Capitulo 32 - Theo Albuquerque

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Eu não conseguia esquecer os olhos aterrorizados de Eloá quando eu entrei no apartamento. Eu encarei ela enquanto comia, ela parecia melhor. Depois de saber o que houve, eu não conseguia parar de pensar que se eu chegasse apenas 5 minutos mais cedo nada disso teria acontecido, eu continuei a encarando, ela estava com uma camisa preta do guns, um de seus pés estavam apoiados na cadeira e o outro no chão.

Ela tinha uma pizza na mão e seus cabelos estavam amarrados num coque, eu queria beija-la, toca -la, mas eu simplesmente sabia que esse não era o momento, então o que me restava era admira-la, enquanto comia.

—Que tanto me olha?

—Nada — eu guardei meu sorriso, eu a estava olhando porque ela era linda demais.

—Hmm..

—Voce realmente não quer ir na polícia?

—Não Theo, eu sei lidar com o...—ela deu uma pausa e olhou pros lados—pai da Mari

—Sei, mas se eu encontrar esse cara, eu juro que...

—Você não vai se meter! Com ele eu me entendo.—ela esbravejou e eu trinquei os dentes.

Tinha algo nela em que sempre que esse cara fazia algo, ela o protegia de alguma forma como se ela realmente acreditasse que ele não fosse assim.

Sei que não tinha o direito de me meter, mas a raiva estava borbulhando dentro de mim, eu queria muito gritar com ela e falar que ela tinha que denunciar esse otário, e fazer ela entender que caras assim nunca param, ela não entendeu isso no passado com o Jonathan e ela continua não entendendo com seu ex.

Respirei fundo e conforme o ar entrava em meus pulmões eu sentia uma dor, por conta dos meus músculos incrivelmente tensos, olhei para outro lado não deixando transparecer o ódio que eu estava e como eu estava me sentindo inútil por simplesmente não poder fazer droga nenhuma quanto a isso.

Eu apenas tinha que aceitar que Eloá decidiu ficar na sua e aceitar que seu ex tentou força-la, e se não fosse a sua filha, talvez isso tivesse terminado muito pior do que começou, como ela conseguia?

—Me desculpa Theo eu não queria ser grossa —ela me encarou e agora parecia arrependida— eu não tive a intenção é que aconteceu tanta coisa

—Tá tudo bem Eloá, fica tranquila —segurei sua mão e respirei fundo tentando fazer o clima ficar mais leve, mas era impossível— E a Mari? Como ela está tudo bem?

—Não— o rosto de Eloá se entristeceu novamente

—Ele não tocou nela tocou? — eu arregalei os olhos, e automaticamente cerrei os punhos

—Não! por Deus, não, mas ela viu e ouviu tudo. Theo a minha garotinha chorou tanto, chorou até dormir. Ela ouviu o próprio pai dizer que a minha gravidez foi o que estragou o casamento.

—Esse cara podia ter tudo, e jogou tudo pro alto é um burro mesmo— eu a encarei e ela deu um sorriso tímido

—Me conta sobre você Theo, me ajuda a esquecer essa noite, não quero mais falar sobre isso e Você teve filhos?

—Não, pra dizer a verdade Eloá eu nunca tive vontade de ter filhos, eu sempre fui muito ocupado, eu só namorei sério umas duas vezes, eu tinha mais casos de uma noite

—Nossa, ser assim não fazia seu tipo.

—Sei que não, mas com tudo que aconteceu eu mudei minha personalidade e de alguma forma isso me ajudou com a empresa com as mulheres, parece que o mundo nunca teve um lugar pra mim de verdade

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