Capitulo 23 - Eloá Castro

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Toda vez que o beijava era incrível, eu sentia que passaria minha vida inteira com ele, suas mãos me puxaram pra ele e nossos olhos se encontraram novamente assim que paramos de nos beijar

—Eu te amo Theo, me desculpa por tudo que te fiz passar — respirei fundo — Eu tive medo, eu fui uma covarde e paguei por isso, eu nunca fui realmente feliz com alguém até te encontrar

Ele sorriu, mas seu sorriso era fraco, eu sabia que ele ainda não confiava em mim e minha mente só girava tentando achar uma maneira de contar a verdade pra ele. Que apesar de amá-lo eu casei com Jonathan o cara que o perseguiu, e ainda tive uma filha com ele

—Elô — sua voz interrompeu meus pensamentos — Eu só preciso que me prometa.

—O que?

—Me promete que não vai esconder mais as coisas de mim, me promete isso que você vai ser sincera

Assenti, e esse era o momento, o momento de falar a verdade pra ele e deixar ele decidir se queria estar comigo apesar de tudo. Um medo maior que eu tomou conta de mim porque eu tinha certeza que se contasse pra ele, eu o perderia naquele momento então eu não podia arriscar. Eu já tinha passado 12 anos da minha vida tentando esquecê- lo, tentando esquecer um garoto de 15 anos que já tinha abalado meu mundo. Agora que eu tinha ele novamente eu não ia arriscar perdê-lo eu não ia conseguir passar por isso tudo de novo. Eu era a droga de uma egoísta! Ele tinha esse direito de saber, mas eu não ia contar, pelo menos não agora. 

Passei as costas da mão limpando minhas lágrimas e fingi, fingi meu melhor sorriso. Eu tinha um plano, eu ia recuperar a confiança dele então eu contaria tudo.

—A gente vai ficar bem, você vai ver Theo.

—Vamos sim Elô, já que hoje nem eu nem você vamos trabalhar, eu pensei se você ...

—O que? — ele me puxou novamente pela cintura colando nossos corpos

—Pensei que podíamos almoçar, passar um tempo no quarto — eu ri encarando ele

—Fazendo?

—Matando as saudades desses 12 anos separados

—Eu acho uma ótima ideia.

—Que bom, mas eu queria muito conhecer a Mari.

Eu arregalei meus olhos e engoli seco, não tinha pensado sobre isso, será que a Mari ia aceitar eu namorando novamente?

—Théo, eu acho melhor irmos devagar, a Mari ainda não sabe de você, mas eu prometo que vou falar com ela.

—Tudo bem — ele beijou minha testa

****

Nós passamos o dia inteiro juntos, almoçamos e matamos a saudade de tudo, era incrível como eu estava apegada a ele. E como ele fazia eu me sentir, Theo foi pra sua casa e eu senti como se parte de mim estivesse faltando, eu estava tão eufórica de felicidade que nem percebi que Kamille tinha chegado

—Oi Eloá... acorda.... — vi um vulto passando no meu rosto e era a mão de kamille

—Oi 

—Que sorrisinho é esse ein? Aposto que passou o dia todo com o sr. gostoso

—Sim. Eu to vivendo em um conto de fadas Kamille.

—Falou com ele do Jonathan? — encarei Kamille e meu sorriso murchou

—Não

—Que merda você está fazendo Eloá?

—Kah, ele ainda não confia em mim, eu preciso ganhar sua confiança e depois eu falo

—E em que mundo isso da certo? O Jonathan é o pai da Mari, não se esquece que volta e meia você tem que falar com ele, até porque dona Eloá Castro se você não se lembra ele entrou com uma ação contra você com o pedido de guarda dela.

—Nem me lembra disso... ele é um canalha

—Você não ta sendo diferente, me desculpa

—O QUE?

—É isso, se o Theo descobrir você vai perder ele com toda a certeza!

—Ele não vai descobrir, não vai O Jonathan só quer me infernizar com esse pedido da guarda da Mari

—E o que você acha que ele vai fazer quando souber que você ta namorando ainda mais com o Theo? Eu sei bem o quanto ele odiava ele na escola e convenhamos, acho que o ódio dele só cresceu durante esses anos

—Eu sei Ka, é que eu to de mãos atadas, eu não sei o que faço, eu to tão feliz, me deixa viver isso mais um pouco.

— É você que sabe, eu to aqui pra te ajudar, mas você não quer me ouvir paciência. A propósito a sua audiência com a juiza é na próxima semana.

—Obrigada Kah, alguma recomendação?

—Não, vai ser tranquila, ela só vai ver se você tem onde morar um emprego fixo nada demais e sua relação com a Mari não precisa se preocupar com isso, apenas esteja lá

—Tudo bem, eu vou pegar a Mari na escola ok?

—Vai lá, agora amiga, por favor tira um tempo pra pensar no que falei, no passado seu medo de estar com o Theo tirou ele, não faz isso de novo, não deixa seu medo destruir a sua vida


Sai do apartamento e eu não respondi. Eu sabia que Kamille tinha razão, quanto mais rápido eu contasse pro Theo melhor seria, ele poderia ficar com raiva mas depois ele não ia ter o que fazer.

Quando percebi já estava de frente a escola de Mari, quando me viu veio correndo com seus cabelos longos e ondulados ao vento e me deu um abraço forte

—Até que enfim voltou ein Mãe 

—Olha quem fala mocinha, passou a semana toda na casa dos seus avós me esqueceu — fiz bico

—Claro que não né mãe eu tenho que dar atenção pra eles, e eu já vou fazer 8 anos

—Sim é uma moça enorme

—Mãe.

—Oi filha — a encarei enquanto andávamos

—Você está feliz.

—Estou. Muito. — respirei fundo — Que tal tomarmos um milk shake?

—É vou aproveitar essa felicidade — ela riu e correu para a sorveteria e logo pediu seu milk shake e eu peguei um também e sentamos em uma das mesas

—Então —Encarei Mari com seus olhos azuis observadores, ela tinha minha personalidade em tudo

—Fala mãe — ela sugou o milk shake fazendo um barulho

—Eu tô namorando.

Ela gargalhou alto e me encarou

—Hmm

—E eu gosto muito dele, muito

—Tudo bem mãe, eu quero ver a senhora feliz.

Eu automaticamente sorri, minha filha era incrível

—Obrigada filha, mas se você não gostar dele ou algo do tipo, acabou

—Tudo bem, eu quero conhecer o seu boy

—Vou ajeitar um encontro entre vocês senhorita— eu a encarei e tomei meu milk shake e meu coração relaxou — Eu também preciso contar pro seu pai.

—É o papai não vai gostar muito.

—Eu sei disso.

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