Capitulo 37 - Joan Albuquerque

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Uma palavra: BURROS!

Encarei Eloá sentada na cadeira em frente a uma única mesa que havia na sala. O idiota do meu irmão já tinha saído faz... sei lá umas 3 horas e ela continuava ali, parada chorando. Na verdade, as últimas 2 horas eu acho que ela parou de chorar, porque as lágrimas dela secaram. 

Eu posso estar parecendo extremamente insensível e de certa forma eu sou mesmo, mas é que não entra na minha cabeça esses dois terem se separado assim, o que me vem ao começo: Eles eram Burros! Pra variar, Theo assim que saiu me mandou uma mensagem

"Cuida dela"

Sério isso?

Graças a Deus eu consegui colocar Mari pra dormir, que estava tão eufórica com seu quarto de girafas que nem percebeu o que estava acontecendo.

Terminei de fazer um chá de camomila para Eloá. Afinal, grávidas podem tomar chá de camomila? Espero que sim, não quero ser responsável pra mais uma hora de drama.

—Eloá? — me sentei ao seu lado e ela finalmente me encarou, mas continuou calada e com a mão na barriga. Sério ela estava um caco. —Vai toma um pouco pra você se acalmar.

Suas mãos trêmulas pegaram o copo com o chá quente e ela bebeu um gole

—Obrigada Joan, se quiser ir ...

—Não vou te deixar aqui sozinha desse jeito, você tá péssima — eu enfatizei a palavra péssima e ela esboçou um pequeno sorriso

—Eu imagino que esteja. — ela bebeu mais um gole — Ele nunca vai me perdoar

—Eu conheço meu irmão, ele só precisa de um tempo, desculpa mais você mentiu na cara dele.

—Não me orgulho disso, eu só fiquei com medo de ficar sem ele de novo

—E não adiantou droga nenhuma, você ta aqui sentada sozinha comigo.

—Ai Joan, não é assim que se consola alguém — ela passou a costas das mãos no rosto secando suas lágrimas

—Foi mal, sou péssima em consolar.

—Tudo bem, eu nem mereço que você esteja aqui, enfim é sério pode ir eu realmente estou bem, eu vou tomar um banho e amanhã vou trabalhar e depois resolver o dia de visita do Jonathan

—Você precisa?

—Preciso, ele é o pai da Mari apesar de tudo, e eu sou obrigada a levar ela para vê-lo eu não quero que ele saiba onde eu estou.

—Entendo.

—A propósito, eu vou sair daqui essa semana, você pode avisar o Theo que a casa dele vai ficar vaga, eu vou voltar pro meu apartamento.

—Que isso Eloá, o Theo fez um quarto inteiro para a Mari e pra vocês, não tem porque você sair daqui, essa casa é sua, e você está esperando meu sobrinho — me animei e coloquei a mão na sua barriga e ela deu um sorriso tímido

—É, a única coisa boa disso tudo, eu tenho um pedacinho do Theo junto comigo

Os olhos de Eloá brilharam nessa última frase, e era impossível não perceber o quanto ela o amava. E eu sei que meu irmão era muito feliz com ela, eu precisava ajudar esses burros.

—Quando vai contar pra ele? Eu tenho certeza que a partir do momento que você contar ele volta.

—Eu não vou contar.— ela me encarou com firmeza

—Que isso, Eloá, ele é pai dessa criança, ele tem que saber.

—Não, eu não quero que ele volte pra mim só por causa do filho, não quero que ele se sinta obrigado.

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