perto de mim. Abri os olhos encarando a sala completamente vazia e suspirei, eu já estava com tantas saudades dele, enquanto estava perdida nos meus pensamentos em Theo, meu celular tocou insistentemente fazendo eu voltar pra vida real.

—Alô, senhorita Eloá Castro?

—Isso, sim.

—Estamos disponíveis agora, temos horário com o obstetra as 15 e as 17:30

—Pode ser às 17:30 por favor.

—Tudo bem senhorita, sua consulta vai ser confirmada durante o dia tudo bem?

—Tudo bem, obrigada por me encaixar.

—Tudo ótimo, senhorita.

Desliguei o telefone um pouco mais aliviada. Fui até a mesa de Theo e coloquei a chave em cima dela. Eu acho que eu e Theo infelizmente não tínhamos mais jeito.

 Finalmente me virei em direção a porta, antes que eu pudesse me aproximar Theo invadiu a sala, escancarando a porta com um único soco, ele estava de olhos fechados e apertava com força sua têmpora, eu paralisei e o encarei, ele demorou um tempo para notar minha presença. Seus cabelos estavam desgrenhados e seu terno um pouco desleixado, assim como sua gravata, assim que ele me encarou eu forcei um sorriso

—Me desculpa eu vou voltar ao trabalho — ele permaneceu parado na minha frente, me encarou dos pés a cabeça com aquele olhar analisador dele, quando ele me olhava dessa forma eu me sentia nua.

—Tudo bem, você quer alguma coisa? — seu tom não era ríspido, mas também não muito gentil.

—Não, eu só vim deixar as chaves da casa.

Quando finalmente encarei seus olhos, percebi que ele devia ter passado a noite tão mal ou até pior que eu.

—Não precisa Eloá, eu estou bem no Hotel — ele fechou a porta e foi em direção a mesa de cabeça baixa sem me encarar

—Eu não quero Theo, aquela casa não é minha, a gente não tem mais nada.

Ele pegou a chave e ficou a encarando por algum tempo, eu sei que não devia mas eu estava com tanta raiva dele. Ele me fez amar de novo, fez eu sentir coisas que eu nunca tinha sentido em toda a minha vida. E agora ele simplesmente me deixou pra trás, e agora eu ia sentir ainda mais falta dele do que eu costumava sentir.

—Eu fiz o quarto pra Mari, e arrumei aquela casa pra você, e você sabe que não pode ficar mudando de endereço, você vai prejudicar seu processo assim.

Ele estava coberto de razão, se eu ficasse trocando de endereço no forum, isso ia prejudicar demais meu processo, e se isso acontecesse o Jonathan podia ficar com a guarda de Mari, por um momento eu tremi

—Eu não quero seu dinheiro Theo, eu dou meu jeito — olhei pro chão sem saber o que eu faria

—Elô — ele segurou minha mão e a abriu —Eu não quero ficar assim com você, por favor, fica na casa, e depois a gente dá um jeito, não prejudica seu processo de guarda por orgulho, por favor — ele colocou a chave na minha mão.

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